China proíbe deepfakes sem identificação por marcas d’água
Regulamentação visa conter riscos relacionados às atividades das plataformas que usam deep learning ou realidade virtual para alterar qualquer conteúdo online, segundo regulador do paísBy - Liliane Nakagawa, 14 dezembro 2022 às 16:13
A criação de mídias alimentadas por inteligência artificial (IA) como deepfakes, que alteram dados faciais e voz, ganhará novas regras na China que entrarão em vigor a partir de 10 de janeiro, de acordo com o regulador Cyberspace Administration of China (CAC), que supervisiona a regulamentação, supervisão e censura da web no país.
A nova regulamentação emitida no domingo (11) prevê um exame mais rigoroso sobre o que o regulador chama de tecnologia de ‘síntese profunda’, tais produtos estarão sujeitos a uma avaliação de segurança por parte do governo, à conformidade com as novas regras antes de serem lançados, além da exigência de marcas d’água que denotem conteúdo gerado por IA.
Em uma publicação no site do Escritório Central da Comissão Central de Assuntos do Ciberespaço da China, o governo apontou que a razão por trás da emissão da regulamentação se deve a recente onda de textos, imagens, vozes e síntese de vídeos com uso de inteligência artificial.
Sob as novas regras, o CAC disse que o movimento visa conter riscos relacionados às atividades das plataformas (fornecedores de serviços de síntese profunda) que usam deep learning ou realidade virtual para alterar qualquer conteúdo online, além de promover o desenvolvimento saudável da indústria.
“Nos últimos anos, a tecnologia de síntese profunda se desenvolveu rapidamente. Ao mesmo tempo em que atende às necessidades dos usuários e melhora sua experiência, ela também tem sido utilizada por algumas pessoas inescrupulosas para produzir, copiar, publicar e disseminar informações ilegais e prejudiciais, para difamar e depreciar a reputação e a honra de outros, e para falsificar a identidade de outros. Cometer fraude, etc., afeta a ordem de comunicação e a ordem social, prejudica os legítimos direitos e interesses do povo e põe em risco a segurança nacional e a estabilidade social.
A introdução do “Regulamento” é uma necessidade de prevenir e resolver os riscos de segurança, e é também uma necessidade de promover o desenvolvimento saudável de serviços sintéticos em profundidade e melhorar o nível de capacidade de supervisão.”
Onda próxima da IA Generativa pode adulterar nosso senso de história
Nos últimos anos, empresas norte-americanas e chinesas têm liderado o boom na criação de aplicações alimentadas por IA. O Baidu, por exemplo, produziu recentemente um modelo de síntese de imagem similar ao DALL-E e Stable Diffusion.
Uma onda próxima de IA Generativa, que pode trazer desafios para governos, permitir fraudes ou mesmo adulterar nosso senso de história, será enfrentada por China e Estados Unidos, reconheceu recentemente um número crescente de especialistas em tecnologia.
No entanto, a reação das duas potências foi praticamente oposta até o momento. Ao contrário das restrições firmes do oriente, os norte-americanos têm optado por diretrizes não vinculativas.
Em 2019, a China já lançava suas primeiras regras sobre publicação de fake news não sinalizadas; a ilegalidade entrou em vigor no início de 2020.
Com informações Reuters e Ars Technica
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