Durante anos, a Meta pagou por serviços de raspagem de dados de outros sites enquanto a condenava publicamente e colecionava uma série de ações judiciais sobre a prática. Agora, a holding está processando uma empresa parceira de longa data por extrair dados de suas próprias plataformas de mídia social, de acordo com documentos legais.

O processo aberto no estado da Califórnia em 6 de janeiro se refere à empresa de coleta de dados Bright Data, sediada em Israel. Além das redes sociais de Facebook e Instagram, ela também oferece informações de perfis no TikTok e no Twitter, além de sites de e-commerce como Amazon, eBay e Walmart.

A atividade de web scraping como serviço foi reprimida pela Meta em 2021, quando a controladora abriu uma série de ações judiciais contra companhias que raspavam dados de suas plataformas.

Meta processa empresa parceira após descobrir raspagem de dados de Facebook e Instagram

Imagem: Natanaelginting/Tommy Video/Freepik

De acordo com os e-mails trocados por representantes da Meta e o diretor executivo da Bright Data, Or Lenchner, em documentos apresentados no processo judicial, a relação contratual entre as empresas durou vários anos. “Como você sabe, a Meta é há muito tempo um cliente valioso de nossos serviços de proxy e raspagem há pelo menos seis anos”, escreveu Lenchner, em 1º de dezembro por e-mail, referindo-se posteriormente à “parceria de sucesso duradoura das duas empresas”.

O porta-voz da holding, Andy Stone, confirmou que a Meta havia pago para reunir dados de sites de comércio eletrônico com o objetivo de construir perfis de marcas nas plataformas da Meta, no entanto, se recusou a divulgar quais sites foram solicitados.

“A coleta de dados de websites pode servir à integridade legítima e a propósitos comerciais, se feita legalmente e de acordo com os termos desses websites”, disse Stone, que garantiu não terem usado serviços da Bright para raspar dados de sites concorrentes.

O término de contrato veio após a Meta descobrir que a parceira havia violado os termos da companhia, que proíbe a coleta e venda automatizada de dados, acrescentou Stone. A Bright Data tentou uma permissão para continuar a raspagem de dados do Facebook e Instagram, observando estar em conformidade com os regulamentos da UE e dos EUA, e enfatizando que só coleta informações públicas que não são protegidas por login.

A prática, que representa um risco à privacidade quando visa a coleta de informações pessoais, também viola a legislação da UE, caso as empresas não se esforcem para impedir a prática por meios técnicos e legais. A Meta foi alvo de uma multa de € 265 milhões (US$ 277 milhões) pela Comissão Europeia por não proteger os dados dos usuários da raspagem realizada por terceiros.

 

Via Bloomberg

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