Meta usa serviço de raspagem de dados, mas processa empresa parceira por prática
Relação contratual foi descrita como "parceria de sucesso duradoura das duas empresas", mesmo sob condenação pública da holding de ZuckerbergBy - Liliane Nakagawa, 6 fevereiro 2023 às 21:29
Durante anos, a Meta pagou por serviços de raspagem de dados de outros sites enquanto a condenava publicamente e colecionava uma série de ações judiciais sobre a prática. Agora, a holding está processando uma empresa parceira de longa data por extrair dados de suas próprias plataformas de mídia social, de acordo com documentos legais.
O processo aberto no estado da Califórnia em 6 de janeiro se refere à empresa de coleta de dados Bright Data, sediada em Israel. Além das redes sociais de Facebook e Instagram, ela também oferece informações de perfis no TikTok e no Twitter, além de sites de e-commerce como Amazon, eBay e Walmart.
A atividade de web scraping como serviço foi reprimida pela Meta em 2021, quando a controladora abriu uma série de ações judiciais contra companhias que raspavam dados de suas plataformas.
De acordo com os e-mails trocados por representantes da Meta e o diretor executivo da Bright Data, Or Lenchner, em documentos apresentados no processo judicial, a relação contratual entre as empresas durou vários anos. “Como você sabe, a Meta é há muito tempo um cliente valioso de nossos serviços de proxy e raspagem há pelo menos seis anos”, escreveu Lenchner, em 1º de dezembro por e-mail, referindo-se posteriormente à “parceria de sucesso duradoura das duas empresas”.
O porta-voz da holding, Andy Stone, confirmou que a Meta havia pago para reunir dados de sites de comércio eletrônico com o objetivo de construir perfis de marcas nas plataformas da Meta, no entanto, se recusou a divulgar quais sites foram solicitados.
“A coleta de dados de websites pode servir à integridade legítima e a propósitos comerciais, se feita legalmente e de acordo com os termos desses websites”, disse Stone, que garantiu não terem usado serviços da Bright para raspar dados de sites concorrentes.
O término de contrato veio após a Meta descobrir que a parceira havia violado os termos da companhia, que proíbe a coleta e venda automatizada de dados, acrescentou Stone. A Bright Data tentou uma permissão para continuar a raspagem de dados do Facebook e Instagram, observando estar em conformidade com os regulamentos da UE e dos EUA, e enfatizando que só coleta informações públicas que não são protegidas por login.
A prática, que representa um risco à privacidade quando visa a coleta de informações pessoais, também viola a legislação da UE, caso as empresas não se esforcem para impedir a prática por meios técnicos e legais. A Meta foi alvo de uma multa de € 265 milhões (US$ 277 milhões) pela Comissão Europeia por não proteger os dados dos usuários da raspagem realizada por terceiros.
Via Bloomberg
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