FTC analisa aquisição da One Medical pela Amazon em busca de práticas anticoncorrênciais
Com aquisição, Amazon pretende expandir os negócios na área da saúde para além da compra da farmácia online PillPack por US$ 750 milhões em 2018By - Liliane Nakagawa, 6 setembro 2022 às 9:15
A Federal Trade Comission (FTC) solicitou informações adicionais à Amazon e à organização de saúde One Medical na sexta-feira (2) para determinar se o negócio viola leis anticoncorrenciais dos EUA.
A aquisição da One Medical, um serviço médico com cerca de 190 consultórios em 25 países, por US$ 3,9 bilhões foi anunciada no fim de julho. Sob pressão, grupos pediram a FTC pelo bloqueio da fusão e regulamentações antitruste mais rigorosas, argumentando que isso ampliaria ainda mais o poder de mercado da gigante varejista.
À época, o American Economic Liberties Project de Washington disse que era incerta a proteção de pacientes e registros médicos sensíveis sob comando da empresa de Jeff Bezos. “Permitir que a Amazon controle os dados de saúde para mais 700 mil indivíduos é aterrorizante”, disse Krista Brown, a analista sênior de políticas do grupo, em uma declaração de julho. “A Amazon não tem nada a ver com ser um dos principais atores no espaço da saúde, e os reguladores devem bloquear este negócio de 4 bilhões de dólares para garantir que ele não se torne um”.
Com a compra, varejista anunciou no fim de agosto que fecharia a Amazon Care, o serviço híbrido de atendimento virtual da própria companhia e concorrente da recente aquisição. O motivo da decisão, segundo ela, por motivos da falta de atendimento às necessidades dos clientes.
Com a fusão da One Medical, que deve atrasar em razão das investigações da agência governamental, a gigante do varejo dá mais um passo em direção à área de saúde. Em 2018, a farmácia online PillPack foi adquirida por US$ 750 milhões.
Um porta-voz da Amazon se recusou a comentar.
Práticas da Amazon Prime sob investigação
Além de analisar as recentes aquisições bilionárias da varejista, a FTC ainda investiga as práticas de registro e cancelamento da Amazon Prime, além de ter emitido intimações civis no caso.
Em meio aos atrasos na conclusão de aquisições e cancelamentos por violações à lei antitruste, a Amazon pediu, sem sucesso, que a presidente da FTC Lina Khan se afastasse das investigações antitruste ao tratar dos negócios da empresa de e-commerce, sob argumento de que ela seria tendenciosa.
Antes de assumir a presidência da agência, Khan — conhecida por ser crítica às companhias da Big Tech — escreveu um estudo influente intitulado “Amazon’s Antitrust Paradox” em 2017, enquanto estudante de direito de Yale.
Com informações Associated Press e CBS News
Comentários