DuckDuckGo lança navegador de desktop para macOS; versão para Windows está a caminho
Em testes com o beta, browser se saiu relativamente mais rápido e com menos pop-ups de cookies saltando na telaBy - Liliane Nakagawa, 12 abril 2022 às 14:22
A lista de navegadores web à disposição dos usuários acaba de ganhar mais uma opção: o DuckDuckGo. Nesta terça-feira (12), o mais novo rival do Chrome anunciou o lançamento do browser pró-privacidade ainda em versão beta para macOS.
Assim como os demais produtos do DuckDuckGo — buscador, extensões, navegadores móveis para iOS e Android, e serviço de proteção de e-mails —, o novo browser de desktop continua com o princípio da empresa de não coletar os dados dos usuários, diz Beah Burger-Lenehan, gerente de produto para o aplicativo Mac. “Não rastreamos nossos usuários — essa é nossa política de privacidade”.
Detalhes do novo navegador DuckDuckGo
Provocados pela introdução do GDPR, os pop-ups que surgem a cada página visitada pedindo o consentimento do usuário para uso de cookies se tornam menos irritantes no navegador do DuckDuckGo, isso porque ele automatiza o processo sem a necessidade de extensões.
No primeiro uso, o navegador pergunta sobre a permissão de gerenciar os pop-ups que aparecem. Caso positivo, ele usará Javascript para definir automaticamente as preferência de cookies nos sites visitados, escolhendo as opções para “maximizar a privacidade”.
Na prática, o usuário não verá mais banners ou pop-ups de cookies na tela. “Este recurso funciona em cerca de 50% dos pop-ups de cookies que você pode encontrar”, diz Burger-Lenehan, acrescentando que a porcentagem deve aumentar “significativamente” quando mais pessoas usarem o beta.
De acordo com os testes da Wired, foram vistos menos pop-ups de cookies nas páginas, de fato, além do desempenho relativamente rápido. A interface é despojada, com poucos botões ou ícones. Um botão de emoji fire — familiar para usuários dos aplicativos móveis do DuckDuckGo— permite que informações de histórico ou cookies permitidos sejam apagados facilmente em poucos cliques.
Por estar totalmente finalizada, afinal se trata de um versão beta, os usuários que desejam acessar o navegador para Mac devem assinar uma lista de espera privada por meio do aplicativo móvel da empresa. Antes do lançamento completo, o DuckDuckGo ainda pode fazer mudanças e eliminar bugs, além de adicionar algumas características comuns aos navegadores. A Wired nota que ainda não há uma barra de favoritos de acesso rápido ou pastas, mas a empresa afirmou estar trabalhando nisso.
Assim como uma forma de obter uma lista detalhada do histórico dos sites visitados e o recurso de autocompletar, quando o próprio navegador trata de completar um endereço já visitado pelo usuário.
Burger-Lenehan diz que a empresa vem construindo o aplicativo Mac há mais de um ano, com testes privados com membros do público desde outubro do ano passado. Para os usuários Windows, apesar da de estar atrás do beta para o sistema Mac, a versão para PCs está sendo desenvolvida simultaneamente e deve ser disponibilizada “em breve”, acrescenta Burger-Lenehan.
DuckDuckGo evita Chromium, base de código do navegador do Google
Cada vez mais, navegadores têm empilhado recursos de privacidade em suas ofertas, bloqueando de forma mais proeminente rastreadores, impressões digitais do navegador e anúncios que o seguem pela internet, para diferenciar do Chrome. Bloquear rastreadores em vários graus em aplicativos móveis, por exemplo, é comum à maioria deles — Safari, Firefox, Vivaldi, Opera, Brave e DuckDuckGo (embora o Tor seja considerado o navegador mais privado).
Entretanto, apesar de algumas semelhanças, o DuckDuckGo chama a atenção como o navegador é construído. Em relação aos demais — incluindo o Edge da Microsoft, Brave, Vivaldi e Opera —, que usam, até certo ponto, a base de código do navegador do Google, o Chromium, e do motor de navegação subjacente Blink. Excetua-se também desta lista o Firefox, navegador projetado pela Mozilla.
Ao evitar o Chromium, o DuckDuckGo utilizou o sistema de renderização WebKit da Apple, o qual converte o código para as páginas vistas. “Queríamos controle completo sobre o código e a experiência”, diz Burger-Lenehan. Essa decisão foi tomada em parte porque adaptar o Chromium significaria que o navegador herdaria “cruft and clutter” do processo de design do Google. Em vez disso, “cada pedaço de código é de propriedade do DuckDuckGo e escrito pelo DuckDuckGo”, explicou.
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