Julian Assange, fundador da organização WikiLeaks, perdeu a última etapa de apelação contra a ordem de extradição aos Estados Unidos após um juiz da Suprema Corte do Reino Unido rejeitar os oito fundamentos do recurso apresentados pelo jornalista.

De acordo com a decisão da semana passada, o magistrado afirmou que as oito partes da possível apelação do jornalista não eram “discutíveis” e não deveriam ser ouvidas.

A iminência da extradição de Assange tem provocado uma onda de apelos em várias partes do mundo e em diversas esferas da sociedade, incluindo organizações de direitos humanos, grupos de mídia, chefes de estado e apoiadores da sociedade civil.

Assange perde última tentativa de apelação contra extradição

Imagem: Katherine Da Silva/Shutterstock.com

No país natal do jornalista, o deputado independente Andrew Wilkie fez uma apelação ao primeiro-ministro Anthony Albanese para que pressione Joe Biden pela libertação do fundador do WikiLeaks.

“Aplaudo Anthony Albanese e também Peter Dutton… ambos já declararam publicamente, de forma muito clara, que acham que esse assunto já durou tempo suficiente e que deve ser encerrado, mas, infelizmente, essas declarações não resolveram a questão”, disse o parlamentar. “Faltando possivelmente apenas algumas semanas para que a extradição ocorra, francamente, eu gostaria de ver Anthony Albanese falar com o presidente dos EUA, Joe Biden, por telefone, e fazer um apelo pessoal de um aliado para outro, e nós temos um relacionamento especial, temos mais influência em Washington do que algumas pessoas imaginam.

Wilkie chamou a prisão de Assange de “terrível injustiça” para um homem que ajudou a revelar “provas concretas” de crimes de guerra cometidos pelos EUA. “Aproveito novamente esta oportunidade para entrar em contato com o primeiro-ministro australiano e pedir-lhe que faça mais, faça o que puder, por favor, atenda ao telefone”, acrescentou.

Lula volta a defender liberdade de Assange

No último fim de semana, o presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva voltou a se manifestar contra a prisão e iminente extradição do australiano preso em Belmarsh.

“Sua prisão vai contra a defesa da democracia e da liberdade de imprensa”, tweetou o presidente. “É importante que todos nos mobilizemos em sua defesa.” O jornalista é acusado de vazar informações confidenciais dos Estados Unidos, e, na definição do presidente, “fez um importante trabalho de denúncia de ações ilegítimas de um Estado contra outro”.

Esta não é primeira vez que Lula defende Assange: na campanha eleitoral de 2022, ele cobrou “pressão mundial” para a liberdade do jornalista. Em maio, na cerimônia de coroação do rei britânico Charles III, o assunto voltou a ser explorado em uma coletiva de imprensa. “É uma vergonha que um jornalista que denunciou as falcatruas de um Estado contra outro esteja preso, condenado a morrer em uma cadeia”, disse.

 

Com informações The Independent, Associated Press, The Guardian e CNN

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