Poucas empresas entendem o apelo nostálgico dos remasters como a Square Enix, e ela se aproveita disso com Final Fantasy Pixel Remaster, um pacotão que leva os seis primeiros jogos da icônica franquia de RPG aos consoles da geração passada e atual, com gráficos reestilizados, trilha sonora aprimorada e outras benesses contemporâneas que adicionam mais “tempero” aos originais do NES e Super NES.

Originalmente lançados individualmente na Steam ao longo dos últimos dois anos, os jogos são tudo aquilo que os puristas esperavam, e também trazem o que se espera de qualquer RPG moderno, com recursos como avanços rápidos de enredo e melhorias de menu, sprites e um rearranjo que deixa o som mais “ambiental”. Abaixo, você confere o review sobre a nossa experiência com os jogos.

Análise: Final Fantasy Pixel Remaster

Os Final Fantasy clássicos são o tipo de jogo que ganhará um remaster enquanto a marca existir: venhamos e convenhamos, todo jogador da velha guarda fica curioso em saber como seriam os clássicos de sua infância e adolescência reproduzidos dentro das plataformas de alta tecnologia da atualidade.

Neste ponto, Pixel Remaster não decepciona: os benefícios dos quais o compilado goza são tantos que, em vários pontos, eles parecem que foram feitos para o PlayStation 4 e o Nintendo Switch – facilmente se esquece que estamos falando de jogos lançados entre 1987 e 1994.

Cada um dos jogos foi criado como uma atualização a partir dos originais – daí o nome “Pixel Remaster”: todos os seis são baseados em suas versões originais, mas aproveitando alguns dos conceitos que popularizaram os remakes que vieram no Nintendo DS e 3DS.

Final Fantasy Pixel Remaster

Imagem: Square Enix/Divulgação

Isso fica evidente logo quando você inicia qualquer um deles. Ao contrário de tentativas anteriores – que mais pareciam ports desconectados da tecnologia moderna – Final Fantasy Pixel Remaster não tem aquela aparência de “janela esticada” que você vê em algumas releituras de jogos da TV de tubo rodando em uma TV widescreen. Isso vai dos cantos dos menus e janelas, à fonte redesenhada para jogadores que ficam mais longe da TV (é, até isso faz uma diferença danada).

O visual dos personagens e ambientes também passam por essa repaginada: obviamente, estamos falando de sprites pixelizados, então tudo é inevitavelmente serrilhado, mas há um certo acabamento que amplifica a percepção de elementos mais singulares, como os olhos dos sprites. A maior alteração é na apresentação das magias e efeitos de ambiente: “Firaga”, especialmente, tem uma exibição mais puxada para o 3D que não existia na época original, mas sem parecer “colado” na tela, e sim perfeitamente mesclado ao restante da composição da cena.

Adicione a isso outros elementos como fumaça, as ondas da navegação por oceanos e até um rolê de aeronave pela Lua – tudo isso, com apresentação de visual antigo, mas com elementos contemporâneos – e você tem à frente um deleite visual de fazer inveja a muitos jogos da atualidade.

História para veteranos, progressão para os mais casuais

É na progressão narrativa que está a maior aposta dos seis remasters (remasteres?) – e uma cujo resultado pode agradar ou irritar, dependendo do tipo de jogador que você é.

Explicando: dentre as atualizações do pacote, a Square Enix implementou algumas medidas que mexem diretamente na forma como o jogo caminha, com benesses que vão desde velocidade das batalhas, mais ou menos experiência em cada combate, quanto de Gil (o “dinheiro” no universo Final Fantasy) você ganha etc.

Final Fantasy Pixel Remaster

Imagem: Square Enix/Divulgação

Os últimos são fáceis de explicar: com um simples ajuste, você consegue determinar se cada batalha lhe renderá o montante padrão de experiência e grana, 50% a menos ou a mais…indo até quatro vezes mais volume para ambos. Não é uma mecânica que deixa o jogo mais fácil diretamente, mas faz seus personagens evoluírem mais rápido e, consequentemente, batalhas mais difíceis ficam mais simples porque seus guerreiros estão “tunados”.

É na velocidade de batalha que vem o divisor de águas: essencialmente, ele faz com que as ações de todas as partes envolvidas nas lutas sejam tomadas mais rapidamente ou mais devagar. Na prática, inimigos podem atacar mais vezes no mesmo turno, ou uma vez a cada dois ou mais turnos…e tudo o que couber nesse meio.

O problema é que, ao mesmo tempo em que uma luta ajustada para ser mais rápida pode facilitar as longas horas de grind (o tempo dedicado a entrar em batalhas apenas para evoluir seus atributos), ele também pode tornar as lutas mais difíceis bem mais difíceis: convenhamos, é diferente você aturar várias “facadinhas” de um Goblin ou dois Mega Flares do Bahamut por turno.

Isso fica especialmente evidente nas lutas contra os chefões finais: se você progredir pela velocidade rápida, viverá toda a aventura e missões opcionais em torno de oito a dez horas de jogo. Mas a curva de dificuldade dá uma guinada inesperada quando você enfrentar o vilão – Zeromus (Final Fantasy IV), em particular, é onde isso fica mais óbvio – o bicho consegue, no mesmo turno, cancelar todos os seus buffs e soltar magias que pegam todo o seu grupo de personagens.

Final Fantasy Pixel Remaster

Imagem: Square Enix/Divulgação

Resultado: passei o jogo inteiro sem nenhum personagem cair, mas morri umas três vezes só contra Zeromus, em situações que fazem você bater o controle na mão e gritar “que mentira da peste!” para os céus.

Felizmente, isso é gerenciável até mesmo durante as batalhas, e você pode corrigir isso pausando o jogo e abrindo um novo menu de opções de controle de gameplay, tornando a experiência mais próxima do que era nos clássicos originais – para o bem ou para o mal, dependendo da sua preferência como jogador.

Ainda assim, a quebra de ritmo é notável quando você vai de um extremo a outro, o que pode deixar a experiência menos fluída.

O melhor compêndio de remasterizações até aqui

Digressões de gameplay à parte, Final Fantasy Pixel Remaster é, de longe, a melhor experiência atualizada dos seis clássicos da franquia. Não apenas o compilado é o que há de mais fiel aos jogos originais, trazendo a mesma nostalgia de quem já jogava videogame naquela época, como também contempla fãs mais jovens, introduzindo-os aos jogos precursores de uma franquia que, hoje, a maior parte deles conhece pelo formato de ação em tempo real.

Definitivamente vale o investimento.

Final Fantasy Pixel Remaster está disponível para PlayStation 4, Nintendo Switch (na forma de um compilado com os seis jogos de uma vez) e no Windows (PC, via Steam), como jogos individuais.

O blog KaBuM! recebeu uma chave para a versão do PlayStation 4, gentilmente cedida pela Square Enix.

Galeria de imagens

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