Crítica | Episódio 4 de The Last of Us é recheado de tensão e momentos de tirar o fôlego
Depois do episódio dedicado a Bill e Frank, muita expectativa foi criada acerca do quarto capítulo de The Last of UsBy - Luiz Nogueira, 5 fevereiro 2023 às 23:50
Depois do episódio do domingo (29) passado, muita expectativa foi criada em torno do quarto episódio de The Last of Us. Posso adiantar que, felizmente, as expectativas foram correspondidas em um capítulo que, apesar de não ser o melhor da temporada, conta com muitas reviravoltas e a apresentação de uma personagem bastante intrigante – e que parece a grande vilã do arco apresentado.
Começando pela questão do prólogo. Aqui não há uma contextualização de acontecimentos do passado em forma de flashback – embora eles não sejam mais necessários, já que temos um bom pano de fundo dos acontecimentos, seja em forma de lembranças ou diálogos dos personagens.
Confesso que tinha certa preocupação com o quarto episódio, já que a carga emocional do capítulo anterior foi muito forte. Acredito que o principal medo era que a série perdesse um pouco de seu brilho, já que tivemos um episódio impactante logo no começo da temporada.
Trilhando o caminho dos protagonistas
Felizmente, eu estava errado. O capítulo apresentado neste domingo começa a definir o caminho que a dupla protagonista vai seguir daqui para a frente – que muitos já sabem exatamente qual é.
É neste episódio que vemos Ellie começando a treinar escondida usando a arma que pegou na casa de Bill sem o conhecimento de Joel – e que se torna uma peça fundamental para o salvamento dos personagens mais para o meio do episódio.
Aqui, vemos Joel e Ellie aparentemente mais relaxados e conversando despretensiosamente enquanto ele pega gasolina de carros abandonados. Quando estava assistindo à adaptação e vi que a garota aparece com uma revista de piadas, logo pensei que o segmento seria o equivalente à revista masculina do game. Mesmo assim, foi muito bom soltar um riso sincero pela piada – mesmo que ruim – contada pela menina.
No entanto, uma das cenas mais icônicas do jogo está presente aqui e se se passa enquanto Ellie está no carro com Joel e encontra a famosa revista masculina, de propriedade de Bill.
A revista de Bill e o caminho até o Kansas
A presença da icônica cena conta exatamente com as mesmas falas do game, o que é um presente e tanto para quem conhece o material original – e até para o público em geral, já que há um humor muito característico de Ellie aqui.
Porém, o episódio segue e o clima descontraído é substituído por uma sensação de desespero e solidão, já que ambos atravessam paisagens completamente destruídas e com resquícios do que foi uma civilização – agora eliminada pelo fungo.
O interessante deste episódio de The Last of Us é ver a diferença entre alguém que nasceu em um período antes da infecção, como é o caso de Joel, e quem nasceu durante o surto, igual Ellie.
Isso fica muito claro quando ela entra no carro pela primeira vez e fala como ele se parece com uma nave espacial, e até quando Joel faz um café e ela comenta que o cheiro era ruim e questiona se era o mesmo tipo que era vendido no Starbucks.
A emboscada
Em certo momento, Joel demonstra confiança em Ellie e começa a contar a história de Tommy. Ele conta como o irmão sempre quis ser um herói e em como durante esse momento da vida ele conheceu Marlene, que o convenceu a entrar para os Vagalumes.
Mesmo assim, após esse momento em que ele se abre para a garota, ele deixa claro que ela é apenas uma carga, que vai ser entregue porque prometeu isso à Tess – e eu penso que, no fundo, Joel também tem a esperança de um mundo melhor e que seu propósito é ajudar nisso.
Mas como tudo é mais difícil em um mundo abandonado, eles dão de cara com uma estrada bloqueada, o que os obriga a desviar o caminho por dentro de uma cidade. É ali que eles são atacados e batem o carro. Em meio a um tiroteio, Joel fica frente a frente com uma ameaça, que consegue dominá-lo.
Ellie, vendo a situação de um esconderijo, saca a arma que estava escondida e salva a vida de Joel. É neste momento que a menina concorda em ajudar para que ambos saiam vivos dessa cidade, já que, ao que parece, eles não estão sozinhos.
E é justamente isso mesmo. O local é controlado por Kathleen, a líder impiedosa de um movimento revolucionário, que vê os Vagalumes e a Fedra como ameaças. Ela se mostra bastante implacável em suas decisões e em sua busca por alguém, até então, desconhecido.
Potencial dos personagens de The Last os Us
Fugindo do grupo liderado por Kathleen que agora está espalhado pela cidade, Joel e Ellie decidem se refugiar no topo de um prédio para passar a noite. Com todo o cuidado do mundo, eles se preparam para dormir em um local aparentemente seguro.
Quem jogou The Last of Us sabe que essa parte da história é bastante delicada – e também uma das mais impactantes. E isso parece que vai se repetir na série.
Isso porque, Joel é acordado com o grito de Ellie no meio da noite e, quando recobra a consciência, há armas sendo apontadas para os dois. Trata-se dos irmãos Sam e Henry – que são parte importante da jornada dos nossos protagonistas.
Apesar de ser um episódio relativamente lento até a metade – com foco na construção da relação de Joel e Ellie -, a segunda metade conta com cenas de tirar o fôlego e que mostram a essência de The Last of Us em deixar os espectadores de boca aberta com os acontecimentos.
Com a apresentação do quarto capítulo, quase metade da temporada de The Last of Us, é possível afirmar que a adaptação conseguiu capturar exatamente os sentimentos do jogo e alterar alguns acontecimentos de maneira magistral – mas sempre mantendo a proposta inicial: mostrar como as relações se desenvolvem em meio às adversidades.
Para realização desta crítica, a HBO forneceu ao blog KaBuM! acesso antecipado aos episódios restantes de The Last of Us.
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