[Review] Tratamento “Global Match” renova King of Fighters XIII e faz dele o “arcade dos arcades”

Eu lembro do lançamento original de The King of Fighters XIII, da SNK: eu trabalhava em uma revista e ainda tinha cabelo, mas também fiquei maravilhado com o trabalho da empresa nos desenhos de sprites dos personagens. Naquela época, as coisas eram mais simples, mas igualmente divertidas.

Treze anos e muita tecnologia depois, The King of Fighters XIII está de volta, com a produtora dando a “repaginada Global Match” e implementando recursos modernos como rollback netcode para as lutas online, além de outras pequenas melhorias que colocam este clássico em uma posição bem competitiva em relação aos jogos mais modernos.

King of Fighters XIII Global Match é um retorno aos tempos áureos das lutas competitivas sem precisar do ultra realismo

Eu não sou lá o mais ávido competidor dos jogos de luta e, entre o grupo dos “jornagames”, eu provavelmente fico na parte debaixo da tabela em qualquer eventual competição do tipo entre os amigos da área. Há que se considerar também o fato de eu propositalmente evitar partidas online pelas minhas reservas à comunidade multiplayer em geral e, bom, você estaria perdoado se pensasse que King of Fighters XIII Global Match não fosse um produto destinado a mim.

Felizmente, não é esse o caso: sempre fui fã dos tempos áureos de dedilhar combinações extensas de golpes no controle do videogame para executar aquele especial bem encaixado, com aquela animação brilhante e intensa – e a sensação que ela passa ao jogador. Óbvio que existe todo o senso estratégico das lutas online – e que me escapa – mas a satisfação de jogar está ali.

Imagem: SNK/Divulgação

Neste jogo, a SNK parece ter se preocupado em implementar recursos voltados justamente a essas sensações: mesmo nas partidas online (cortesia do rollback netcode), as combinações encadeadas que emendam um golpe no outro têm um visual bastante atraente, combinando socos e chutes comuns com os movimentos EX e NEO MAX, dando uma sensação de satisfação gloriosa – bem como uma de finitude, já que este é o último jogo da época do pixel art (a partir do “KoF XIV” e posteriores, a SNK adotou um visual 2.5D mais puxado para o realismo).

Tudo isso ainda remonta a um período em que você realmente precisava se dedicar para se tornar mestre dos personagens escolhidos – sim. “Dos”, no plural: não seria The King of Fighters XIII sem os modos de luta de três contra três que tornou a franquia extremamente famosa.

E você vai precisar: sendo você um veterano de longa data ou um jogador mais novato – ou mesmo um “zé ruela ruim de soco” feito eu – estamos falando de todos os 36 personagens do jogo original (o elenco primário mais aquele disponibilizado posteriormente, via DLC). A experimentação com cada um deles será um diferencial para montar a sua própria equipe.

Imagem: SNK/Divulgação

No que tange aos aprimoramentos principais, The King of Fighters XIII Global Match expande as capacidades online, adicionando, além de uma fluidez maior nas lutas, um modo de espectador, permitindo que você assista a combates no lobby para pegar certos movimentos e tentar reproduzi-los depois (ou, sei lá, apenas para torcer e curtir momentos mais excitantes de uma “lutaça”).

A única ressalva que fica é para a questão do volume: a base instalada de jogadores é relativamente pequena – considerando que títulos posteriores da franquia também foram relançados com o tratamento Global Match, é natural que eles tenham a prioridade do público – então você ter que esperar um pouquinho antes de conectar uma partida online. A boa notícia é que o lobby já lhe diz quantas pessoas estão conectadas então você não corre o risco de “esperar muito pra nada”.

Imagem: SNK/Divulgação

Mais além, o jogo também foi lançado para o Nintendo Switch além do PlayStation 4, o que deve ampliar a sua base de fãs consideravelmente. Provavelmente esse será um problema que se resolverá em pouco tempo.

No mais, The King of Fighters XIII Global Match ainda é um “jogão”, 13 anos depois de seu lançamento original, e as tecnologias implementadas nesta versão modernizam a jogabilidade sem abrir mão da nostalgia de um bom “pega-pra-capar” dos jogos mais antigos. Definitivamente é um que vai valer a pena o investimento.