[Review] Cassiodora é um ‘shmup’ brasileiro bastante desafiador e nostálgico
Lançado recentemente, Cassiodora é um jogo independente brasileiro que ajuda a matar a saudade do gênero “shmup” e oferece bastante desafioBy - Jessica Pinheiro, 13 janeiro 2023 às 19:07
O final de ano de 2022 foi bastante turbulento e, por conta disso, alguns lançamentos de games tiveram que ficar para depois. É o caso de Cassiodora, um shoot ‘em up (gênero abreviado como shmup) desenvolvido pelo estúdio independente paulista Void Studios, e publicado pela PID Games.
A história gira em torno do trio de cavaleiros Agni, Colden e Luken, que precisa resgatar a princesa que dá nome ao jogo, Cassiodora, raptada pelo maligno feiticeiro Kenzar. Para isso, eles recebem do druida Faramix, um par de asas mágicas e poderes elementais para ajudá-los em sua missão.
O trio precisa ainda enfrentar um vasto exército de bruxas, fantasmas e demônios por todo o Reino de Astória, e é aqui que entra o jogador: é possível selecionar qualquer um dos três personagens no início e explorar, sozinho ou acompanhado de mais dois amigos no modo cooperativo online. São 7 regiões compostas de 35 estágios, no total.
Em termos de jogabilidade, uma mecânica que me surpreendeu foi a liberdade em utilizar todos os três elementos com o mesmo personagem. Em minha jornada, escolhi Agni que, como o nome sugere, tem afinidade com o fogo. Por conta disso, é possível soltar projéteis de água ou eletricidade, mas obviamente, o elemento nativo do personagem acaba causando mais dano.
E não pense você que as fases consistem apenas em atravessá-la, indo do ponto A ao B. Muitos estágios contam com alguns quebra-cabeças que, embora sejam simples, ajudam a sair da mesmice. Espere também por perseguições e outras surpresas ao longo da jornada.
Tudo isso embalado por opções de dificuldade acessíveis. O nível de desafio do jogo, inclusive, é um de seus maiores atrativos, pois representa de forma exímia o gênero shmup. Em muitos momentos da jornada no modo padrão, senti-me sobrecarregada pela quantidade de projéteis atravessando a tela, além de pressionada para conseguir desviar de todas as ameaças.
Ainda assim, eram justamente esses os momentos em que surgia uma inesperada sensação de nostalgia, com minha memória revivendo experiências de um passado longínquo, quando os shmups e seus derivados reinavam nos videogames — ou assim parecia.
As batalhas contras os chefões em Cassiodora, por sua vez, trazem camadas adicionais de diversão, expectativa e desafio, com criaturas com designs variados e que conversam com o bioma em que estão inseridas. Nestas lutas, é impossível não lembrar de Cuphead — uma inspiração que Luiz Ricardo Aguena, CEO do estúdio que desenvolveu o game, assumiu em entrevista ao blog KaBuM!, inclusive.
Por último, mas não menos importante, Cassiodora conta ainda com um estilo visual que o difere bastante dentro de seu gênero — mais um ponto positivo. Ao optar por personagens cartunescos em 3D, o shmup brasileiro quebra mais uma vez as expectativas, especialmente as dos veteranos que estão acostumados com games de gráficos em anime e pixel art. Some isso à customização dos personagens, e você tem a experiência completa, como há muito não se via neste meio.
Cassiodora vale a pena?
Sim! Especialmente pelo preço que está sendo vendido: você encontra o shmup brasileiro por preços entre R$ 30 e 40, em média. Com a quantidade de fases, customização, diversão e desafio que Cassiodora oferece, está mais do que recomendado!
Cassiodora está disponível para PC (com uma demonstração grátis na Steam), Xbox One, PlayStation 4, Nintendo Switch, Xbox Series X|S e PlayStation 5. O jogo foi analisado por meio de uma cópia antecipada de Nintendo Switch fornecida pela publisher PID Games.
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