Crítica | Quinta temporada de Cobra Kai começa devagar, mas engrena

A quinta temporada de Cobra Kai estreia nesta sexta-feira (9) na Netflix para dar continuidade a saga de Johnny Lawrence e Daniel LaRusso na luta contra um inimigo em comum.

O blog KaBuM! pôde assistir a quinta temporada de Cobra Kai de forma antecipada e conta o que achou neste review. Confira!

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Começo mais devagar do que o de costume

As primeiras quatro temporadas de Cobra Kai se destacaram bastante por conseguirem equilibrar uma boa dose de ação com bastante drama por trás das lutas. A quinta temporada, entretanto, começa com um ritmo bem diferente e que, a princípio, até não havia me agradado.

Apesar de algumas discussões mais acaloradas ocorrerem, as lutas estão presentes em menor quantidade. A ação mais pra valer, os momentos mais interessantes, começam a surgir a partir do quinto episódio, ou seja, a partir da metade da temporada.

Mesmo isso sendo uma crítica minha ao ritmo introduzido nesta temporada de Cobra Kai, é preciso notar que nem tudo pode ser visto de forma negativa. Esse mesmo tom devagar foi importante para mostrar a evolução de alguns personagens, que já vinha sendo esboçada há algum tempo em temporadas anteriores.

https://youtu.be/SPqNBE2xTUI

Além da evolução, este ritmo também serve para mostrar como alguns personagens lidam com seus medos e relacionamentos. Um dos melhores momentos da quinta temporada, inclusive, fica na viagem de Johnny Lawrence com seu filho ao México na busca por Miguel, que rendem bons momentos tanto divertidos quanto emocionantes.

Já quando a ação começa, mesmo que os momentos não sejam os mais frenéticos já vistos, os mesmos acabam sendo bem elaborados. Outro ponto também a ser notado é que, enquanto a quarta temporada foi uma montanha russa de reviravoltas, as reviravoltas da quinta temporada estão presentes em menor quantidade e fazendo mais sentido.

Da mesma forma que foi visto nas temporadas anteriores, diversas referências ainda são feitas aos anos 90. Algumas delas, inclusive, são memoráveis, como frases de Rocky, o de Sylvester Stallone, são recitadas.

Menos personagens antigos e novos aparecem, mas ganhamos com Chozen

Até pelo fato das outras temporadas já terem trazido muitos personagens originais dos filmes de volta, nada mais natural do que estes personagens “irem acabando”. Assim, a quinta temporada de Cobra Kai até traz alguns personagens de volta, mas não dá tanta ênfase aos mesmos e não busca tanto o passado.

Pelo lado positivo, Chozen, o vilão do segundo filme e que havia aparecido na terceira temporada, é quem ganha mais destaque. A sua volta, além de fazer sentido, mostra um pouco mais do seu lado íntimo. Não apenas isso, a atuação de Yuji Okumoto é impecável e em pouco tempo fui conquistado pelo seu carisma um tanto quanto peculiar.

Imagem: reprodução/blog KaBuM!

Além de Chozen, outro personagem que volta a ganhar destaque é Terry Silver com os seus planos para expandir o Cobra Kai, algo que é a parte principal da trama. Apesar de continuar com uma abordagem violenta, sinceramente, não gostei da forma que foi trabalhado alguns dos planos do icônico vilão para com os personagens principais.

Entendo que algumas situações realmente precisassem acontecer e que até fazem sentido pela sua influência, afinal, ele é um dos homens mais ricos da cidade. Entretanto, ele praticamente saber “tudo de tudo” me pareceu um tanto forçado.

A abordagem com Johnny Lawrence, por sua vez, foi uma das que mais agradou, uma vez que o mesmo voltou a ganhar mais espaço na série. Apesar de ter evoluído bastante em diversos sentidos, você pode ficar tranquilo que sua atitude e jeito irreverente para corrigir e lidar com certas situações continuam intactos.

Também diferentemente do que vimos nas temporadas anteriores, a quinta temporada de Cobra Kai conta um pouco menos do passado de certos personagens. Isso, de certa forma, até é compensado com a chegada de novos personagens, mas que não “se vendem”.

Apesar de alguns destes personagens terem lá sua certa importância, eu realmente não gostei muito deles e apenas um ou outro rosto acaba sendo guardado. Além disso, a grande maioria deles acabaram estereotipados demais ao ponto de parecerem ter saído de um filme dos anos 90 (E, sim, sou fã de tudo dos anos 90, Karate Kid, Cobra Kai, Van Damme etc).

Alguns erros poderiam ter sido corrigidos

A quarta temporada da série focou bastante na rivalidade entre 3 dojos, sendo estes o Miyagi-Do, Presas de Águia e o Cobra Kai. Com o passar do tempo, é claro, nenhum dojo parou e mostrou certas evoluções, mas alguns erros não podem passar despercebidos.

Por exemplo, a quinta temporada tenta trazer um pouco de “profissionalismo” e em um dos dojos, no Miyagi-Do, os alunos sequer usam quimonos, algo que, convenhamos, não existe no mundo real. Também como foi visto na quarta temporada, por ter praticado artes marciais, algo que me incomoda é o fato de todos os alunos e senseis usarem faixas de mesma cor.

Do lado positivo, assim como na quarta temporada, apesar da quinta temporada ter menos lutas, as mesmas estão bem coreografadas. E, de forma geral, a atuação do elenco precisa ser, sim, elogiada.

Quinta temporada de Cobra Kai tem saldo positivo

Apesar de ter um certo tropeço, ao menos para meu gosto, no começo, a quinta temporada de Cobra Kai ainda é bem interessante. Os personagens, assim como já se esperava até há algum tempo, finalmente evoluíram e deixaram algumas diferenças de lado, mas o rancor ainda está um pouco infiltrado.

A partir da segunda metade, o nível de ação dos episódios sobe consideravelmente e os acontecimentos abrem espaço para, felizmente, nós vermos uma continuação. Entretanto, lembramos que até o momento nada foi confirmado sobre uma possível nova temporada.

Assim, mesmo considerando esta a temporada mais fraca da série até então, reconheço que a história ainda foi bem trabalhada. Desta forma, o fato dela ser mais fraca, de longe significa que a mesma seja ruim.

Agora, com os últimos acontecimentos, resta mais uma vez aguardar ansiosamente por mais Cobra Kai.