O diretor Mounir Radi não estava brincando quando, em entrevista durante a BGS 2023, disse que a Ubisoft Montpellier queria surpreender os fãs da franquia Prince of Persia. O time é responsável pelo próximo game da saga, Prince of Persia: The Lost Crown e, a convite da produtora, o blog KaBuM! pode jogar uma demonstração do game por três horas.

Antes de a demonstração ter início, o jogo oferece dois modos de jogo: guiado ou normal. Enquanto o primeiro fornece dicas por meio de ícones no mapa para ajudar na jornada, o segundo permite que você explore à vontade, mas 100% às cegas. Para essa sessão de testes, foi escolhido o modo guiado — basicamente porque o tempo era limitado e eu queria aproveitar o máximo possível da aventura.

Logo nos primeiros minutos, The Lost Crown surpreende com uma introdução de gráficos extremamente estilosos, cujas transições lembram as de uma graphic novel. Ainda assim, a abertura com animação “meio estática meio animada” não esconde que bebe da fonte de animes de pancadaria quando os personagens principais surgem na tela.

Intitulados “Imortais”, esses guerreiros fazem parte da elite de soldados persas e roubam rapidamente a cena com suas habilidades especiais repletas de formas, cores e efeitos. Logo que aparece Sargon, o protagonista de The Lost Crown, a abertura passa por uma graciosa transição para o gameplay, onde finalmente assumimos o controle e a jornada tem início.

Os primeiros trinta minutos de The Lost Crown servem como um tutorial, apresentando os comandos básicos do game. A movimentação fluida recheada de acrobacias muito bem animadas juntamente com os golpes ágeis e estilosos de Sargon causam uma ótima impressão inicial. Por meio de uma câmera 2.5D, a exploração segue um estilo plataforma e a combina da melhor forma possível com a fórmula metroidvania.

Isso significa que ao longo de The Lost Crown, será preciso vasculhar todos os cantos do mapa para encontrar passagens ocultas e paredes quebráveis, desvendar segredos e quebra-cabeças, e desbloquear novos caminhos conforme Sargon adquirir novas técnicas. A única exceção é o prólogo que, conforme mencionado anteriormente, serve apenas como um tutorial.

Prince of Persia: The Lost Crown

Imagem: Ubisoft/Divulgação

Vale mencionar ainda que o combate está bastante dinâmico. A agilidade e as inúmeras combinações de combos que Sargon pode executar tornam The Lost Crown ainda mais prazeroso de jogar. Você também pode defender, dar parry (defletir golpes) e deslizar por debaixo de obstáculos ou inimigos maiores — tática que, inclusive, veio muito a calhar no embate contra o primeiro chefão.

Sargon também conta com a energia sagrada Athra, simbolizada por uma barra no canto lateral direito da tela. O medidor é preenchido conforme o jogador acertar golpes nos inimigos e o recurso permite desferir golpes carregados como a “Onda de Athra”, ou utilizar habilidades especiais como a recuperação momentânea de HP (pontos de saúde).

E por falar em HP, logo de início o jogador tem também à disposição uma poção que pode ser ingerida e que restaura o medidor de energia do protagonista. E caso você esteja se perguntando, sim, a quantidade de poções pode ser aumentada posteriormente.

Passado o prólogo, eis que o jogo tem início de verdade. Você é apresentado devidamente aos Imortais por meio de conversas pessoais com cada um dos integrantes e também encontra Anahita, sua mentora. Depois, o protagonista é condecorado pela rainha Thomyris e seu filho Ghassan — e não posso deixar de mencionar que senti algo rolando entre o príncipe e Sargon e espero não estar errada.

Todos os personagens principais, por sinal, são extremamente únicos e possuem bons diálogos. A equipe da Ubisoft Montpellier parece ter feito um ótimo trabalho ao conseguir transpassar um pouco da personalidade de cada um dos Imortais por meio de conversas com Sargon, e tudo isso acontece em um curto período de tempo.

Afinal, as comemorações duram pouco para Sargon e os Imortais, pois o príncipe Ghassan é raptado por Anahita e cabe ao protagonista e seus companheiros impedi-la. Para tanto, os guerreiros partem para o Monte Qaf, um local amaldiçoado onde, reza a lenda, habitam as entidades Simurgh e Azhdaha.

Prince of Persia: The Lost Crown

Imagem: Ubisoft/Divulgação

Logo que os Imortais pisam em Monte Qaf, eles são aprisionados na região por uma espécie de barreira mágica temporal — elemento que não poderia faltar em um Prince of Persia. Então, decidem se separar para procurar por Anahita e o príncipe Ghassan o mais depressa possível.

A narrativa se desenvolve num ritmo excelente a partir desse ponto do gameplay, ora apresentando novas informações sobre os Imortais, ora introduzindo elementos e figuras inéditas que contribuem para o quebra-cabeça geral do enredo — tudo isso enquanto Sargon aprende novas mecânicas e habilidades. Honestamente, o plot também conta com reviravoltas muito interessantes.

Uma das mecânicas mais fascinantes, pessoalmente falando, está no Fragmentos de Memória, um recurso que permite gravar imagens de locais específicos do mapa (quase como se Sargon tirasse uma fotografia) e que auxilia o jogador a não esquecer de baús, quebra-cabeças ou locais que ainda não podem ser alcançados.

Existem também amuletos que podem ser encontrados e equipados no colar de Sargon e que concedem vantagens ou desvantagens para o protagonista, seja em exploração ou combate. Você deve escolher bem quais deverá carregar, pois os slots são limitados e a troca é feita somente quando encontrar Árvores Wak-Wak — que são basicamente os save points do jogo.

Há ainda uma forja comandada pela deusa Kaheva, que permite a criação de equipamentos (desde que os recursos requeridos sejam entregues). E por fim, é possível aprimorar atributos quando o jogador encontrar o Abrigo e conversar com a senhora que fica na tenda. Vira e mexe, Sargon também depara-se com uma garotinha perdida que, além de confundir com enigmas, também pode lhe vender porções do mapa.

Embora tenha conseguido chegar ao final da demonstração, sequer senti que passaram-se três horas jogando, de tão entretida e intrigada que estava com The Lost Crown. A combinação de acrobacias, espada, arco e flecha, magias e golpes físicos é bastante orgânica, ágil e dinâmica como em um jogo de luta, e tudo isso somado à exploração metroidvania, traz justamente a repaginada que a franquia Prince of Persia precisava e merecia. 

Prince of Persia: The Lost Crown

Imagem: Ubisoft/Divulgação

Isso sem contar os gráficos e ilustrações belíssimas do game e as claras referências a animes que tornam tudo ainda melhor. Pessoalmente, mal posso esperar para jogar o game completo quando for lançado.

Quando  Prince of Persia: The Lost Crown será lançado?

Prince of Persia: The Lost Crown chega em 18 de janeiro de 2024 para PC, Xbox One, PlayStation 4, Nintendo Switch, Xbox Series X|S e PlayStation 5. De acordo com a equipe de desenvolvedores, o game roda a 60 quadros por segundos em todas as plataformas e tem entre 20h e 25h de duração. O jogo está dublado em inglês, e no Brasil, será lançado apenas com legendas em português brasileiro.

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