A Remedy Entertainment e a Epic Games também estavam presentes no Summer Game Fest: Play Days com Alan Wake 2, que marca a estreia do estúdio no gênero de terror de sobrevivência. Infelizmente, o game não estava disponível para testes, mas foi possível assistir a uma apresentação à portas fechadas que durou cerca de trinta minutos. 

O gameplay estendido de Alan Wake 2 era completamente focado em Saga Anderson, um dos dois personagens jogáveis do título (sendo o outro, o próprio Alan Wake). Ela é uma agente do FBI e está em Bright Falls para investigar assassinatos ritualísticos que parecem estar conectados a um grupo misterioso conhecido como Cult of the Tree.

Durante o início do segmento, que acontece nos arredores de Cauldron Lake, Saga é acompanhada por outro agente do FBI, Alex Casey — cuja aparência é de Sam Lake, diretor criativo e roteirista do jogo. Os gráficos ultrarrealistas do gameplay e o lipsync perfeito são impressionantes. Além disso, o clima, a chuva e a floresta onde o capítulo 2 (intitulado The Heart) se passa, criam a ambientação perfeita para a investigação e os elementos sobrenaturais que vêm a seguir. É incrivelmente imersivo.

Durante a exploração inicial, Saga e Casey trocam algumas linhas de diálogos que situam o jogador com as informações necessárias para entender porque a dupla está na floresta ao redor de Cauldron Lake: eles investigam o assassinato de Robert Nightingale (uma figura importante do primeiro Alan Wake), e para tanto, retornam à cena do crime, onde o corpo da figura em questão foi encontrado.

Além de seguir a trilha do crime, Saga também está tentando decifrar o que significa o Overlap. Todos os diálogos e informações compartilhadas com o jogador nesse momento passam a impressão de que a agente do FBI já passou por eventos sobrenaturais durante missões anteriores.

Após Saga e Casey se separarem, a coprotagonista encontra uma árvore suspeita, envolta em escuridão. Para dissipar o manto de trevas que parece se desprender da realidade, ela utiliza sua lanterna e ilumina a área escurecida. Sua ação é então recompensada com uma pista: uma nova página do Manuscrito de Wake e… uma imagem que surge na tela para te assustar (ou te manter em alerta, dependendo do seu ponto de vista).

Imagem conceitual de Alan Wake 2

A floresta de Cauldron Lake (Imagem: Epic Games/Divulgação)

Enfim. O conteúdo registrado pelo desaparecido escritor leva a agente do FBI até seu próximo destino: o Witches Hut, uma cabana nas profundezas da floresta. Antes de acessar o local, porém, é necessário trocar o fusível da caixa de energia da casa. Encontrar o item não é exatamente desafiador, e logo, Saga está de volta ao recinto, agora devidamente iluminado.

Eis uma surpresa agradável: o Witches Hut, na realidade, se revela um Break Room. De acordo com os desenvolvedores, esses locais funcionam como uma espécie de abrigo, e o jogador poderá reconhecê-lo pela iluminação e pela presença de uma garrafa térmica de café sobre a mesa.

Aqui, será possível salvar o progresso (mesmo existindo checkpoints), retornar para capítulos anteriores e alternar entre jogar com Saga ou Wake. Mas a mecânica revelada logo em seguida foi a que mais chamou atenção: o Mind Palace exclusivo da agente do FBI, acessível com o toque de um botão, independente de o jogador estar em um abrigo ou não — mas, claro, não é recomendado ativá-lo durante combates.

Imagem conceitual de Alan Wake 2

O Mind Place de Saga (Imagem: Epic Games/Divulgação)

O Mind Palace funciona como um recinto fechado, acessível apenas dentro da mente de Saga. A personagem pode se locomover livremente dentro desse local e acessar diferentes menus. É aqui, por exemplo, que o jogador pode realizar upgrades em suas armas, revisitar pistas, reler páginas do Manuscrito, reassistir cinemáticas, analisar fotografias, verificar o mapa da área e, o principal: organizar o Case Board.

O quadro de evidências é uma representação visual da investigação de Saga, e talvez seja uma das mecânicas mais importantes do game, já que a progressão pode avançar de diferentes maneiras. Tudo depende de quais provas foram encontradas e como o jogador as conecta para chegar a uma suposição. Ao fazer deduções, você obtém novos objetivos de missão.

Mas, caso o jogador se sinta empacado durante a investigação, é possível utilizar uma carta na manga: o Profiling. Ainda em seu Mind Palace, Saga tem a habilidade de adentrar a cabeça de um indivíduo e observar o que ele viu e sentir o que ele sentiu. Por meio da criação de perfil, você descobre novos detalhes do caso e pode partir para um novo objetivo da missão.

Imagem conceitual de Alan Wake 2

O inimigo cultista chamado Taken (Imagem: Epic Games/Divulgação)

A apresentação então prosseguiu com Saga, seguindo resoluta para uma loja de conveniência onde finalmente encontraria o objeto que precisa para avançar em sua investigação: um coração tatuado. 

Contudo, encontrá-lo dentro da loja de conveniência não é exatamente uma tarefa fácil, especialmente porque Saga é surpreendida por um inimigo que veste uma máscara de cervo e empunha um machado. Chamados de Taken, estes seres foram corrompidos e possuídos pela misteriosa Dark Presence que surgiu em Washington; e para derrotá-los, será necessário utilizar um pouco de estratégia.

Isso porque os Taken não podem ser derrotados apenas com rajadas de balas. Antes de sequer conseguir atingi-los, você vai precisar usar o feixe de luz da lanterna para, primeiramente, remover o Escudo das Trevas (os vórtices de escuridão corrompida que estão presentes em diferentes partes de seus corpos). .

O segmento passou a impressão de que o combate é propositalmente desleixado para deixar o jogador ainda mais imerso na ambientação aterrorizante e no clima de suspense com elementos sobrenaturais do game — o que faz sentido, visto que o estúdio Remedy Entertainment quer deixar a aventura e a ação de lado nesta experiência.

Imagem conceitual de Alan Wake 2

O Overlap em Cauldron Lake (Imagem: Epic Games/Divulgação)

A batalha contra o Taken parece desafiadora, mas Saga vence o embate. Em seguida, ela avança até os fundos da loja de conveniência e encontra, dentro de um freezer, o coração tatuado que estava procurando. Embora a sensação de missão cumprida esteja presente, o caminho de volta não é nada tranquilo, com diversos inimigos mascarados surgindo.

Mas como Saga está em menor número, seria extremamente difícil enfrentá-los. Aqui, os desenvolvedores apresentam mais uma mecânica importante: os Safe Havens, áreas bem iluminadas que protegem e escondem temporariamente os personagens da presença dos Taken. Utilizando o recurso a seu favor, a agente do FBI consegue se livrar dos inimigos com um pouco mais de facilidade.

Prosseguindo até o Witches Ladle no centro da floresta, Saga então utiliza o macabro coração tatuado para uma espécie de ritual — ela está seguindo de forma precisa todas as orientações contidas no Manuscrito de Wake. Como resultado, uma espécie de portal se abre no tronco de uma árvore próxima, e a agente do FBI obviamente o adentra.

Neste ponto, entende-se que o Overlap é uma área onde o Dark Place se sobrepõe à realidade… o que significa que a realidade dos pesadelos no subconsciente de Wake está próxima, e isso não é bom. Enquanto ela caminha e se aprofunda cada vez mais nesta realidade, um espectro surge consistentemente, tentando alertá-la.

Saga não consegue compreender o que a aparição está tentando lhe dizer, mas logo o jogador entende qual era o perigo referido: o assassino de Nightingale está no Overlap. Uma espécie de batalha contra chefão mesclada com fuga e sobrevivência se inicia a partir deste ponto, e o confronto é feito em etapas. Além disso, o oponente é muito forte, violento e rápido, podendo se transportar de um lado para o outro em um piscar de olhos.

Como a apresentação precisa ser encerrada logo, não há margem para erros e, portanto, Saga mais uma vez é a vencedora de um terrível embate. Com o caminho livre, a agente do FBI prossegue pelo Overlap e finalmente alcançar o Dark Place, uma cidade onde sempre é noite e chove. Eis que o espectro novamente aparece e, desta vez, os dois conseguem se entender um pouco melhor.

 

Imagem conceitual de Alan Wake 2

A agente do FBI, Saga Anderson (Imagem: Epic Games/Divulgação)

De forma inexplicável, porém, Saga acaba indo parar em uma espécie de praia, onde encontra o corpo de um homem caído. Ao abordá-lo, a agente do FBI o reconhece: é Wake, em carne e osso. O escritor não faz ideia de onde está ou como foi parar nesse local, e logo recebe uma notícia surpreendente: ele esteve desaparecido por treze anos.

E é assim que a demonstração hands-off termina, deixando mais dúvidas do que respostas. Honestamente, eu não esperava sair da apresentação tão animada para jogar Alan Wake 2, e pretendo mergulhar fervorosamente no multiverso da Remedy Entertainment, a fim de me preparar para o próximo grande lançamento da saga.

Quando Alan Wake 2 será lançado?

Os trinta minutos de gameplay estendido pareceram cinco, de tão imersa e intrigada que eu estava. Os elementos de terror de sobrevivência (que inclui um inventário limitado bem ao estilo dos Resident Evil clássicos), o combate propositalmente desleixado, os inimigos aterrorizantes, o clima de mistério e a trama que abraça de vez o sobrenatural definitivamente me conquistaram, e eu mal posso esperar para jogar Alan Wake 2 em 17 de outubro de 2023, quando o game for lançado para PC (via Epic Games Store), Xbox Series X|S e PlayStation 5.

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