[Preview] ‘Ghost Trick’ traz o mesmo apelo dos portáteis nos consoles, mas não espere mais que isso

Shu Takumi, o criador da franquia Ace Attorney da Capcom, está na cadeira de diretor de Ghost Trick, a “releitura da releitura” de um clássico da publisher japonesa que chega em 30 de junho para o PlayStation 4 (PS4), Xbox One, Nintendo Switch e Windows (PC).

Dizemos “releitura da releitura” porque, conforme a Capcom já divulgou, esta versão de Ghost Trick não é a original (que foi lançada há aproximadamente 30 anos), mas sim a remasterização que chegou ao Nintendo DS em 2010 – 13 anos atrás. O blog KaBuM! teve acesso a uma build de testes do jogo, e nós contamos as nossas primeiras impressões a seguir.

A nossa versão corresponde aos três primeiros capítulos do jogo, mas de uma forma bem geral, Ghost Trick permanece o mesmo que lembramos: você assume o papel de Sissel, um homem que acabou de ser assassinado em circunstâncias misteriosas. O problema, sua alma ainda não fez a “passagem”, e agora você tem “poderes’ – especificamente, o poder de navegar sua alma para objetos inanimados do cenário, “possuindo-os” e alterando suas configurações.

Com essa habilidade e zero memória, agora você tem que correr contra o tempo para descobrir as circunstâncias que levaram à sua morte, ao mesmo tempo em que protege outras pessoas pelo seu caminho.

O principal atrativo do jogo segue sendo a sua variedade de jogo: a mecânica de “possuir” objetos é a mesma independentemente do que você faça, mas as consequências disso implicam em diferenças por praticamente tudo o que você vê na tela – você pode fazer um guarda-chuva abrir, uma mesa virar, um ventilador ligar… a ideia é gerar reações dos seres vivos que lhe auxiliem a chegar mais perto da verdade.

Os puzzles têm uma apresentação inócua, mas isso não é bem uma falha: a ideia é mostrar como algo aparentemente desconectado do objetivo pode levar você a um desenvolvimento satisfatório. Como derrubar um donut faz com que você salve a vida de um cachorro, ou destruir um fone faz com que uma pessoa se esconda de um assassino. É tudo bem amarrado e, ao cumprir a sua missão para aquele capítulo, as coisas fazem sentido.

Imagem: Capcom/Divulgação

Ghost Trick é o mesmo jogo, só que em um (questionável) HD

No caso dessa (re)remasterização de Ghost Trick, tudo isso é amplificado pela alta definição trazida pelo PlayStation 4 – algo até então inédito na marca, já que o Nintendo DS era incapaz de reproduzir a capacidade visual do console da Sony. Entretanto, o “agá dê” daqui não é dos mais evidentes: enquanto gráficos, modelos e movimentação parecem bem fluidos, o jogo todo ainda está configurado como se estivesse em um display CRT (aquele visual “quadrado”, de proporção 4:3).

Isso leva a uma dicotomia esquisita: por um lado, se vê uma notável evolução visual – o que era pixelizado está agora arrojado, as arestas foram aparadas, mas inseridos em um recipiente que não foi considerado para atualização. É como pegar um pacote inteiro das bolachas mais apetitosas do mundo, mas guardá-las em um copo descartável.

Felizmente, essa é a única ressalva: suponho que alguns jogadores possam sentir falta de alguma mecânica mais nova de jogabilidade ou apresentação diferente, mas é importante lembrar que esse não é um remake, mas sim uma remasterização de algo que já era remasterizado – apesar dos visuais atualizados e da trilha sonora rearranjada, Ghost Trick ainda é o mesmo jogo, em uma tela maior.

Trazendo um forte apelo nostálgico – e nada mais que isso – o jogo definitivamente não será para todos. Mas para quem ele se propõe a agradar, certamente ele vai funcionar muito bem.

Ontem (12), a Capcom liberou uma versão demonstrativa, com uma duração um pouquinho menor que a nossa build, mas que mostra bem o que esperar do título.

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