O lançamento de Cyberpunk 2077 deixou sua marca na história da indústria dos games. O ambicioso jogo infelizmente não conseguiu entregar tudo o que prometeu e como resultado, foi amplamente criticado. Depois do lançamento, o título ainda precisou receber diversas correções e ganhou uma fama negativa por parte dos gamers (mesmo aqueles que nunca o experimentaram).

Com o passar do tempo, o jogo foi melhorando e passou a ser reconsiderado por muitos jogadores, atingindo seu auge quando o anime Cyberpunk 2077: Mercenários estreou na Netflix. A adaptação praticamente salvou o projeto e, pouco tempo depois, a primeira expansão de história do game começou a tomar forma.

Intitulada Phantom Liberty, a expansão traz não apenas uma nova trama, como também diversas melhorias, adições e mudanças no gameplay do jogo base. E para ter um gostinho dessa experiência, o estúdio polonês CD Projekt Red convidou o blog KaBuM! para testar o conteúdo inédito por 1 hora, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

Também foi possível bater um papo com Wiktoria Stachowska, a artista de ambiente sênior e coordenadora de cidade; e Kacper Niepokólczycki, o artista líder de ambiente. Em breve, a entrevista será lançada na íntegra, mas por enquanto, você pode conferir as impressões da demonstração jogável de Phantom Liberty. E já adiantando: a expansão é a redenção definitiva de Cyberpunk 2077 — e eu não poderia estar mais feliz. 

Cyberpunk 2077 traz (mais) política e espionagem

Os testes com a expansão Phantom Liberty de Cyberpunk 2077 duraram cerca de 1 hora. A versão que escolhi jogar foi de PC, mas havia demonstrações de Xbox Series X|S e PlayStation 5 disponíveis. Também foi possível selecionar o idioma do jogo para o português brasileiro, o que me deixou ainda mais imersa em toda a experiência.

Para a sessão, a CD Projekt Red disponibilizou três arquivos de save. Um deles era focado na campanha principal de Phantom Liberty, e os outros dois eram voltados para uma exploração mais livre, com o objetivo de conhecer melhor o novo território de Dogtown e cumprir missões secundárias nesse ínterim.

Cyberpunk 2077: Phantom Liberty

Imagem: CD Projekt Red/Divulgação

Decidi escolher o arquivo de save da campanha principal, pois, além de ansiar por rever Johnny Silverhand (eternizado por Keanu Reeves), também estava me consumindo de curiosidade para conferir o novo personagem Solomon Reed (interpretado por Idris Elba).

Antes de contar sobre a narrativa, porém, vale explicar que para jogar Phantom Liberty é necessário ter o jogo base instalado. No entanto, os jogadores não precisam ter finalizado a campanha principal de Cyberpunk 2077 para desfrutar da expansão. É possível acessar o conteúdo a qualquer momento.

Além disso, a expansão é um thriller de espionagem repleto de intriga política. Segundo os desenvolvedores que me acompanharam durante os testes, o relacionamento entre V e Reed pode, inclusive, variar muito de jogador para jogador, já que a dinâmica entre eles é afetada pelas escolhas e respostas do protagonista em determinadas situações.

Cyberpunk 2077: Phantom Liberty

Imagem: CD Projekt Red/Divulgação

Ao que tudo indica, o jogador precisará escolher entre Reed e a netrunner Songbird, por exemplo. E em Phantom Liberty, a lealdade de V é um ponto chave para a trama. Independente de quem o jogador decidir confiar, Silverhand continua prestando assessoria ao protagonista com comentários e reflexões que devem ser levados em conta.

Por último, mas não menos importante, foi confirmado que a expansão tem múltiplos finais e, um dos encerramentos desbloqueia um novo desfecho para o jogo base. Tudo depende, de fato, de suas escolhas, e segundo a CD Projekt Red, nenhuma delas está necessariamente certa ou errada… será?

Um gostinho de campanha de Phantom Liberty

“A liberdade tem um preço”. Esta é a premissa de Phantom Liberty e não demora muito para entender o motivo por trás dessa frase que é destaque tanto no game quanto nos materiais promocionais.

Cyberpunk 2077: Phantom Liberty

Imagem: CD Projekt Red/Divulgação

A trama da expansão tem início com V, o protagonista, sendo guiado por Songbird pelos subúrbios de Dogtown. A misteriosa netrunner afirma ser a única capaz de ajudar o mercenário a desativar a bomba implantada em seu cérebro. Mas antes de cumprir sua parte, ela lhe pede um favor.

Seguindo as coordenadas de Songbird, conduzi V até o topo de uma construção, onde foi possível assistir à aeronave em que está a presidente dos Novos Estados Unidos da América (NEUA) sendo abatida por mísseis.

Em desespero, a netrunner misteriosa pede para que V salve a presidente e, a partir deste evento, eis que a ação toma conta. Alcançar o local do acidente exige um pouco de atenção e paciência, já que o caminho está tomado pelos homens do coronel Hansen. Mesmo perdendo algumas vezes, consegui invadir o local do acidente a fim de proteger Rosalind Myers, a mulher que comanda os NEUA.

[Preview] Cyberpunk 2077: Phantom Liberty é a redenção definitiva da CD Projekt Red
[Preview] Cyberpunk 2077: Phantom Liberty é a redenção definitiva da CD Projekt Red
[Preview] Cyberpunk 2077: Phantom Liberty é a redenção definitiva da CD Projekt Red

Após o encontro com Myers, a demonstração salta para um segmento um pouco mais adiante da narrativa, com o protagonista e a presidente entrando em uma espécie de abrigo em Dogtown. A primeira coisa que precisei aqui, foi fazer foi restaurar a energia. 

Logo em seguida veio a primeira escolha da demonstração: dois desconhecidos armados invadem o abrigo e, apesar de Myers protestar para que eu desse logo um fim à vida da dupla, escolhi tentar resolver a situação conversando.

A dupla até pareceu disposta a ouvir o que eu tinha a dizer, mas, como sem querer me movimentei bruscamente, os desconhecidos se assustaram e o plano foi por água a baixo. Fui forçada a empunhar a arma e disparar contra eles, perdendo assim a oportunidade de saber o que aconteceria caso tivesse tido êxito na conversa.

Novamente a demonstração saltou para outro momento, este mais contemplativo. Aqui, Myers e V conversam e ela oferece ao protagonista a oportunidade de se tornar um agente do governo, bastando fazer um juramento — o qual prontamente recusei. Independente da escolha, a presidente dos NEUA revela que existe um oficial inativo em Dogtown que pode ajudá-los a sobreviver.

Myers explica o passo a passo para contatar o agente e após a explicação, prossegui para o bar Captain Caliente. Após conseguir entrar no local, bastou encontrar um telefone fixo e digitar o código revelado pela presidente. 

A conversa com a voz que surge no telefone é curta, mas V obtém sucesso em marcar um encontro com o agente indicado por Myers. O local combinado é uma quadra de basquete próxima e foi exatamente para lá que eu caminhei.

[Preview] Cyberpunk 2077: Phantom Liberty é a redenção definitiva da CD Projekt Red
[Preview] Cyberpunk 2077: Phantom Liberty é a redenção definitiva da CD Projekt Red
[Preview] Cyberpunk 2077: Phantom Liberty é a redenção definitiva da CD Projekt Red

Esperando pela figura misteriosa, eis que uma interação acontece repentinamente: o agente inativo surge atrás de V e o rende. Mesmo em público, a dupla consegue conversar e trocar algumas informações. Quando o protagonista fala que foi enviado por Myers, os ânimos se acalmam um pouco.

Em seguida, parti para um local mencionado pelo misterioso homem — não muito longe da quadra, felizmente. Chegando lá, entrei no carro indicado e esperei até que uma figura se aproximasse e assumisse o volante. Neste momento, finalmente conheci o ex-agente da FIA, Solomon Reed (o personagem de Idris Elba).

Os dois dirigem juntos para o esconderijo onde está Myers, mas não sem antes terem de lidar com alguns dos capangas do coronel Hansen que seguiram os protagonistas, já que continuam no encalço da presidente. Em meio a tudo isso, Reed conversa com V e compartilha algumas informações interessantes sobre si e sobre a mulher que estamos tentando proteger.

Cyberpunk 2077: Phantom Liberty

Imagem: CD Projekt Red/Divulgação

Algumas batalhas vencidas depois, consegui retornar ao esconderijo. O reencontro entre Myers e Reed gera um clima visivelmente desconfortável e, durante os diálogos, fiquei com a impressão de que existe uma história mal resolvida entre os dois, além de muito ressentimento guardado.

A demonstração acaba neste ponto e, honestamente, eu não senti que tinha se passado 1 hora de gameplay. O tempo voou de tão intrigada que eu estava com a trama de Phantom Liberty. Além disso, meu objetivo era conhecer e interagir com Reed, pois eu queria conferir o personagem de Elba mais do que tudo.

Além de ter me sentido realizada, ainda saí da sessão ansiosa para jogar mais e poder descobrir o que acontece depois.

O distrito de Dogtown e algumas novidades de gameplay

Cyberpunk 2077: Phantom Liberty

Imagem: CD Projekt Red/Divulgação

A nova área Dogtown é um distrito em conflito. Governada por uma milícia, o lugar segue suas próprias regras e pode ser encontrado atrás das ruínas de Night City. De acordo com os desenvolvedores, existem diversas missões secundárias inéditas que vão desde operações secretas a batalhas perigosas.

Dogtown foi construída para parecer um ecossistema próprio e independente de Night City. A CD Projekt Red inclusive afirma que o objetivo é que você sinta como se estivesse pisando em um mundo no qual você não necessariamente pertence ou está familiarizado. Durante o bate-papo, os desenvolvedores afirmaram também que uma das inspirações para o novo território foram as favelas do Brasil.

Pelo pouco que pude explorar Dogtown (já que eu estava focada na campanha principal), pude sentir que é possível circular livremente e interagir não apenas com os personagens não-jogáveis, mas também com as atividades da área. Além disso, foi confirmado que existem novas armas e veículos na expansão.

Cyberpunk 2077: Phantom Liberty

Imagem: CD Projekt Red/Divulgação

Ainda falando em novidades, Phantom Liberty também apresenta uma nova árvore de habilidades com uma variedade de técnicas inéditas que podem ser adaptadas para diferentes estilos de jogo — seja este focado em furtividade, tiroteio, cyberware ou qualquer outro.

Também é válido citar que os gráficos receberam tratamento especial, e muitos elementos foram aprimorados ou até mesmo recriados. Isso é nítido nas animações e movimentos dos NPCs, por exemplo. E as ruas, lojas e outros estabelecimentos externos também parecem melhores do que nunca. 

Em termos de gameplay, senti que tanto o combate corpo a corpo quanto o uso de armas de fogo estão mais prazerosos. De acordo com o estúdio polonês, foram implementados novos sistemas e as mecânicas foram reajustadas. Além disso, existem novos itens e equipamentos, bem como veículos armados. Todas as mudanças, mesmo as mais simples, reforçam que a CD Projekt Red ouviu o feedback dos jogadores e está empenhada em fazer de Phantom Liberty um novo marco para o jogo.

A expansão Cyberpunk 2077: Phantom Liberty está prevista para 26 de setembro de 2023 e será lançada para PC (via  Steam Epic Games Store), Xbox Series X|S e PlayStation 5.

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