[Review] Pentiment é uma história intrigante, mas que pode ser cansativa
Pentiment coloca o jogador para resolver um crime durante o século XVIBy - Luiz Nogueira, 14 novembro 2022 às 13:28
É difícil pensar que Pentiment chamaria muita atenção se fosse lançado fora de um serviço como o Xbox Game Pass, principalmente por conta de sua temática e algumas questões de gameplay.
No entanto, mesmo assim, trata-se de um jogo com uma proposta bastante inusitada – e que pode ser uma das grandes surpresas do ano, já que chega pelas mãos da Obsidian, responsável por Grounded e The Outer Worlds.
Quer saber se Pentiment vale a pena? O blog KaBuM! jogou o game e conta em detalhes o que esperar da aventura. O título foi analisado em um Xbox Series X a partir de uma chave enviada pela Microsoft.
Mistério a ser resolvido
Como era de se esperar, Pentiment foca em sua história e em como Andreas Maler, um artista que está em um vilarejo da Bavária do século XVI a trabalho, deve correr contra o tempo para resolver o assassinato de um nobre e livrar um de seus amigos da acusação do crime.
A história começa pouco antes de Andreas entrar na história de mistério e tem um ritmo lento – e, em alguns momentos, até maçante – e mostra um dia qualquer na vida do personagem enquanto ele anda pelo local conversando com os habitantes.
Como o game é todo baseado em história, há muita coisa escrita. Juntando com a falta de dublagem, me senti lendo um livro história – até porque a arte do game e a forma como as falas são escritas remete a isso.
Uma das características mais interessantes de Pentiment é que, logo no começo, é possível escolher o tipo de fonte do jogo, se todas as pessoas terão o mesmo tipo de letra durante os diálogos ou se cada um terá uma diferente.
Em partes isso é ótimo, já que o nível de instrução de cada pessoa mostra como será sua fonte. Quanto mais “estudada”, mais clara é a comunicação. Em alguns casos, é quase impossível ler o que o personagem está dizendo. Muitas vezes tive que chegar perto da TV para tentar decifrar o que está escrito.
Mesmo assim, isso é muito bom, já que, apesar da falta de voz, isso dá a cada personagem, de certa forma, uma entonação diferente.
Apesar de ser uma história que depende quase que totalmente do enredo, Pentiment também conta com alguns elementos que ajudam na atmosfera, como diálogos específicos para contextualização de acontecimentos, ações do cenário e paisagens.
Moldando o personagem
Logo no começo do game, por meio de conversas com os personagens, Andreas “molda” sua personalidade de acordo com as escolhas feitas pelo jogador. É possível escolher de onde o personagem veio, quais suas aspirações e seus interesses.
Isso tem grandes implicações em toda a história, já que, dependendo do passado de Andreas, algumas questões são facilitadas durante a investigação do crime. Portanto, escolha bem essas opções, já que elas vão acompanhá-la por toda jogatina.
O poder das escolhas
E por falar em escolhas, ao longo do jogo será necessário responder muitos questionamentos feitos pelos personagens. Seja de coisas banais ou componentes importantes para a resolução do crime.
Portanto, tome cuidado com o que escolher, por mais que pareça algo simples, as implicações podem ser grandes para a história de Pentiment e, consequentemente, para o destino dos personagens.
Outra coisa interessante do game é que é necessário descobrir o assassino para inocentar seu amigo. Por conta disso, é possível acusar qualquer pessoa da vila pelo crime, mesmo que não se tenha comprovação disso.
A questão é que o game não avisa se a pessoa que você acusou é de fato a culpada. Isso faz com que o jogador tenha de analisar muito bem todas as pistar coletadas durante a jogatina.
Correndo contra o tempo
Por fim, Pentiment é um jogo com tempo limitado. Isso porque os jogadores não têm tempo para coletar todas as pistas e conversar com todos os envolvidos disponíveis para ajudar na resolução.
Há um número limitado de horas para cada dia e, por conta disso, é necessário escolher bem qual caminho seguir, com quem falar e quais objetivos cumprir.
Isso também é bom pelo fator replay, já que o jogador pode querer jogar o game mais vezes para escolher caminhos diferentes e ver quais consequências isso pode gerar para Andreas – já que cada decisão ramifica consequências distintas e, em alguns momentos, destrutivas para o personagem.
Conclusão
Infelizmente, Pentiment pode não ganhar o reconhecimento que merece e não ser muito notado. Por outro lado, com a chegada ao Xbox Game Pass já no lançamento, pode ser que o público se interesse pela aventura.
No entanto, apesar de a história ser o ponto alto, ela também esconde o grande problema do jogo, que pode ser lento e cansativo em alguns momentos – principalmente até o game engrenar na história.
Vale lembrar que Pentiment chega ao PC, Xbox One e Xbox Series S/X na próxima terça-feira (15).
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