Desde que foi anunciado, God of War: Ragnarök foi cercado de expectativas e muito se falou se o game seria melhor que o anterior, lançado em 2018. Posso adiantar que o games faz, sim, jus ao antecessor e mostra que a série conseguiu de fato se reinventar.

Há algumas semanas, nosso texto de primeiras impressões de God of War: Ragnarök mostrou um pouco do que os jogadores podem esperar do título. Agora, chegou a hora do nosso review completo da nova aventura de Kratos e Atreus, que chega ao PlayStation 4 e PlayStation 5 no próximo dia 9.

História

Imagem de God of War Ragnarök

Imagem: Sony Interactive Entertainment/Reprodução

Alguns anos após os eventos do jogo anterior, Atreus ainda está em busca de entender o real significado de sua verdadeira identidade.

O problema é que ele deve descobrir isso em meio ao despertar do Ragnarök, considerado o fim do mundo da mitologia Nórdica. Em meio a essa jornada, os personagens encontram muitos aliados e diversos inimigos que querem matar ambos – seja por seu papel nos eventos do Ragnarök ou pelas consequências do jogo anterior.

Como era de se esperar, o jogo conta com um enredo muito rico em referências à mitologia e bastante amarrado na questão do encaixe dos acontecimentos. Portanto, a história de God of War: Ragnarök foi tão bem construída, que fica difícil dizer que Kratos não faz parte dessa mitologia.

Imagem de God of War Ragnarök

Imagem: Sony Interactive Entertainment/Reprodução

As, digamos, “participações especiais” também são bastante interessantes e servem para enriquecer ainda mais a história do game – e permitem ao jogador ter muitos sentimentos: revolta, empatia e até estranhamento.

Há ainda algumas surpresas de enredo que, já eram esperadas, mas que podem pegar os jogadores desprevenidos de qualquer forma. Juro que meu queixo caiu em alguns momentos e fiquei sem reação. Tive que pausar o game para processar o que aconteceu.

Imagem de God of War Ragnarök

Imagem: Sony Interactive Entertainment/Reprodução

Para evitar spoilers, não citarei nenhum momento específico. O que posso dizer é que a história do game é apenas um dos muitos destaques de God of War: Ragnarök.

Desenvolvimento de personagens

Imagem de God of War Ragnarök

Imagem: Sony Interactive Entertainment/Reprodução

Há um grande desenvolvimento de personagens neste segundo game. Apesar de ter uma diferença de apenas três anos entre este game e o anterior, podemos ver o quanto Atreus está mais maduro – embora ainda seja possível constatar que ele ainda é muito jovem para entender a magnitude de tudo que está acontecendo.

Imagem de God of War Ragnarök

Imagem: Sony Interactive Entertainment/Reprodução

Por conta dessa questão, a relação entre Kratos e ele ainda tem alguns atritos, embora eles estejam mais ligados que nunca no propósito de impedir o Ragnarök.

Mas não são só eles que merecem ser destacados nesta questão. Mimir, a cabeça falante que Kratos carrega presa à sua cintura, está de volta e mais afiado que nunca. Em vários momentos, ele – que é considerado um amigo de nosso personagem principal -, dá muitos conselhos para o jovem Atreus e fala sobre como o destino do garoto está diretamente ligado aos Nove Reinos.

Imagem de God of War Ragnarök

Imagem: Sony Interactive Entertainment/Reprodução

Mas não são só os personagens principais que mudaram. Alguns dos que retornam também têm atitudes diferentes em relação ao game anterior. Freya, por exemplo, ainda nutre sua sede de vingança por Kratos após o personagem matar Baldur, seu filho.

No entanto, aqui, ela é vista como uma personagem impiedosa, mas que se mostra justa – principalmente após um diálogo específico.

Mundo aberto, colecionáveis e upgrades

Imagem de God of War Ragnarök

Imagem: Sony Interactive Entertainment/Reprodução

O que me pegou de surpresa em God of War: Ragnarök é a liberdade de exploração de algumas áreas. Após alguns momentos específicos, o jogador fica livre para andar pelos cenários e conseguir upgrades para seus equipamentos (armas ou armaduras) e itens colecionáveis que ajudam a compreender melhor o passado de alguns personagens e sua atuação na história.

São nesses momentos também que será possível concluir as missões secundárias disponíveis no game – que não são poucas. E, diferentemente do que se pode pensar, elas têm muito conteúdo e, inclusive, acrescentam detalhes à história e ajudam a entender melhor alguns acontecimentos.

Em uma específica, próxima ao começo do game, é necessário andar por um cenário vivo para uma tarefa específica. Esse é um dos exemplos em que as missões secundárias são tão interessante quanto o enredo principal.

Imagem de God of War Ragnarök

Imagem: Sony Interactive Entertainment/Reprodução

Outra coisa interessante é que em quase todos os nove reinos para os quais podemos viajar – e voltar para eles a quase qualquer momento – há muita coisa para coletar. São baús e áreas novas que só podem ser acessados com habilidades específicas.

Portanto, tenha uma boa memória – ou faça como eu e anote onde cada coisa está – para que, assim que aquela habilidade for adquirida, você volte até lá e consiga acesso ao que está guardado. É com isso que o jogador consegue melhorar os equipamentos e até o próprio personagem, com aumentos de vida, por exemplo.

Gráficos e trilha sonora

Imagem de God of War Ragnarök

Imagem: Sony Interactive Entertainment/Reprodução

Aqui, é um ponto de extremo destaque. God of War: Ragnarök é um dos jogos mais bonitos já lançados para o PlayStation 5. Apesar de achar que Demon’s Souls ainda ganha como jogo mais bonito, a nova aventura de Kratos não fica muito atrás.

O trabalho do estúdio Santa Monica é bastante competente e mostra o que podemos esperar da atual geração de consoles – mesmo que o título tenha algumas limitações por conta de seu lançamento simultâneo para PlayStation 4.

De qualquer forma, acostume-se a ficar com o dedo no botão de captura para conseguir pegar aquele momento de tirar o fôlego durante uma animação ou até mesmo durante o jogo, já que não há muita diferenciação entre o que é gráfico de jogo e o que é animação.

Imagem de God of War Ragnarök

Imagem: Sony Interactive Entertainment/Reprodução

O tamanho do jogo impressiona, já que são quase 100 GB no PlayStation 5. Mas isso tem uma explicação: o plano sequência está de volta. Por conta disso, além dos gráficos de tirar o fôlego, o game conta com apenas “uma” câmera que acompanha os personagens do começo ao fim, dando mais imersão ao título.

God of War Ragnarok

Imagem: Divulgação

Mas além dos gráficos, a trilha sonora de God of War: Ragnarök é épica. As batalhas contra chefes, mesmo que seja secundários, ganham outro tom com aquela música de fundo. Há uma euforia que remonta aos games clássicos da série, em que a música era peça integrante do conjunto.

Por isso, será um deleite para os jogadores ouvir novamente o trabalho feito Bear McCreary, o responsável também pela sonorização do game anterior de Kratos.

Combates

Imagem de God of War Ragnarök

Imagem: Sony Interactive Entertainment/Reprodução

Os combates também ganharam mudanças sutis em relação ao game de 2018, embora bastante necessárias para manter o ritmo frenético pelo qual God of War sempre foi conhecido. Com as Lâminas do Caos, tudo fica ainda mais fluído e lembra bastante os games clássicos do personagem, lá da época do PlayStation 2.

Então, pense na situação: temos a fluidez de sempre, com os elementos dos games mais recentes. É como se fosse a receita de sucesso para uma das questões mais importantes do jogo.

Ilustração do jogo God of War Ragnarok

Imagem: Divulgação/PlayStation

Acostume-se a conseguir desferir combos com as Lâminas e o Machado para causar ainda mais dano e, com a ajuda de Atreus e suas flechas, emendar combos dignos do Deus da Guerra.

As armas ainda podem ser melhoradas para que sejam atribuídos efeitos passivos ao desferir golpes. O machado já possui seu elemento de gelo, mas, com algumas modificações, é possível potencializar seu dano.

Imagem de God of War Ragnarök

Imagem: Sony Interactive Entertainment/Reprodução

Atreus também ganhou algumas mudanças de gameplay para permitir que tudo fique ainda mais natural e os jogadores se sintam confortáveis com sua presença durante as lutas – não seja como no game de 2018 que, em alguns momentos, ele era um alvo fácil.

No entanto, como nem tudo é perfeito, um bug bastante incômodo aconteceu durante uma das lutas. Atreus, pouco antes do embate, viu uma passagem em uma cerca e avisou Kratos: “Tem um buraco naquela cerca”.

Por algum motivo que ainda não entendi, a frase bugou e ele ficou repetindo-a exaustivamente durante a próxima cutscene – sim, ele ficou repetindo isso durante seu diálogo – e até durante a luta.

Imagem de God of War Ragnarök

Imagem: Sony Interactive Entertainment/Reprodução

No começo foi engraçado ver que, entre cada flechada, ele falava “tem um buraco naquela cerca”. Obviamente, depois de um tempo, ficou chato, me obrigando a recarregar o save para resolver a questão. Felizmente, isso ocorreu apenas uma vez.

Conclusão

God of War Ragnarök ganha vídeo dublado com resumo da história

Imagem: PlayStation/Reprodução

God of War: Ragnarök é uma das obras-primas dos games. É aquele jogo que te faz ficar com vontade de explorar tudo para aproveitar ao máximo a experiência – que promete muitas surpresas e reviravoltas.

O título é uma ótima continuação que mantém o nível do game lançado em 2018 e acrescenta alguns detalhes que fazem a diferença e podem tornar a experiência ainda mais satisfatória para os jogadores.

Imagem do game God of War Ragnarok

Divulgação: PlayStation

O game é altamente recomendado não só para quem é fã do personagem e esperou ansiosamente pelo lançamento do jogo, mas também para quem procura um ótimo jogo de ação que possui muito material para ser consumido.

Como citado, God of War: Ragnarök chega em 9 de novembro para PlayStation 4 e PlayStation 5.

Para esta análise, rodamos o jogo em um PlayStation 5 a partir de uma cópia cedida pela Sony.

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