Os celulares dobráveis têm chamado bastante a atenção por conta de suas propostas diferentes. Já a Samsung é uma das empresas que vem investindo neste tipo de aparelho, sendo que está prestes a lançar o Galaxy Z Fold 3 em breve no Brasil.

O blog KaBuM!, por sua vez, teve a oportunidade de testar o aparelho, que tem algumas novidades bem interessantes em relação ao seu antecessor. A seguir, confira o que achamos do Galaxy Z Fold 3 em seu review!

Design e acabamento

Na questão do acabamento, como esperado, o Galaxy Z Fold 3 traz um visual bem elegante. Algo positivo em que a Samsung acerta por aqui foi na adoção do material Armor Aluminum, que é bem resistente e não deixa o aparelho passar a sensação de ser frágil, apesar do celular “dobrar”.

Galaxy Z Fold 3 - Acabamento

Uma outra novidade interessante e que também agrada é que a Samsung conseguiu a certificação IPX8 em um celular dobrável, que torna o produto resistente a água, mas não a poeira. Essa certificação, vale notar, não impede que a água entre em certas partes do Fold, mas não compromete os componentes.

O movimento de dobrar o Galaxy Z Fold 3 não exige muito esforço e pode ser feito bem naturalmente com duas mãos, sendo que nenhum “estalo” é dado para indicar que o aparelho alcançou a posição correta. Para quem está preocupado em relação à durabilidade, a Samsung afirma que o mecanismo da dobra, em testes, resistiu pelo menos 200.000 vezes ao movimento.

O Galaxy Z Fold 3 pesa aproximadamente 271 gramas e não é um celular muito leve para ser utilizado com apenas uma mão quando está fechado, mas isso era esperado devido a suas “telas extras”. Já quando aberto, devido ao seu peso ficar mais distribuído, não tive incômodo algum para usá-lo mesmo durante horas seguidas.

Galaxy Z Fold 3 - Peso

As câmeras localizadas na parte traseira do aparelho são um pouco saltadas em relação ao corpo e, ao menos até o momento, nenhuma capa pode protegê-las. Já os alto-falantes do aparelho ficam localizados em sua parte superior e inferior. E, assim como em outros modelos, a Samsung não inclui no Fold 3 uma entrada para fones de ouvido.

Galaxy Z Fold 3 - cameras

Já o leitor de impressões digitais fica localizado na parte lateral do aparelho em seu botão Power. Em nossos testes, o leitor apresentou um ótimo tempo de resposta e reconhecimento das digitais bem preciso.

Em relação a textura utilizada no Galaxy Z Fold 3 fica o elogio por conta do aparelho não apresentar manchas de dedos nem sujar fácil. Entretanto, devido ao “vão” das telas de dentro, estas duas acabam pegando sujeira com bastante facilidade, isso sem contar o fato de ficar a recomendação de não ter nada no bolso além do celular para evitar acidentes com outros objetos.

Em relação ao kit do aparelho, fica a crítica pela caixa do produto só vir com um cabo USB-C. Ou seja, o celular, ao menos para nós, veio em uma caixa sem o seu carregador.

Telas do Galaxy Z Fold 3

O Galaxy Z Fold 3, assim como os outros celulares dobráveis da Samsung, vem com 3 telas e, por isso, é necessário falar de cada uma delas separadamente para poder abordar todos os detalhes. Apesar de algumas diferenças, vale notar que todos os displays do produto são do tipo Dynamic Amoled 2X com taxa de atualização de 120 Hz e possuem a proteção do Gorilla Glass Victus contra trincos, arranhões e quedas.

A tela de fora do celular, quando o mesmo está fechado, possui 6,2 polegadas e resolução de 2268 x 832 pixels com a proporção 25:9. Apesar de oferecer uma boa qualidade de imagem, pessoalmente, considerei esta tela bastante estreita para um uso “confortável” do aparelho, uma vez que elementos de certos aplicativos ficam muito juntos um dos outros.

Já quando aberto está aberto na sua forma de “tablet”, o aparelho tem uma tela de 7,6 polegadas na proporção 5:4 e resolução de 2208 x 1768 pixels. Esta tela também apresenta uma boa qualidade de imagem, mas um vinco pode ser notado na parte em que o celular dobra. Apesar de isso ser um pequeno incômodo no começo, após usar o celular por uns minutos, eu quase não lembrava que o mesmo estava por lá.

Galaxy Z Fold 3 - vinco

Por padrão, as telas vêm definidas para exibir cores bem vivas, que as vezes prejudicam a visualização de certos elementos. Entretanto, eu não considero isso exatamente um contra, uma vez que tal ponto pode ser mais questão de gosto pessoal do que algo errado.

Um outro detalhe diferente visto no “modo tablet” do aparelho fica por conta da câmera de selfies estar debaixo da tela. Assim, a Samsung conseguiu fazer com que os usuários não vejam um buraco, mas um tipo de pixels camuflados com a cor do aplicativo ou jogo que está sendo executado. A solução, entretanto, não é perfeita e outros problemas relacionados a este ponto serão comentados mais adiante na parte das fotos.

Galaxy Z Fold 3 - detalhe da câmera debaixo da tela escondida

 

Por contar com uma taxa de atualização de 120 Hz para todas as suas telas, felizmente, o Fold 3 traz animações bem fluídas e jogar nele acaba sendo uma ótima pedida. Em seu menu, inclusive, é possível configurar para ter uma taxa de atualização fixa de 60 Hz ou uma “adaptável”, que sempre será otimizada de acordo com o conteúdo a ser exibido. Pessoalmente, em meus testes, optei por ficar sempre com a taxa adaptável.

Ao contar com uma solução da AKG e com altos falantes estéreo, na questão do som, o Galaxy Z Fold 3 não decepciona nem um pouco. Inclusive, os graves são bem acentuados e ver séries com efeitos especiais é uma atividade bem prazerosa de ser realizada com o aparelho.

Também ao testar o aparelho com o volume no máximo para escutar músicas, vale ressaltar que não tive qualquer tipo de ruído ou distorção.

A experiência Fold

Um dos principais diferenciais deste aparelho, é lógico, fica por conta do mesmo poder ser utilizado como um celular e tablet. Já por isso ser ainda algo novo, certas atividades acabam sendo otimizadas e outras não.

Por exemplo, digitar com o Galaxy Z Fold 3 é mais fácil até mesmo do que em um celular devido ao seu teclado ficar separado quando utilizado no modo tablet.

Já os aplicativos, do Google e de outros desenvolvedores, apresentam experiências mistas. No Spotify, por exemplo, você tem acesso a uma interface parecida com a do aplicativo para PC, em que a música sendo reproduzida fica do lado e mais conteúdos ficam à mostra em uma parte maior.

Galaxy Z Fold 3 - Spotify com interface otimizada

Já no Instagram, que não vem otimizado, algumas bordas são adicionadas aos cantos da tela e um espaço que poderia ser bem utilizado acaba sendo perdido. Para ajudar em alguns casos, através do Labs, em que recursos são testados, a Samsung criou uma função Flex para alguns apps terem mais opções ao serem utilizados no “modo tablet” do Fold 3. Assim, por exemplo, algo sendo reproduzido na Netflix pode ficar com seus controles na tela de baixo, ao celular ser apenas parcialmente aberto.

Um modo que já funciona muito bem, por sua vez, é o de poder utilizar mais de um aplicativo ao mesmo tempo. Além das tradicionais janelas flutuantes, os usuários, quando usam o aparelho no modo tablet, podem abrir um app em cada tela.

Para fotos, um diferencial do Galaxy Z Fold 3 fica por conta do mesmo permitir que selfies sejam tiradas com a lente principal do aparelho. Para isso, o celular deve estar no modo tablet e a pré-visualização da foto/imagem da câmera é exibida em sua tela externa. O modo funciona extremamente bem, entretanto, “girar o aparelho fisicamente” às vezes gera toques involuntários, que fecham o aplicativo da câmera.

Assim como outros aparelhos premium da Samsung, este celular dobrável também traz suporte ao modo Dex para que possa funcionar como o sistema de um computador quando conectado a um monitor.

O Galaxy Z Fold 3, vale lembrar, também é o primeiro aparelho da linha Fold a trazer suporte oficial à S Pen. Infelizmente, nós não recebemos tal acessório para realizar testes.

Desempenho e autonomia

No que diz respeito ao desempenho, praticamente não existem críticas para o Galaxy Z Fold 3, que possui um dos melhores processadores do momento. Veja os principais itens de sua configuração:

  • Processador Qualcomm Snapdragon 888;
  • GPU Adreno 660;
  • Bateria de 4.400 mAh com carregamento rápido de até 25W (com fio) e 11 W (sem fio);
  • 12 GB de memória RAM;
  • 256 GB ou 512 GB de espaço para armazenamento interno com tecnologia UFS 3.1 expansível via cartão microSD.

Em aplicativos, mesmo ao realizar tarefas mais pesadas como edições, em momento algum presenciei ou senti qualquer lentidão, como já esperado. Em relação a números, no teste de benchmark do Geekbech 5, o Galaxy Z Fold 3 alcançou a pontuação de 1.123 para atividades single-core e de 3.470 para atividades multi-core.

Já em jogos, a experiência foi praticamente a mesma, com todos os títulos testados sendo rodados no máximo. Inclusive, nos meus testes com o Wild Rift, com todos os gráficos no Ultra, na maior parte do tempo o FPS ficou em 120, apenas com uma ou outra queda bem rara para 110. O celular, vale notar, até chega a esquentar um pouco, mas em nenhum momento tive a sua performance comprometida por conta disto e sequer ficou difícil ou incômodo de segurá-lo.

Galaxy Z Fold 3 - Jogos

Em relação à autonomia, já não cheguei a ser tão surpreendido. Ao utilizar o aparelho para jogar, em aproximadamente uma hora de uso utilizando as configurações descritas acima, a sua carga desceu em aproximadamente 20%. Já para atividades mais simples, como navegar ou ver vídeos, a carga desceu em aproximadamente 12%.

De forma geral, quem fizer um uso moderado do aparelho até pode conseguir fazer com que sua bateria dure um dia inteiro. Já para um uso mais intenso, o Galaxy Z Fold 3 precisará que uma recarga seja feita durante o dia. Esses testes, vale lembrar, foram realizados com a taxa de atualização da tela no modo adaptável.

Aqui, vale notar mais uma vez que o celular não vem com um carregador em sua caixa, apenas com um cabo USB-C. Já ao usar um carregador da própria marca com carregamento rápido de 25 W, o tempo para a recarga completa ser efetuada foi de pouco mais de uma hora.

Fotos e câmeras

A lente principal do Galaxy Z Fold 3 possui 12 MP e abertura f/1.8. Apesar de não ser tão avançada quanto a lente de outros aparelhos da própria marca, o Fold 3 consegue registrar boas fotos quando o ambiente possui uma boa iluminação. De forma geral, os níveis de detalhes são altos e as cores, na maioria das vezes, saem um pouco mais saturadas para dar aquela aparência mais vívida, que pessoalmente me agrada.

Galaxy Z Fold 3: Samsung acerta em quase tudo
Galaxy Z Fold 3: Samsung acerta em quase tudo
Galaxy Z Fold 3: Samsung acerta em quase tudo
Galaxy Z Fold 3: Samsung acerta em quase tudo

O modo noturno do aparelho, assim como o de outros celulares topo de linha, também funciona bem e é capaz de iluminar as fotos sem que as cores fujam da realidade. Inclusive, usar a câmera traseira para selfies com o modo noturno é possível e o resultado, que pode ser visto na galeria abaixo, é interessante. A galeria conta com a mesma foto tirada sem o modo noturno para que a qualidade possa ser comparada.

Galaxy Z Fold 3: Samsung acerta em quase tudo
Galaxy Z Fold 3: Samsung acerta em quase tudo

Já a lente teleobjetiva também possui 12 MP e tem abertura de f/2.4. Além de contar com estabilização óptica OIS, essa lente traz um zoom óptico de 2x, que pode ser considerado pouco perto de outros aparelhos premium, e digital de até 10x. Já as suas fotos, seguem o mesmo padrão da lente principal e atingem um ótimo nível de detalhes. Mesmo sem o aparelho ter uma lente macro, até mesmo fotos de objetos de perto podem ser tiradas com boa qualidade, apesar de saírem com o aspecto de uma foto do modo “retrato”.

Galaxy Z Fold 3: Samsung acerta em quase tudo
Galaxy Z Fold 3: Samsung acerta em quase tudo

A lente ultra-wide também tem 12 MP e sua abertura é de f/2.2. De forma geral, o campo de visão desta lente não é dos maiores, mas a sua qualidade é boa, apesar de pequenas distorções ficarem em evidência nos cantos em alguns casos.

Galaxy Z Fold 3: Samsung acerta em quase tudo
Galaxy Z Fold 3: Samsung acerta em quase tudo

A parte de selfies, devido ao aparelho ter duas câmeras destinadas para isso, precisa ser dividida em duas partes. A câmera presente na tela externa tem 10 MP e abertura f/2.2. As fotos tiradas com ela apresentam um bom nível de detalhes, entretanto, dependendo da iluminação do ambiente, alguns artefatos podem ser notados, mas nada que comprometa a sua qualidade no geral.

Galaxy Z Fold 3: Samsung acerta em quase tudo
Galaxy Z Fold 3: Samsung acerta em quase tudo

Já a câmera para selfies das telas do “modo tablet”, que fica debaixo da tela, que possui apenas 4 MP e abertura f/1.8, não consegue apresentar uma boa qualidade, nem mesmo quando o ambiente está bem iluminado. Assim como pode ser notado nas fotos abaixo, as imagens geralmente saem embaçadas e a sua qualidade fica comprometida devido aos demais ruídos.

Galaxy Z Fold 3: Samsung acerta em quase tudo
Galaxy Z Fold 3: Samsung acerta em quase tudo

Preço e disponibilidade

O Galaxy Z Fold 3 está previsto para ser lançado no Brasil ainda em 2021, mas o seu preço sugerido ainda não foi divulgado.

Conclusão

A Samsung acertou em diversos pontos referentes ao Galaxy Z Fold 3, inclusive, tornando o aparelho resistente à água, algo que muitos consideravam uma tarefa bem difícil de  ser realizada. Não somente isso, o acabamento do celular realmente passa mais segurança do que seus antecessores.

Na questão de desempenho, ao trazer um Snapdragon 888, nenhum aplicativo ou jogo apresenta qualquer lentidão e a sua performance deve continuar sendo acima da média por bastante tempo. Em contrapartida, a autonomia do celular não chega a surpreender, mas quem fizer um uso moderado ainda conseguirá passar o dia com o aparelho longe da tomada. E, algo que considero um contra é a ausência de um carregador na caixa de um aparelho topo de linha de como esse.

Na questão das câmeras, o Galaxy Z Fold 3 fica um pouco atrás de outros celulares topo de linha, mas as suas lentes principais oferecem uma qualidade boa para praticamente qualquer situação e possuem o diferencial de poderem ser utilizadas para selfies. Já a câmera que decepciona mesmo é a que fica debaixo da tela, sendo que a solução para ficar escondida também não é perfeita.

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