[Review] Final Fantasy XVI é lindo, emocionante e viciante
Final Fantasy XVI é o puro suco da franquia, e isso fica claro na grandiosidade de sua história e de seus personagensBy - Luiz Nogueira, 21 junho 2023 às 11:00
Quando foi anunciado, Final Fantasy XVI tinha duas difíceis missões para cumprir: ser um bom título principal da franquia e tirar o gosto amargo que ficou após o lançamento de Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin, considerado ruim por muitos fãs da franquia.
Eis que, por conta de uma demo lançada, foi possível ver que o título, felizmente, se diferencia bastante do game anterior. Mas será que o décimo sexto game tem chances de concorrer ao prêmio de jogo do ano e, mais importante, agradar por tudo o que oferece?
O blog KaBuM! recebeu o game completo de maneira antecipada e conta, em detalhes, o que esperar do novo Final Fantasy.
Arrancando lágrimas
No game, controlamos Clive Rosfield, um guerreiro que recebeu o título de “Primeiro Escudo de Rosaria” e, junto disso, jurou proteger Joshua, seu irmão mais novo – e o Dominante de Fênix.
Para contextualizar, ser um Dominante de algum Eikon – conhecidas como invocações nos jogos anteriores -, dá ao portador da habilidade a possibilidade de se transformar nos grandes monstros.
Dito isso, Clive se envolve em uma grande tragédia – que quem jogou a demo já sabe qual é – e, por conta disso, jura vingança contra o Eikon Ifrit e quem quer que seja seu Dominante.
O jogo já começa com fortes emoções, mostrando uma batalha de Eikons digna dos filmes Kaiju. Isso quer dizer que há muita explosão, muita destruição e cenas de cair o queixo.
É tudo muito cinematográfico e com cenas prontas – e, às vezes, clichês. No entanto, considero esses segmentos muito divertidos, já que, ao longo do jogo, mais momentos semelhantes serão mostrados.
A inventividade e a presença desses Eikons serviram para enriquecer ainda mais a história de Final Fantasy XVI. Isso porque essa é a primeira vez que podemos controlar Eikons diretamente, o que dá mais poder para o jogador.
Isso aliado à fascinante história do jogo, faz com que o título tenha potencial para arrancar lágrimas até dos mais durões – arrancou diversas lágrimas em muitos momentos, confesso.
No entanto, vale lembrar que estamos diante de um típico RPG, em que, a partir de certo momento, as coisas vão ficar mais calmas e, enquanto o caos se instaura no mundo, você precisará recolher amostras de solo de uma plantação de uvas, por exemplo.
Brincadeiras à parte, o desenrolar da história de Final Fantasy XVI é muito bom, com muitas reviravoltas acontecendo a todo instante. Algumas delas são citadas em diálogos com personagens e não necessariamente mostradas.
Então, minha dica é: leia tudo que tiver que ler, preste atenção nos diálogos e faça o que conseguir de missões secundárias (além de dar experiência, elas ajudam a contextualizar alguns acontecimentos importantes).
Combates
Ao lutar contra inimigos é onde o jogo se destaca. Aqui, temos a presença de um combate mais próximo do hack’n slash do que os combates por turnos (ou semi-turnos) presentes nas entradas mais antigas da série.
Por conta disso, saber combar ataques rápidos, com uma esquiva precisa e os poderes do personagem é a chave para se dar bem nas lutas – não que isso seja muito necessário também, já que o game apresenta um nível de dificuldade que considerei abaixo da média.
Felizmente, é possível deixar as coisas ligeiramente mais difíceis dentro do menu ao escolher a opção de focar na ação. Caso tenha escolhido foco na história, as ameaças serão mais simples por todo o game – inclusive nos chefes.
Outro ponto importante é que temos os famosos QTEs (os Quick Time Events), em que é necessário apertar algum botão para realizar um ataque, esquiva ou contra-ataque, por exemplo.
Esses momentos estão mais presentes em batalhas contra chefes, embora possam ocorrer contra inimigos um pouco mais fortes que os normais.
E por falar em inimigos, o jogador sobe de nível conforme batalha e isso também serve para os inimigos. Portanto, não ache que você vai encontrar inimigos fracos estando com um personagem forte.
Isso porque eles acompanham o seu nível e, às vezes, estão até um nível acima, oferecendo um pouco mais de desafio durante as lutas, mas nada que seja do ponto de vista frustrante.
Dungeons e exploração
Como um bom RPG, e o puro suco de Final Fantasy, temos foco em exploração para coletar recursos, melhorar armas e equipamentos, além de, claro, subir de nível.
No entanto, Final Fantasy XVI traz uma característica da qual confesso não ser muito fã: uma exploração meio limitada.
Digo meio limitada porque, ao contrário do que se pensa, estamos diante de um jogo ligeiramente linear em questões de condução de narrativa. Calma, você vai entender meu ponto.
Pelo menos nos Final Fantasy mais antigos, tínhamos um mundo semi-aberto (até aberto em alguns casos), em que o jogador podia explorar à vontade, fazer missões secundárias, coletar itens e subir de nível livremente. Aqui não acontece isso.
Quando seguimos as missões principais da história no mapa do jogo, uma localização para o próximo passo é marcada no mapa. No entanto, não podemos fazer o caminho até lá e ir farmando matando inimigos, é obrigatório se teletransportar do local em que se está para o lugar do objetivo.
Isso, para mim, tirou o fator exploração e a possibilidade de “fazer hora” coletando recursos para ter itens armazenados para usar quando necessário.
Não me entenda mal, é possível ainda farmar esses itens nos locais das missões, mas os caminhos não se desviam tanto do que deve ser seguido inicialmente.
Eu até entendo essa abordagem, já que o jogo parece um grande explorador de dungeons, porque cada lugar que vamos (e é possível voltar a eles posteriormente), é uma espécie de dungeon, embora pareça ser apenas um segmento de história.
Portanto, o que temos em Final Fantasy XVI são várias dungeons seguidas, intercaladas por algumas cidades, mas que não permitem andar de uma para a outra pelo mapa, apenas se teletransportar para cada ponto.
Como citado, é possível voltar para elas como forma de repeti-las e ganhar mais experiência, mas acho esse sistema meio cansativo e repetitivo. Caso o jogador tivesse a liberdade de ir até o lugar de maneira própria e também tivesse a opção de se teletransportar para poupar tempo, aí acredito que as coisas pudessem ser diferentes.
De qualquer forma, esse não é um grande problema – exceto se, assim como eu, você esperava algo semelhante aos games mais clássicos.
Outro ponto importante sobre o farm é que ele pode até ser de experiência, mas não de itens. Isso porque, caso você pegue mais itens do que sua capacidade – para ilustrar isso, cito as poções de cura -, o item é consumido, mesmo que você não precise, já que não é possível carregar mais exemplares dele.
Gráficos
Como já foi mostrado em diversos trailer e gameplays reveladas, os gráficos são um show à parte. É difícil identificar o que é CGI e o que é gráfico de jogo, não há uma mudança, principalmente em lutas contra chefes.
É por conta disso que, a todo momento, é possível se confundir durante as batalhas e ser surpreendido com um QTE. No entanto, fica tranquilo que há um bom tempo para acertar o botão mostrado.
Para mostrar o potencial gráfico, quero evidenciar a batalha inicial entre os Eikons. É de tirar o fôlego!
E isso se repete em vários momentos. Os personagens são graciosos e certeiros em seus ataques, o que faz com que tenhamos belas cenas, que dão vontade de ficar fazendo capturas a todo momento – confesso que meu HD está lotada delas.
No entanto, como nem tudo é perfeito, notei pequenos bugs em algumas animações, algumas poucas quedas de quadros em momentos específicos e a perda de sincronia da boca de NPCs enquanto estão conversando com Clive. Fora isso, Final Fantasy XVI não tem grandes problemas que afetam seu desempenho.
Para auxiliar na questão da percepção gráfica e na maior imersão, é legal citar também que o HUD é bastante minimalista – e, em alguns momentos, até inexistente. Isso ajuda no que citei de não saber quando o jogo fez a transição da animação para o hora de controlar o personagem. Reitero que isso não é ruim.
Conclusão
Final Fantasy XVI é uma baita experiência. O jogo é divertido, empolgante e tem uma história cativante – além do fofíssimo Torgal, claro. O título é uma ótima pedida para os fãs da série e até para novos jogadores também, já que é tudo muito intuitivo.
Aproveite a experiência, tire ótimas fotos e fique de queixo caído com o que o game tem a oferecer. Estamos diante de um dos mais fortes candidatos ao prêmio de Game of the Year.
Final Fantasy XVI chega em 22 de junho exclusivamente para PlayStation 5.
O review foi feito com base em uma chave cedida pela Square Enix.
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