O Redfall era um dos jogos mais aguardados do ano, ao menos para mim, sendo exclusivo para jogadores do PC e Xbox. O título foi desenvolvido pela Arkane Studios, conhecida por Dishonored, Prey e Deathloop, sendo que sofreu com alguns adiamentos, mas finalmente foi lançado no começo de maio.

O blog KaBuM! teve a chance de testar Redfall e, após sair caçando muitos vampiros, conta o que achou. Confira!

Uma história quase interessante

A história de Redfall começa de forma um pouco confusa ao mencionar apenas que um personagem, ao chegar na cidade que dá nome ao jogo, achava que faria parte de um experimento bom ao dar apenas uma gota de seu sangue, mas que na verdade era bem mais do que uma gota que queriam.

O começo da história até é um tanto clichê, mas as coisas mudam quando mais detalhes do Nesfato são revelados, que não irei abordar para evitar spoilers. Além disso, fugindo um pouco do que vemos em outras obras com vampiros, a adição dos cultistas até casa bem a proposta do título, apesar de não ficar claro o motivo de sua aliança com estas criaturas.

Apesar da história trazer um enredo diferente, a forma como a mesma é contada acaba sendo, no mínimo, frustrante. Ao invés de termos cenas elaboradas para contar os eventos, o jogador sempre é apresentado a uma arte com legendas passando e, ainda pior, os detalhes chegam a ser tão escassos que tais cenas, às vezes, duram cerca de um minuto.

Redfall (1)

Imagem: reprodução/blog KaBuM!

Como se isso já não bastasse, de forma paralela a história sendo contada, Redfall traz algumas falas fora de contexto como, por exemplo, “Eu caí em uma vala”. Além desses momentos serem bem sem graça, esse tempo extra poderia ser utilizado de forma melhor, uma vez que diálogos são quase nulos durante as missões.

Logo ao começar a campanha é possível escolher entre quatro personagens, que possuem habilidades diferentes. A escolha do personagem não altera a história, mas o seu passado é um grande mistério, uma vez que o jogo não conta exatamente as motivações do protagonista controlado pelo jogador.

De forma geral, mesmo sendo um pouco diferente e querendo parecer decolar em alguns momentos, a história do Redfall não chega a engrenar. Outro ponto que também não contribui é que, ao menos em meu caso, eu fechei a história principal, sem contar missões extras, em aproximadamente 10 horas.

Mapa e missões sem inspiração alguma

Um dos pontos em que o Redfall mais me decepcionou foi no quanto as suas missões carecem de qualquer tipo de inspiração. Basicamente, o jogador só é levado de um ponto ao outro do mapa para matar alguns vampiros, cultistas e interagir com um item. Em determinado momento, perto do fim da campanha, eu tive uma campanha em que precisava ir em um cemitério e, ao chegar lá, acabei a missão em menos de 5 minutos dando apenas um, somente um mesmo, tiro.

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Os puzzles, inclusive, vistos nestas missões, na maioria das vezes, também incluem em você achar um item para posicionar em um local. Ou seja, se você espera quebrar um pouco a cabeça pra prosseguir, pode esquecer. Aqui até entendo que a ausência de puzzles pode ser pelo jogo ser mais multiplayer, mas não torna isso menos decepcionante.

Já o mapa de Redfall é aberto, o que significa que o jogador pode ir de um ponto a outro praticamente livre, tendo carregamentos apenas para entrar em refúgios ou bases. Apesar de ser aberto, a cidade é relativamente pequena e demora poucos minutos para ir de uma ponta a outra, sendo que um sistema de viagem rápido bem implementado ajuda bastante.

Redfall (5)

Imagem: reprodução/blog KaBuM!

Isso até não seria um problema, mas Redfall peca em deixar a sua cidade praticamente deserta. Ou seja, mesmo que você tenha que atravessar o mapa, é provável que a tarefa seja entediante devido ao fato de ter poucos confrontos. Aqui, tenho que ser justo ao avisar que, algumas partes, tem um aglomerado de vampiros, mas as mesmas são raras de serem encontradas.

Redfall tem problemas com gráficos e mecânicas

Se por um lado o Redfall não consegue despertar a atenção dos jogadores com sua campanha, por outro, os seus inúmeros problemas técnicos também não ajudam. Para começar, a movimentação do personagem, independentemente de quem escolher como protagonista, é muito estranha e não passa nem um pouco de realismo. Inclusive, ao correr, parece que o personagem está planando.

Por outro lado, na questão gráfica, Redfall não parece um título com os padrões atuais. Mesmo ao rodar com tudo no máximo, o jogo tem texturas lavadas. Ainda assim, em alguns momentos, certas partes do cenário até chegam a se destacar por conta de detalhes.

Ao jogar com amigos, outro ponto que não pude deixar de notar é o problema como vemos os demais personagens. Aqui, eu pude ver armas flutuando, personagens andando sem mexer as pernas e até segurando armas invisíveis.

Já mais voltado para a jogabilidade, Redfall até tenta incentivar o jogador a jogar no modo stealth, ou seja, sem ser visto. Por sua vez, para minha surpresa, matar alguém no modo stealth consiste em dar uma cotovelada ou soco nas costas do inimigo, ou seja, não temos uma animação sequer para isso.

E, quem está pensando em ir no modo Rambo, pode jogar sem problemas. A Inteligência Artificial dos inimigos é basicamente nula, ao você ser avistado por alguém, fique tranquilo que a pessoa não atirará e começará a correr de um lado para o outro. Outro detalhe a ser notado é que, apesar dos protagonistas de Redfall terem habilidades diferentes, quase nunca é preciso utilizá-las para prosseguir.

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O jogo até tenta compensar esse problema quando o personagem é cercado por vampiros que dão bastante dano, mas o desafio quase não existe. Por sua vez, caso esteja contra apenas um vampiro comum, não os especiais, basicamente um pulo para trás é tudo o que é preciso para desviar de seu ataque.

Como nem tudo são erros, Redfall acerta pelo menos na questão de sua economia e armas. O jogador tem acesso a um vasto arsenal de armas, que contam com nomes bem criativos, e obtê-las é uma tarefa divertida e satisfatória.

Performance é um problema no PC

Além de toda a questão que afeta mais a jogabilidade, Redfall chamou a atenção de forma negativa ao rodar em 30 FPS nos consoles. Já nos PCs, o limite de FPS não existe, mas a sua otimização é um problema.

Ao ser testado em um PC com processador i9-13900K, RTX 3070 e 16 GB de memória com a resolução 1440p, o Redfall rodou com uma taxa de quadros média de aproximadamente 115 FPS. Esse número por si só não seria ruim, mas quedas de quadro eram vistas na casa abaixo dos 90 FPS.

Essas quedas, inclusive, não aconteciam em momentos específicos, ou seja, às vezes até mesmo em uma rua deserta a taxa de quadros podia se mostrar instável. Em determinados momentos até mudei a resolução para Full HD a fim de extrair o máximo do processador e em 4K para extrair mais da placa de vídeo, mas as quedas eram vistas em ambos testes e até mesmo com o DLSS ativado.

De forma geral, é possível dizer que qualquer um dos setups acima tinham condição de rodar o título com extrema facilidade, mas o título tem mesmo sérios problemas de otimização.

Conclusão

O Redfall é um jogo que tenta trazer uma ideia, ou conjunto de ideias, diferente para se destacar, mas a sua execução não foi das melhores. Enquanto a história até tenta ser interessante, a forma que a mesma se desenrola é bem rasa e o jeito que a mesma é contada também não ajuda.

Os problemas técnicos do título, é verdade, não ajudam o jogador a ficar confortável, mas imagino que eles nem são o maior problema do título. Assim, apesar de ter esperado muito por Redfall e ter me esforçado para realmente curti-lo como esperava, a verdade é que o jogo foi uma grande decepção.

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