[Review] Lords of the Fallen tem boas ideias, mas problemas tiram o brilho do game
Lords of the Fallen chama a atenção por sua proposta, mas a repetição de inimigos pode prejudicar a experiênciaBy - Luiz Nogueira, 10 novembro 2023 às 17:08
Em 2014, um game chamado Lords of the Fallen fez sua estreia com claras intenções de beber da fonte dos soulslike que estavam em alta na época.
No entanto, por conta de muitos problemas, o jogo pode ter passado despercebido por muitos – e até esquecido por outros, devido a diversas questões.
Eis que, agora, um novo Lords of the Fallen surgiu. Trata-se de uma espécie de reboot que procura usar todo o potencial da nova geração de consoles ao mesmo tempo em que apresenta ótimos conceitos.
História
Como sempre se espera na maioria dos jogos do gênero, não temos uma história muito clara desde o início, embora a premissa seja explicada desde muito cedo.
Em um mundo arruinado, chamado Mounstead, controlamos a última esperança dos habitantes. Por isso, nosso personagem deve acender cinco faróis espalhados pelo grande mapa.
Caso a missão seja bem-sucedida, o retorno de Adyr, um deus das trevas, é impedido e o mundo, consequentemente, salvo.
Queria poder dizer que as coisas se desenvolvem a partir daí, mas parece que Lords of the Fallen tenta focar em outros aspectos e se esquece de contar uma história que justifique os acontecimentos.
De qualquer forma, isso não faz tanta falta para os jogadores, já que há muitas outras coisas para se prestar atenção dentro de todo o contexto.
A lanterna mágica
Uma das coisas mais interessantes de Lords of the Fallen é a mecânica de uma lanterna, dada ao jogador logo no começo da aventura. Com ela, é possível transitar entre o mundo normal e o Umbral.
Como era de se esperar, o Umbral não é um local dos mais convidativos, principalmente pela quantidade de inimigos presentes em alguns segmentos.
No entanto, ele é um fator-chave para conseguir se dar bem na aventura, já que é nele que estão algumas das resoluções dos puzzles do game. É interessante ficar trocando de mundos a qualquer momento e vendo diferentes perspectivas.
É possível descobrir que há uma passagem secreta, invisível no mundo real, mas que está presente no Umbral. Além disso, alguns itens só podem ser vistos lá, principalmente quando se tratam de peças para puzzles.
Porém, é importante lembrar que, enquanto estamos com a lanterna acessa para acessar o Umbral, não é possível interagir com os elementos daquele mundo. Portanto, os jogadores devem tomar uma medida drástica.
Morrer para prosseguir
Em jogos desse tipo, morrer é totalmente normal. Todo mundo que joga algum soulslike sabe disso. Mas em Lords of the Fallen isso é elevado a outro nível. É quase obrigatório.
Isso porque, quando o jogador morre e está no mundo normal, uma segunda chance é dada, mas ele volta do Umbral. Lá ele consegue chegar até certos pontos do jogo e voltar para o mundo real.
Porém, em alguns momentos, é obrigatório se manter no Umbral. Lembra que não é possível interagir com itens do mundo dos mortos estando com a lanterna? Se você morreu e está lá, é possível.
Portanto, morrer para resolver puzzles será necessário em alguns momentos. Por isso, não se acanhe, deixe o personagem sucumbir em alguns momentos.
Chefes e inimigos
Até a metade do jogo, tudo parece muito diversificado e extremamente empolgante. No entanto, com o passar das horas – e a chegada da segunda metade -, algumas coisas começam a incomodar.
Esse é o caso da quantidade de inimigos no Umbral. Esse local tem como principal característica seus perigos, isso é esperado. No entanto, é algo que beira o desbalanceado.
Isso porque, em alguns segmentos, deixa de ser uma experiência desafiadora e passa a ser injusta. A quantidade de inimigos se torna tão absurda que é mais fácil tentar passar correndo do que enfrentá-los.
Outro ponto que chama a atenção é que os chefes, depois de derrotados, se tornam inimigos normais do mundo. É algo que foi visto em Elden Ring, mas em proporção menor.
Aqui, a repetição é grande e, a partir de certo momento, não há novos inimigos, apenas os mesmos que já foram enfrentados centenas de vezes desde o começo.
Conclusão
Apesar de boas ideias, Lords of the Fallen tropeça ao se limitar em alguns aspectos. Inimigos repetitivos e em excesso podem frustrar mais que divertir. Porém, a mecânica de trocar de mundos é interessante e complementa a gameplay.
Mesmo assim, isso não foi suficiente para tornar o título algo memorável em um ano tão movimentado para o mundo dos games.
Vale lembrar que Lords of the Fallen está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series S/X.
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