[Review] Asus ROG Ally é o PC portátil para quem quer rodar jogos triple A com qualidade
O Asus ROG Ally pode até não surpreender em autonomia, mas é capaz de rodar qualquer título e é bem confortávelBy - Alvaro Scola, 28 julho 2023 às 17:28
O Asus ROG Ally é o PC portátil da Asus, que foi anunciado ainda neste ano. Já uma de suas promessas fica no fato de ser capaz de rodar jogos triple A em qualquer lugar com uma boa qualidade.
Lançado recentemente no Brasil, o blog KaBuM! recebeu uma unidade do Asus ROG Ally para review e, após curtir muitos jogos no portátil, conta o que achou neste review. Confira!
Design e acabamento
Assim como alguns notebooks gamer, o Asus Rog Ally traz um visual levemente futurista, sendo que os LEDs ao redor de seu analógico chamam bastante atenção quando o portátil está ligado. O seu tamanho é inferior ao de seu principal concorrente, sendo que o seu peso é de 608 gramas.
Em minha opinião, que já tive a oportunidade de testar outros PCs portáteis, o ROG Ally acertou bem nessa relação de peso e tamanho, uma vez que é fácil transportá-lo. Já segurá-lo também não é uma tarefa cansativa, inclusive, consegui usá-lo até mesmo de pé sem maiores dificuldades e sem estar com o braço apoiado.
Os botões do portátil seguem o padrão Xbox, sendo que tanto os botões quanto os direcionais e gatilhos estão bem-posicionados, mas faço algumas observações, que podem ser consideradas mais pessoais. Enquanto o direcional digital é um pouco mais duro, o que eu não acho ideal para jogos de luta, eu achei os analógicos um tanto quanto moles, o que não significa que os mesmos não são precisos.
De forma geral, os analógicos e direcionais cumprem bem a sua função, mas poderiam ser um pouco melhores. Já os botões mais tradicionais merecem elogios, estão no nível certo e não exigem nenhum esforço para serem pressionados.
Além disso, a sensação de clique dos gatilhos LB e RB são boas, enquanto os gatilhos LT e RT oferecem uma boa precisão ao serem analógicos. Além disso, os gatilhos M1 e M2, que ficam na parte traseira do portátil, estão muito bem-posicionados e, ao menos no meu caso, não tive problemas em alcançá-los.
Ao lado da tela também estão botões úteis, além do tradicional “Select” e “Pause”, para abrir uma tela de opções para melhorar a jogatina (falaremos disso adiante) e o Armoury Crate.
As saídas de ar do Asus ROG Ally ficam localizadas tanto na parte de cima quanto na parte de trás do portátil. Aqui, honestamente, fiquei bem satisfeito com o posicionamento dessas saídas, uma vez que mesmo jogando títulos triple A, a temperatura não foi um problema. Não somente isso, mesmo quando levado ao seu limite, o portátil continua silencioso.
Em relação a conexões, o Asus Rog Ally traz um leitor de cartões microSD em sua parte superior, entrada para fones de ouvido, porta para ROG XG Mobile USB Tipo-C. Por último, vale lembrar que o portátil traz um sensor de impressões digitais integrado no botão Power, que pode ser configurado com o Windows Hello.
Tela e som
O ROG Ally traz uma tela sensível ao toque de 7 polegadas com resolução Full HD e taxa de atualização de 120 Hz. Não apenas isso, a tela é 100% sRGG, tem tempo de resposta de 7 ms, suporte ao Dolby Vision HDR, AMD FreeSync Premium e alcança uma taxa de brilho de até 500 nits.
De forma geral, devo admitir que a tela do ROG Ally realmente me surpreendeu de uma forma extremamente positiva. Além de uma alta resolução em um tamanho relativamente pequeno, os recursos extras que a tela traz realmente fazem a diferença.
Outro ponto a ser elogiado fica na questão de praticamente nenhum reflexo ser visto na tela, além do seu ângulo de visão que, honestamente, é o melhor que já vi em portáteis que testei até agora. Outra informação relevante, mas que diz mais ao seu acabamento, é que a tela do portátil conta com a proteção do Gorilla Glass contra trincos e arranhões.
Na parte do som, o Asus ROG Ally também não desaponta ao trazer 2 alto-falantes, ter suporte ao Dolby Atmos e a certificação Hi-Res. Com isso tudo, o som pode atingir um volume bem alto e de qualidade em que até mesmo efeitos podem ser escutados com boa nitidez.
É claro que, em um ambiente aberto, o uso de um fone de ouvido é recomendado, mas ao usar o portátil em casa eu não senti, em momento algum, a necessidade de usar um fone. Por fim, mas não menos importante, o portátil ainda conta com um microfone, mas infelizmente não tive a chance de testá-lo em jogos ou em chamadas.
Performance e autonomia
O Asus ROG Ally, quando comparado a outros PCs portáteis, pode ter um hardware considerado avantajado, mesmo não sendo o mais potente. Entretanto, mesmo dando conta de rodar títulos triple A, é claro, a sua performance ainda não é igual a de um PC gamer ou até mesmo notebooks do tipo.
Dito isso, é preciso notar que a performance do portátil da Asus é realmente boa, sendo que os testes realizados pelo blog KaBuM! focaram em ter uma boa experiência independentemente da qualidade gráfica selecionada. Boa parte dos testes, vale notar, também foi feita com TDPs diferentes para alcançar uma melhor autonomia, mas os detalhes são abordados em cada jogo que testamos.
Agora, antes de entrar na questão de como foram os testes, vamos primeiro recapitular qual a configuração do Rog Ally:
- Processador AMD Ryzen Z1 Extreme (8 núcleos e 16 threads)
- GPU AMD RDNA 3
- 16 GB de memória RAM LPDDR5
- 512 de GB de espaço de armazenamento com SSD PCIe 4.0 MVMe M.2 (2230)
- Bateria de 40 WH
Em Red Dead Redemption 2, na resolução Full HD, foi possível obter uma taxa de quadros de aproximadamente 50 FPS (quedas até a casa dos 35 FPS) com as texturas no alto e o resto das configurações gráficas no médio com um TDP de 15 W. Já com o TDP em 25 W até foi possível alcançar 60 FPS, mas o título apresentava algumas quedas que não chegavam a comprometer a jogatina.
No Exoprimal, a performance ficou um pouco abaixo do esperado. Para que o título ficasse mais fluído foi preciso deixá-lo na resolução 720p. Assim, com as configurações gráficas no médio e o TDP de 15 W foi possível ter uma taxa média de 48 FPS com algumas quedas. Mesmo ao usar um TDP de 25 W, a taxa de 60 FPS não foi alcançada.
No Hogwarts Legacy, a taxa média ficou variando entre 38 e 50 FPS. Apesar dessa variação e alguns pequenos stutterings, o título permaneceu jogável. Já com o TDP em 25W e a resolução em 720p, o jogo rodou com uma taxa entre 57 e 60 FPS. O título ficou com todas as configurações gráficas no nível baixo.
Spider-Man Remastered, por sua vez, não impressionou no desempenho. Mesmo com as configurações gráficas no nível baixo, TDP de 25 W e resolução 720p, o jogo rodou com uma taxa média de 38 FPS. Mesmo com essa taxa não impressionante, o jogo ainda estava bem jogável.
Need for Speed Unbound, com a qualidade gráfica no médio, resolução 720p e 25 W de TDP, apresentou uma taxa média de 46 FPS.
Além desses títulos mais pesados, também rodei alguns títulos indies menores. Assim, Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge e Convergence: A League of Legends Story rodaram a 120 FPS cravados até mesmo com 15 W de TDP.
Como é possível notar pelos resultados acima, apesar de muitas vezes não chegar nos almejados 60 FPS, o Asus ROG Ally ainda consegue rodar praticamente qualquer título triple A. E, nos indies ou em títulos de esports e afins é que sua taxa de atualização de 120 Hz realmente brilha.
Em relação a temperatura, tudo dentro do esperado para um PC portátil. Nos meus testes, a temperatura chegou a ultrapassar os 70º C, mas a Asus realmente acertou no sistema de resfriamento. Além do mesmo ser silencioso, em nenhum momento ficou desconfortável usar o portátil.
Se por um lado o Asus ROG Ally faz bonito ao rodar títulos triple A, a sua bateria desaponta bastante. Em um dos testes, com Red Dead Redemption 2 rodando com 15 W de TDP, a bateria foi de 29 para 20% em apenas 7 minutos. O mesmo comportamento, vale notar, se repetiu em outros títulos triple A.
Com o TDP em 25W, a situação pouco mudou, para não falar que mudou. Já ao deixá-lo com 10 W de TDP, que não é o ideal para rodar muitos jogos, a situação melhorou um pouco.
Dito tudo isso, caso a intenção seja rodar títulos triple A, a bateria não dura nem 2 horas. O TDP até pode ser limitado, mas as opções de software, das quais comentamos a seguir, não ajudam tanto. Mudar a taxa de atualização da tela e outros detalhes também não contribuiu para que esses números mudassem em meus testes.
Por sua vez, o carregamento do portátil é feito em aproximadamente 1 hora e 40 minutos, sendo que meia hora de carga é o suficiente para que sua bateria seja carregada em mais de 50 %. Ou seja, nesse ponto, a Asus merece realmente um elogio com o ROG Ally.
Software
Assim como alguns outros PCs portáteis, o ROG Ally vem com o Windows 11 pré-instalado, mas o sistema operacional não vem exatamente puro. Além de já estar com uma versão adaptada para dispositivos com telas sensíveis ao toque, a Asus adicionou algumas ferramentas úteis para os jogadores.
Para começar, o Armoury Crate reúne os jogos instalados para que os mesmos possam ser iniciados de uma forma rápida. A Steam, por exemplo, é instalada automaticamente após o aplicativo da Asus ser aberto.
Honestamente, eu gostei de ter todos os aplicativos disponíveis em uma mesma interface, uma vez que isso facilita bastante a tarefa de abri-los rapidamente. Entretanto, admito que o visual do aplicativo não é dos mais convidativos e que mais opções de personalização com temas seriam bem-vindas.
Além de permitir a rápida abertura de jogos, o aplicativo da Asus também permite que o Centro de Comando seja personalizado. É no Centro de Comando em que é possível realizar alterações no TDP do ROG Ally, taxa de atualização da tela e outros detalhes que podem ajudar a obter uma performance melhor.
Apesar do Centro de Comando se mostrar bem prático, o mesmo também leva algumas críticas minhas. Por exemplo, todas as opções relacionadas a valores, como os de TDP ou de taxa de atualização, são fixos e isso faz com que a gente não tenha muitas vezes um meio termo.
Além disso, outras funções não funcionaram exatamente como o esperado. Por exemplo, o modo de controle no modo automático quase não acertou quando eu estava jogando e quando eu estava no modo Desktop. Não somente isso, o limitador de FPS também não foi efetivo e muitas vezes não correspondeu ao que foi configurado.
Preço e disponibilidade
O Asus ROG Ally chegou oficialmente ao Brasil durante o mês de julho de 2023. O preço sugerido do portátil, que pode ser encontrado no KaBuM!, é de R$ 6.999.
Conclusão
O Asus ROG Ally é realmente um PC portátil incrível, o com maior poder de desempenho que já tive a chance de testar. Apesar de não atingir os 60 FPS em muitos títulos, o portátil ainda dá conta de rodar qualquer título triple A com uma qualidade jogável.
Além disso, a Asus acertou bastante no acabamento do ROG Ally, uma vez que o mesmo é bem leve e não traz desconforto mesmo quando esquenta. É verdade que um trackpad fez falta e que os direcionais poderiam ser um pouco melhores, mas essa opinião também pode variar com quem usará o dispositivo.
Os únicos pontos que realmente me desapontaram foi na questão de autonomia, que é bem baixa, e de software, que poderia ser mais personalizável e com menos bugs. Ainda assim, o Asus ROG Ally é um PC portátil impressionante e de respeito.
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