Uma nova campanha de phishing tem explorado o crescente interesse da comunidade de entusiastas do gadget Flipper Zero ? para roubar dados pessoais e moedas criptográficas, de acordo com um pesquisador de segurança da informação.

O site oficial do gadget descreve o Flipper Zero como “um dispositivo multifunção portátil tipo Tamagotchi desenvolvido para interação com sistemas de controle de acesso”. A ferramenta lançada em 2020 por desenvolvedores independentes russos, financiada por uma campanha no Kickstarter, a qual superou a meta de US$ 60 mil em 81 vezes, arrecadando o total de US$ 4.882.784.

Campanha de phishing explora popularidade de 'tamagotchi para hackers' Flipper Zero

Imagem: divulgação/Flipper Zero

Desde então, o dispositivo se popularizou nas redes sociais entre nerds e praticantes de hacking, além de ser pautado pelas principais revistas e sites especializados em tecnologia do mundo todo.

No TikTok e YouTube é possível encontrar inúmeros demonstrações do dispositivo destravando carros de variadas fabricantes, isso porque o dispositivo tem entre sua ampla gama de funções a clonagem de chaves de acesso, além de comunicação de via rádio, NFC, IR, suporte à emulação RFID, Bluetooth, entre outros.

(Na última edição da Campus Party Brasil, em São Paulo, tive a oportunidade de testar o famoso ‘tamagotchi para nerds’, vasculhando-o por horas, testando Doom e desligando algumas TVs pelo evento (RFID). Funciona, mas deixa palestrantes furiosos).

'tamagotchi para hackers' Flipper Zero

Imagem: arquivo pessoal/LN

Sucesso do Flipper Zero atrai atenção de fraudadores

Com o grande sucesso e publicidade gratuita conseguida pelo Flipper Zero, a ferramenta experimentou uma alta procura de entusiastas de hardware, pesquisadores em cibersegurança, geeks e curiosos — popularidade reconhecidamente inesperada, segundo um dos desenvolvedores do gadget. Em consequência da baixa oferta, agentes maliciosos estão aproveitando para criar perfis e lojas virtuais falsas fingindo vender o dispositivo.

No Twitter, as campanhas de phishing têm sido observadas pelo analista de segurança Dominic Alvieri, que encontrou apontou os perfis falsos na rede social e duas lojas virtuais se passando pelo Flipper Zero.

Para os mais desatentos, o perfil falso é praticamente idêntico ao oficial: um deles usa imagens de capa e perfil, além da descrição da bio, iguais à conta oficial. No entanto, além de não ter o selo de verificado do Twitter, o link usado na descrição troca o “l” do nome por um “i” maiúsculo, tornando imperceptível à primeira vista.

Campanha de phishing explora popularidade de 'tamagotchi para hackers' Flipper Zero

Perfil falso se passando por Flipper Zero. Imagem: reprodução/BleepingComputer

De acordo com a BleepingComputer, o perfil falso responde ativamente às pessoas sobre disponibilidade do dispositivo, além de responder aos tweets na timeline, para fazê-la parecer legítima.

Uma das lojas online encontradas ainda permanece ativa e finge vender o dispositivo – hoje esgotado no site oficial –, cases e  módulo Wi-Fi pelos mesmos valores da loja original.

Campanha de phishing explora popularidade de 'tamagotchi para hackers' Flipper Zero

Site falso tentando se passar pelo Flipper Zero. Imagem: reprodução/BleepingComputer

O objetivo é direcionar compradores potenciais à página de phishing do checkout, na qual dados como endereço de e-mail, nome completo e endereço de envio sejam preenchidos. Após a etapa, as vítimas são levadas a optar pelo pagamento em Ethereum ou Bitcoin, logo depois são informadas de que o pedido será processado dentro de 15 minutos após a confirmação.

Campanha de phishing explora popularidade de 'tamagotchi para hackers' Flipper Zero

Imagem: reprodução/BleepingComputer

Segundo os testes da BleepingComputer, nenhuma das carteiras listadas recebeu pagamento, levando a crer que a loja em particular não conseguiu enganar nenhum pesquisador de segurança ou usou carteiras novas após cada transação.

Campanha de phishing explora popularidade de 'tamagotchi para hackers' Flipper Zero

Imagem: reprodução/BleepingComputer

Desde então, os atores da ameaça passaram a usar faturas plisio.net para aceitar pagamentos criptográficos, que agora incluem Litecoin. Entretanto, estas faturas não estão funcionando, informando que o pedido expirou.

Em dezembro e anteriormente às observações de Alvieri, a conta oficial do Flipper Zero já havia advertido usuários sobre scammers no Instagram.

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