[Review] The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom é superior ao antecessor e um novo patamar de qualidade para a série
O grande destaque de Tears of the Kingdom fica por conta das novas habilidades de LinkBy - Luiz Nogueira, 19 maio 2023 às 16:22
Desde que foi anunciado, The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom, sequência do aclamado Breath of the Wild, foi cercado de expectativa. Isso se deve principalmente ao fato de que essa é uma das franquias mais antigas da Nintendo – e, consequentemente, uma das mais amadas, tanto que vendeu 10 milhões de cópias em 3 dias.
Mas será que Tears of the Kingdom é melhor que seu antecessor, já que essa é uma sequência direta? O blog KaBuM! embarcou nessa jornada e passou a última semana explorando Hyrule em busca dos segredos na nova aventura de Link.
De volta à Hyrule
Ao descobrir que nas profundezas do castelo de Hyrule há diversas cavernas, Link vai com Zelda até lá e, após alguns eventos, acaba libertando um mal ancestral. É neste momento que a princesa se separa do nosso personagem, que acaba ferido. Mas não só isso, todo o reino sofre as consequências da libertação desta ameaça.
Agora, cabe a Link, com a ajuda de alguns personagens – que falaremos mais à frente -, salvar o reino e a princesa, que está sendo avistada em pontos específicos, embora isso seja muito estranho.
A proposta pode parecer batida – e de fato é, já que esse é basicamente o enredo de quase todos os jogos da saga The Legend of Zelda. No entanto, em Tears of the Kingdom, temos uma mudança significativa.
Ao mesmo tempo em que Link não mede esforços para salvá-la, Zelda faz o possível onde está também. E isso fica claro em diversos momentos. Temos uma princesa que explora ainda mais suas capacidades e forças.
Ouso dizer que temos um enredo mais potente e interessante que o antecessor, embora reconheça que, sem Breath of the Wild, a história não se desenvolveria a ponto do que vemos em Tears of the Kingdom.
Portanto, trato os dois como uma única coisa, uma história fechada e bastante competente, principalmente por explorar lados diferentes dos acontecimentos do passado da série.
Além disso, tudo é coroado com personagens carismáticos e interessantes, algo que já é marca registrada da franquia The Legend of Zelda. Rostos conhecidos retornam e possuem papel importante na narrativa – com destaque para quatro seres específicos, que são novidade no enredo.
Personagens e sua importância na história
Como sempre, são os personagens encontrados durante a jornada de Link que ditam para onde ir e o que fazer. E aqui eles têm uma importância ainda maior. Mas antes de falar disso, quero destacar a variedade de histórias e momentos que encontramos enquanto exploramos Hyrule.
Tudo é muito interessante de se ver, as histórias são fascinantes. Desde uma pessoa que se perdeu, até alguém com dificuldades para segurar placas de alguém importante. Por isso, explore Hyrule sem pressa alguma para aproveitar todos esses momentos.
A parte ruim é a falta de localização para o português, o que pode afastar muitas pessoas do game, mesmo com indicativos visuais do que fazer em seguida. De qualquer forma, é uma baita experiência.
Agora, falando dos personagens que ajudam Link na jornada, são quatro principais, que concedem habilidades a partir de certo momento do game. Eles são destravados após resolver os templos disponíveis por Hyrule – dos quais falarei mais à frente.
Não há uma ordem específica para resolvê-los, embora algumas habilidades, como a adquirida com Yunobo, no Tempo do Fogo, de quebrar pedras, possa ser bastante útil desde o começo.
Até mesmo durante as batalhas, tendo os quatro destravados, tudo fica mais simples, já que eles atacam os inimigos também – embora eles sejam “espíritos”, representações dos verdadeiros personagens.
A partir do momento em que são conquistados, eles andam com Link por todo o jogo. No entanto, quem não quiser a presença de algum deles, é possível desativar sua presença a partir do menu de itens importantes.
Novas mecânicas
Apesar de tudo o que foi falado ser um ponto positivo para Tears of the Kingdom, o jogo se destaca mesmo por suas mecânicas – que são inéditas na série e ouso dizer que algumas até no mundo dos videogames.
A primeira adquirida é a habilidade de pegar objetos e prendê-los uns aos outros. Isso faz com que seja possível criar as maiores engenhocas que sua imaginação mandar – além de ser essencial para resolver puzzles e chegar a lugares mais altos, por exemplo.
No entanto, o mais interessante aqui é a opção de fundir materiais. Isso porque isso não se aplica só a itens coletáveis, mas também armas e escudos. Portanto, é possível colocar pedras preciosas no escudo, por exemplo, para garantir efeitos de fogo, gelo e elétrico.
Além disso, fundir pedras com espadas transforma tudo em uma grande “marreta” com ótima durabilidade e força contra os inimigos do mundo. As possibilidades são infinitas e os efeitos surpreendentes.
A terceira habilidade é muito útil quando o jogador não quer voltar tudo depois de ter entrado em uma caverna, por exemplo. Isso porque Link literalmente atravessa pedras, estruturas e o que mais tiver no caminho. Ele simplesmente sai do outro lado da construção (sempre para cima, no caso) sem qualquer problema.
Por fim, a mecânica de voltar itens, ferramentas e materiais no tempo é bastante útil para casos em que o jogador tentou resolver um puzzle, mas errou; para fazer estruturas voltarem para a posição inicial; e até para permitir que blocos sejam usados para alcançar novos lugares após serem colocados próximos a eles. São muitas possibilidades.
Todas elas, combinadas, podem ajudar a resolver todos os desafios presentes em Tears of the Kingdom. Se você tiver um pouco de imaginação, inclusive, não é necessário seguir a ordem dos puzzles, você pode fazer eles darem certo usando as novas habilidades de Link, o que é muito interessante, pois abre um leque de possibilidades.
Missões secundárias
As missões secundárias também merecem destaque, já que, algumas delas, acrescentam mais profundidade à história principal – seja por meio de visões do passado e até diálogos que contam detalhes sobre alguns acontecimentos.
Por conta disso, para se ter uma experiência completa em Tears of the Kingdom, é necessário, pelo menos, encontrar as 10 Lágrimas de Dragão espalhadas pelos mapas. São grandes desenhos com uma poça de água que trazem flashbacks bastante importantes sobre o passado de Hyrule.
Conforme eles são encontrados, um fragmento de memória é reproduzido e mostra um pouco mais de Zelda. É aqui que o destaque da princesa acontece.
Mas mesmo as missões mais simples são importantes para coletar recursos, como os Rupees, a moeda de Hyrule. É com ela que novos trajes e outros equipamentos são comprados.
Templos e Shrines
Diferente de Breath of the Wild, Tears of the Kingdom não possui as Bestas Divinas. Aqui, temos a volta dos templos, uma das mecânicas mais antigas da saga – e a forma como os espíritos ajudantes serão adquiridos.
Ao todo, são quatro templos diferentes: do fogo, da água, do ar e do relâmpago. Cada um tem suas peculiaridades e puzzles, além de ambientações e armadilhas diferentes. É necessária certa imaginação para entender como os mecanismos dos locais funcionam e ir atrás das soluções para conseguir vencer o grande chefe e prosseguir na aventura.
Uma outra mecânica que volta, mas, desta vez, diretamente do game anterior, são os Shrines. Esses pequenos templos, que se transformam em pontos de teletransporte pelo gigante mundo aberto, contam com tarefas que testam as habilidades dos jogadores a todo momento, propondo muitos desafios que usam ao máximo as habilidades de Link.
Exploração dos mapas
Por conta de tudo que foi dito, a exploração é o melhor a se fazer em The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom. É com ela que andamos pelos mapas, pelas ilhas suspensas – que são uma das grandes novidades do novo jogo – e até pelo subterrâneo, que é um mapa espelhado da superfície – embora com muito mais perigos.
No entanto, aqui vai o primeiro “problema” que encontrei. O jogo foi todo revelado em torno das ilhas suspensas. Quem olha, pensa que elas são parte importante da narrativa e, embora elas estejam bastante presentes, a maioria dos acontecimentos é no mapa de Hyrule, que já conhecíamos – de certa forma.
Não há muitas dessas ilhas e elas apresentam pequenos chefes que oferecem itens interessantes, mas que os jogadores podem conseguir progredir sem coletá-los.
Mesmo assim, o mapa de Hyrule e do subterrâneo compensam isso, já que são vivos, cheios de inimigos, itens para coletar e puzzles para resolver – isso além dos Shrines. Gaste umas boas horas explorando tudo, escalando as torres para revelar o mapa e fazendo os desafios do mundo. Será recompensador.
Conclusão sobre Tears of the Kingdom
The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom valeu a espera de seis anos desde Breath of the Wild. O game é maior, melhor e mais profundo que o antecessor, além de ser responsável por expandir ainda mais o universo da série com novas possibilidades.
Apesar de algumas quedas de quadros, a performance foi bastante decente e competente, mesmo sendo um game com suas mais de 100 horas – e ocupando apenas 16 GB. Com certeza é um dos concorrentes mais fortes a jogo do ano no The Game Awards.
Vale lembrar que Tears of the Kingdom está disponível exclusivamente para Nintendo Switch.
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