O setor de games é um ecossistema historicamente atrelado à ala masculina, mesmo que a maior parcela de jogadores seja representada por mulheres. Mostra disso é a 9ª edição do estudo Game Brasil de 2022, que mostra que 51% dos players são do sexo feminino. Com foco nessa parcela considerável que surgiu o Women in Brazil (WIBR).

A ideia da iniciativa não é apenas incentivar a entrada de mulheres nesse universo, mas facilitar essa entrada por meio da intermediação entre quem oferece vagas na área e as próprias profissionais.

“O mundo dos games é um mundo de oportunidades: infinito em áreas e carreiras. Mas como as pessoas que se identificam com o gênero feminino podem entrar nesse universo predominantemente masculino e encontrar vagas e indicações se não há um espaço seguro?”, questiona a iniciativa.

Por meio da plataforma da WIBR, profissionais que se identificam como mulheres e que queiram entrar na área – seja como pro-player, influenciadora ou mesmo desenvolvimento e outras áreas de atuação relacionadas – podem se inscrever de forma gratuita.

Mas quem pode se inscrever?

“Qualquer pessoa que se identifique com o gênero feminino e que busque se destacar no meio profissional de tecnologia, games e esports, independentemente da área de atuação, objetivo profissional ou função”, descreve o site.

De acordo Roberta Coelho, CEO da iniciativa, “não estamos falando só de carreira de jogadoras, streamers e influenciadoras, estamos falando de designers, advogadas, produtoras, marqueteiras e muitas outras”.

A plataforma tem expectativa de finalizar o primeiro ano do projeto com mais de 8 mil aplicações no Brasil e exterior. Lembrando que empresas também podem se inscrever pela mesma plataforma, como parceiras, a fim de encontrar talentos especializados.

cadeira gamer

Imagem: Shutterstock

E um extra para streamers: como um dos enfoques da iniciativa é “games”, a plataforma conta com um recuso específico para pessoas que se classificam como profissionais com essa especialidade. Quem realiza rotineiramente streams pode entrar ao vivo e exibir a live dentro da WIBR, na aba “talentos“.

Games x mulheres

Além da questão de gênero, a plataforma também foi desenvolvida para mitigar os viéses cognitivo que, por vezes, atrapalham as contratações.

A WIBR aponta que recrutadores têm 16% maior propensão de convidar um candidato de tecnologia para uma entrevista do que uma candidata com um currículo equivalente. Ademais, perfis femininos têm 13% menos chances de serem analisados individualmente por recrutadores no Linkedin.

Sem mencionar o fator “síndrome da impostora” que faz com que mulheres naturalmente evitem se candidatar a não ser que tenham certeza que se encaixam no perfil da vaga.

Nesse sentido, elas tentam 20% menos vagas, pois sentem que precisam cumprir quase completamente os requisitos solicitados. Em contrapartida, a maioria dos homens diz se sentir confortável em se cadidatar a uma vaga ao atender apenas 60% dos pré-requisitos.

Assim, a WIBR garante que “os únicos dados pessoais públicos aos quais os recrutadores comuns têm acesso são o nome e a localização da candidata”. E por localização entende-se a cidade e estado da profissional.

Via: Meio & Mensagem

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