A Pokémon Company, empresa que licencia todos os produtos da marca homônima e que é propriedade parcial da Nintendo, está processando seis empresas chinesas por causa da veiculação de um jogo mobile consideravelmente parecido com a icônica franquia dos monstrinhos de bolso.

Segundo relatado pelo jornal South China Morning Post, Pocket Monster Reissue (ou “Koudaiyaogaai Fuke“, no original) é um jogo onde você “captura” criaturas que “não são” pokémons e as coloca para “lutar” umas contra as outras em “batalhas” progredidas por “sistemas de turno”. Embora boa parte do material visual do jogo seja original, vídeos na internet mostram que ele também usa versões pouco ou não editadas de personagens, como Ash Ketchum (protagonista original da franquia japonesa) e designs de monstrinhos, como Clefable e Granbull.

Imagem mostra o personagem Ash Ketchum junto de seu mascote, o pokémon Pikachu

(Imagem: The Pokémon Company/Reprodução)

O processo movido pela empresa japonesa exige pagamento de indenização na casa de US$ 72 milhões (R$ 373,76 milhões), além de uma série de pedidos públicos de desculpas da desenvolvedora do título – Jiangyin Zhongnan Heavy Industries Co – e também de algumas das mais populares plataformas de distribuição de aplicativos da China – das quais algumas incluem a loja oficial da Huawei, a Tencent e a NetEase, para citar algumas.

Segundo o jornal chinês, Pocket Monster Reissue foi originalmente lançado em 2015, chegando a um faturamento acima de ¥ 300 milhões (R$ 225,82 milhões) um ano depois, com turnover (a relação entre faturamento e custos) favorável de ¥ 30 milhões (R$ 22,58 milhões) mensais.

A presença de Pokémon (o original) na China não é das maiores, e apenas recentemente vem ganhando terreno: Pokémon Sun and Moon foram os primeiros da marca a ganharam adaptações para o mercado chinês, mas Pokémon Go, por exemplo, está banido no país desde 2017 (“preocupações com a segurança nacional” é a justificativa).

Por causa disso, é comum ver na China versões “inspiradas” em jogos populares e/ou pirataria direta de produtos proibidos pelo governo local. Em agosto, uma coalizão de 100 desenvolvedores pediu que as autoridades ampliassem a fiscalização de e-commerces de aplicações, a fim de coibir a proliferação desse tipo de material.

Segundo o jornal, entre 2019 e 2021, houve um prejuízo combinado de mais de ¥ 180 milhões (R$ 135,54 milhões) para cerca de 40 estúdios locais de desenvolvimento.

Fonte: South China Morning Post (via Kotaku)

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