[Review] The Last of Us Part I é um remake que aprimora o que era bom e traz algumas novidades
A nova versão de The Last of Us traz mais opções de acessibilidade e inteligência artificial aprimoradaBy - Luiz Nogueira, 31 agosto 2022 às 12:00
Ao que parece, estamos na época dos remakes. Muitos jogos foram refeitos para os novos consoles, o que torna-se ótimo, principalmente porque muitas pessoas não têm acesso a hardwares mais antigos para rodar esses títulos.
No entanto, quando um jogo é relativamente novo, um remake pode ser algo precipitado. Esse foi justamente o pensamento de muitos quando a Naughty Dog anunciou que trabalhava em uma reformulação de “The Last of Us”, um dos maiores exclusivos do PlayStation, lançado em 2013 para PS3.
Pouco tempo depois, já na geração do PlayStation 4, a Sony lançou uma versão remasterizada do game, que parecia ser a forma definitiva de se jogar o premiado jogo. Porém, como sabemos, não foi bem assim.
Na próxima sexta-feira (02), o PlayStation 5 vai receber “The Last of Us Part I”, remake para a nova geração do primeiro jogo. O blog KaBuM! recebeu uma cópia do game antecipadamente e conta se vale a pena pagar até R$ 400 em um título de quase 10 anos.
História de The Last of Us
Como era de se esperar, as mudanças não estão na história do game, que permanece inalterada e conta a vida de Joel, um sobrevivente de um apocalipse que perdeu sua filha para uma doença que se abateu sobre o mundo. Em certo momento, ele é contratado para escoltar uma garota de 14 anos, chamada Ellie, de um local perigoso. No entanto, as coisas não são tão simples quando ele percebe que ela pode ser uma esperança para o mundo.
Considerada por muitos como uma das histórias mais tocantes dos videogames, o título mantém isso e, graças às melhorias implementadas aqui, contam a trama de maneira bem mais intensa e realista que antes – mesmo que sejam as mesmas cenas com um polimento a mais.
Além da história principal, é importante citar, o remake também conta com o DLC “Left Behind”, que conta uma história paralela aos eventos do game, já que traz Ellie em busca de formas para ajudar Joel após uma difícil batalha na Universidade do Leste do Colorado.
Modo de jogo
O game conta com dois modos de jogo: fidelidade e desempenho. O primeiro traz resolução 4K a 30 fps. Já o segundo, oferece 4K dinâmico a 60 fps. Para a realização da análise, o modo desempenho foi o escolhido.
Mecânicas, inimigos e outras mudanças
É aqui que o game se destaca de fato. Com o poder de processamento do PlayStation 5, “The Last of Us” ganhou algumas mudanças na jogabilidade – o que deixou o game bem mais próximo da “Part II”, lançada em 2020.
Mesmo assim, não espere os mesmos controles da sequência, já que a proposta não é essa. O jogo foi remodelado do zero para oferecer uma experiência melhor para os jogadores, mas não para tornar tudo como se fosse uma coisa só.
Dito isso, as mecânicas presentes são basicamente as mesmas, com a possibilidade de se esgueirar pelos cenários e pegar os inimigos desprevenidos, por exemplo. No entanto, como já citado, tudo ficou mais fluído. Isso foi uma das principais alterações.
Como a Naughty Dog reconstruiu o jogo do zero, foi possível melhorar o modelo de rosto de grande parte dos personagens, principalmente dos protagonistas, que agora contam com expressões mais realistas e delicadas, indicando um belo trabalho do estúdio na revitalização dessa parte.
Outro ponto que merece ser destacado é a iluminação, que também foi feita do zero para essa versão. Tudo parece bem mais natural e mostra como esse é um elemento bastante importante na construção da atmosfera do game, que se torna muito mais realista e intimidadora dependendo do segmento.
O sistema de física foi totalmente modificado para tornar “The Last of Us Part I” mais próximo do que é possível ver em games atuais. Durante as batalhas, elementos do cenário são quebrados com mais facilidade e se comportam de maneira como deveriam.
Por fim, mas não menos importante, a inteligência artificial foi uma das maiores mudanças também. Agora, os inimigos estão mais espertos e perderam um pouco da consciência coletiva que tinham antes.
Isso porque, antes, eles atacavam em bandos meio que coordenados. Isso pode ser atribuído ao sistema do PlayStation 3 que, na época, suportava 8 NPCs ativos durante as batalhas. Agora, no PS5, esse número aumentou para impressionantes 128 NPCs.
Mesmo assim, felizmente, a Naughty Dog não aumentou o número de inimigos e nem colocou todos eles para atacar Joel de uma vez. A questão é que todos eles agora agem de maneira independente entre si.
Isso também se reflete no sistema de detecção deles, que está bastante aprimorado e oferece um desafio e tanto para os jogadores que gostam de fazer tudo de maneira furtiva e sem ser detectado.
Acessibilidade
A acessibilidade também é outro destaque de “The Last of Us Part I”, já que conta com as várias ferramentas que já estavam disponíveis no segundo game e acrescenta algumas novas, como a audiodescrição e a vibração do controle durante as falas dos personagens.
Isso mostra a preocupação do estúdio em englobar ainda mais jogadores e oferecer uma boa experiência de jogatina em diversos aspectos.
Colecionáveis e destraváveis
O jogo ainda conta com os colecionáveis adquiridos durante a campanha. No entanto, agora, é possível destravar roupas personalizadas para os personagens após o fim do jogo. O jogador pode destravar roupas inspiradas nas principais franquias da Sony, como “God of War” e “Uncharted”.
DualSense
O DualSense foi muito bem utilizado em toda a jogatina. Por conta do feedback háptico e dos gatilhos adaptativos, é possível conseguir maior imersão durante os combates e durante a exploração.
Até quando os jogadores estão usando as bancadas de melhorias, é possível sentir o que o personagem está fazendo por meio da vibração do controle.
Conclusão
“The Last of Us Part I” é um remake de respeito que, além de respeitar o game original, já que o recriou quase que perfeitamente, traz a forma definitiva e atualizada para se jogar um dos melhores jogos do PlayStation.
Apesar de não ser um game diferente do que já é encontrado atualmente em sua versão remasterizada, as atualizações fazem com que essa seja uma oportunidade única e inédita de conhecer uma história já contada anteriormente.
O preço é alto para um remake? Sim. Mas é inegável que o trabalho da Naughty Dog para revitalizar o game e torná-lo, novamente, um marco para os consoles da linha PlayStation, é bastante competente.
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