Após divulgar o acordo de compra da Actvision Blizzard por US$ 68,7 bilhões, a Microsoft agora vai enfrentar os órgãos regulatórios americanos. Segundo a Bloomberg, a Comissão Federal de Comércio (FTC) dos EUA foi designada para o caso e será responsável por analisar a maior aquisição da indústria dos videogames.

Segundo as informações, o órgão norte-americano investigará se a compra anunciada vai prejudicar as operações de rivais e o mercado como um todo. Isso porque há um temor de que propriedades intelectuais (IPs) da Blizzard — como Call of Duty — possam se tornar exclusivas do Xbox, o que afetaria a comunidade do PlayStation.

Inclusive, a própria Sony já “enquadrou” a Microsoft e revelou a existência de contratos que garantem que jogos da Activision continuem sendo multiplataforma. O chefe da divisão Xbox, Phil Spencer, por sua vez, prometeu que vai permanecer “apoiando comunidades” da rival mesmo após a aquisição.

Mas fato é que isso só poderá ser avaliado pelos órgãos reguladores internacionais. Ao blog KaBuM!, Marcelo Mattoso, advogado atuante no mercado de games, afirmou que, além do FTC, órgãos como CADE (Brasil) e Comissão Europeia (União Europeia) também devem analisar o caso, mas com base em suas legislações locais.

E eles não estarão sozinhos: outros players do mercado como Sony e Nintendo e até estúdios como Ubisoft e EA deverão ser convocados para informar se a transação vai ou não interferir em suas operações e na indústria gamer. Na prática, a Microsoft vai depender de um “aval” de suas rivais.

Aquisição da Microsoft na mira de órgãos reguladores

A Microsoft espera concluir a aquisição até junho de 2023, mas a transação não vai caminhar se o negócio não for aprovado pelos órgãos reguladores. O problema é que o FTC tem adotado uma abordagem mais rígida para fusões e aquisições, e o caminho da big tech pode não ser dos mais tranquilos.

Vale lembrar que o mesmo órgão entrou com um processo em dezembro do ano passado para bloquear a compra da Arm pela Nvidia por US$ 40 bilhões. O motivo? As análises apontaram que a negociação bilionária pode sufocar a concorrência em vários mercados tecnológicos, como os de data centers e supercomputadores automotivos.

Logo, será preciso esperar pelas análises antes de qualquer tipo de comemoração. E talvez até mesmo a Microsoft esteja ciente disso, já que teria se comprometido a pagar uma taxa de US$ 3 bilhões caso o negócio não se concretize.

Via: Engadget

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