10 anos sem Google Reader: 4 opções de leitores RSS para órfãos do app
Em 1º de julho de 2013, o Google matou o Google Reader, e até hoje os entusiastas do RSS sentem sua falta: qual app você tem usado?By - Rafael Arbulu, 3 julho 2023 às 16:45
No último sábado (1), nós completamos 10 anos sem o Google Reader. Possivelmente o mais popular leitor de RSS da internet, o app muito querido por muita gente acabou entrando na seara de produtos cancelados pela empresa de Mountain View por, segundo ela, ter uma base de fãs fiel, porém não crescente.
Desde então, muita gente que consome conteúdo – seja notícia, artigo científico ou qualquer outra forma de leitura – ocasionalmente posta sobre como é sentida a falta que faz um app tão versátil. Pensando nisso, o blog KaBuM! reuniu algumas opções para que entusiastas do RSS possam aproveitar os benefícios desse formato de conteúdo e, quem sabe, amenizar a saudade.
O que é RSS e por que o Google Reader era o principal app do tipo?
O formato “RSS” – sigla em inglês para “Sindicação Realmente Simples” – era uma forma de distribuição de conteúdo em tempo real. Uma figura popular entre jornalistas em meados de 2000 a 2010, a premissa básica deste formato era simples de se entender: ao invés de navegar, site por site, em busca de informações atualizadas, você usava um app dedicado à reunião de atualizações desses sites, em um formato legível por dito app (normalmente, o padrão “XML”, mas isso já é outro assunto), economizando tempo e adicionando praticidade à atividade.
O funcionamento também era igualmente simples: todo feed de postagens contava com um endereço em RSS. Esse endereço era agregado ao aplicativo de sua preferência e, uma vez inserido, ele listava todas as postagens daquele site, em ordem de atualizações mais recentes para as mais antigas. Adicionando mais links, você tinha mais sites e maior variedade de conteúdo.
Tipo o Twitter, só que mais “conteúdo”, menos “rede social” e, acima de tudo, “bem menos bagunça”.
O Google Reader, no entanto, ia além: ao contrário de outros leitores, ele construía a imagem do site no aplicativo a partir dos arquivos do site no Google – evitando “conteúdos truncados” (imagine que um RSS colete os 10 posts mais recentes de um site – quando o post #11 for publicado, o post #1 é jogado fora do feed).
Além disso, ele foi o primeiro de seu tipo a permitir a leitura de feeds mesmo sem conexão com a internet, por meio da extensão “Google Gears”. Com ela, você poderia baixar até 2 mil atualizações para ler offline e, quando você se conectasse novamente, todos os feeds seriam automaticamente atualizados.
Aliado às inúmeras opções de compartilhamento de conteúdo entre contatos, bem como uma das interfaces online mais provocantes e intuitivas até hoje, o Google Reader era de longe a preferência da maioria dos fãs do formato, e sua morte certamente deixou um vazio que leitores posteriores ainda falham em preencher.
Mas sem o Google Reader, que outras opções nós temos?
E é aqui que entra a parte mais útil deste artigo. Embora o Google Reader em si – ao menos, na opinião de alguns – ainda não tenha igual, muitos apps se propuseram a fechar essa lacuna no mercado. Alguns até passaram bem perto, tais como:
Feedly
O Feedly é provavelmente o aplicativo de leitura de RSS mais popular, hoje em dia – além de ser uma preferência pessoal de minha parte. Ele traz a maioria dos recursos do Google Reader – incluindo um modo de busca de novos feeds que é até mais avançado (cortesia de “Leo”, a inteligência artificial empregada no app) e organização de conteúdos por pastas (as quais eu separo por “editorias” – as mesmas que temos aqui no blog KaBuM!, para facilitar a aquisição de informações).
Há também a capacidade de adicionar notas de consulta para cada feed lido, um comando de leitura rápida para quando você não tem tempo de passar os olhos link por link e, ainda, amplas opções de compartilhamento entre seus contatos ou equipe.
Um problema dele, no entanto: como a maioria dos apps “freemium”, você pode baixá-lo de graça e usá-lo sem custo. Mas algumas das funções mais atraentes vêm sendo isoladas na versão paga dele – o Feedly Pro – que custa entre US$ 6 (R$ 28,78) e US$ 8 (R$ 38,37) mensais. Há também um plano “Enterprise”, voltado para empresas de variados portes, mas o valor deste é determinado sob consulta.
Um app dedicado está disponível para dispositivos móveis, mas não há um app nativo para computadores. Neste caso, a própria página do Feedly é quem cuida dessa distribuição.
Newsblur
Uma boa opção para quem busca um sentido maior de “comunidade” na leitura de feeds em RSS, o Newsblur tem recursos avançados de compartilhamento, trazendo uma “mini rede social” improvisada que lhe permite marcar amigos em leituras interessantes, para compartilhamento de links dentro do próprio app. Além disso, claro, ele também traz opções de envio de links via e-mail ou outras plataformas sociais.
Ele também traz capacidades de marcação para sites favoritos (que ganham prioridade nos momentos de atualização) e filtragem de conteúdo baseado em suas preferências: quer procurar um artigo mais denso ao invés de uma notícia do dia? O Newsblur pode priorizar isso para você com apenas algumas palavras-chave.
A versão premium traz aprimoramentos de busca e menores limitações de conteúdo, permitindo que você assine quantos feeds desejar.
Aggregator
Uma das opções menos populares – mas ainda assim bem poderosas – o Aggregator busca se concentrar nas capacidades mais “raiz” de um leitor RSS: embora ele tenha apps dedicados, ele prioriza o acesso via web, trazendo suporte aos formatos RSS e Atom (o “concorrente”), além de ser um dos poucos que lê arquivos OPML – usado por algumas plataformas à revelia do XML.
Diante dessa gama de suporte, o Aggregator permite que você siga praticamente qualquer site na internet, adicionando feeds conforme a sua conveniência e relacionando tudo em uma interface amigável e simples de se navegar, contando ainda com temas claro e escuro. E o melhor: ele é totalmente gratuito, sem funções escondidas em um “plano premium”.
O lado ruim, no entanto, é que ele não recebe uma atualização decente desde 2018, com o time se limitando a atualizar bugs e redução de peso do código-fonte. Ah, e ele só tem app nativo para Android.
Onde baixar: Android
Esta é mais uma opção extremamente popular, sobretudo pela empresa ter parcerias com algumas fabricantes de smartphones: o Flipboard é um dos nomes mais lembrados justamente por esse fato, embora isso esteja ficando cada vez mais de lado no Android, haja vista que o sistema está cada vez mais integrado ao Google Notícias (este por sua vez “tenta” ser o novo Google Reader, mas falha de forma retumbante…).
Fazendo jus à expressão “copo meio vazio, copo meio cheio”, o Flipboard percebeu que a queda de adoção espontânea vinda das parcerias com fabricantes representa também uma oportunidade, e nisso, eles foram bem: o app nativo do leitor recebe atualizações constantes de design e segurança, adotando novos recursos a cada versão mais recente – além de apresentar tudo em um design charmoso, que lembra bastante uma revista.
Não é nem de longe tão poderoso quanto o Feedly, mas é consideravelmente mais fácil de usar e navegar. Há também que se considerar que o app funciona no modelo “free with ads”, ou seja, ele é totalmente gratuito para você usar, desde que você tolere alguns anúncios publicitários aqui e ali. Felizmente, ao contrário de “certas plataformas” por aí, essa parte não é nada intrusiva e alguns dos anúncios são até interessantes.
E aí, deixamos passar o seu favorito na nossa lista? Lembrando que nosso artigo se baseia em experiências pessoais da nossa equipe e em nada tiram o mérito de outros apps por aí afora, que tal contar pra gente qual leitor RSS você usa?
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