Clive ‘N’ Wrench possui uma proposta bastante curiosa e, quando recebi o jogo, logo fiquei imaginando como isso seria. Em uma época em que os remakes estão em alta, um novo jogo – tá, nem tão novo assim – surgir como forma de homenagear os games de plataforma 3D dos anos 1990 parece algo interessante.

E de fato é, mas o game peca também em muitos aspectos – apesar de eu passar pano para alguns deles, já que o título foi criado durante 12 anos por uma pessoa só: o desenvolvedor Rob Wass.

Mesmo assim, em alguns momentos, a sensação que fica é de um game inacabado, que poderia ter ficado alguns anos a mais em desenvolvimento para trazer uma experiência satisfatória para os jogadores.

A história de Clive ‘N’ Wrench

Clive 'N' Wrench

Imagem: Divulgação

Na história, controlamos Clive, um coelho, e Wrench, um macaco, que recebem a missão de recuperar as plantas da máquina do tempo da professora Nancy, que foram roubadas pelo Dr. Daucus. Para isso, eles vão usar uma máquina do tempo para viajar por diversos mundos.

Essa é uma premissa simples, e que o aproxima muito fácil de qualquer jogo de plataforma lançado há alguns anos – como Spyro e Crash, por exemplo. De qualquer forma, isso é algo que funciona relativamente bem.

Clive 'N' Wrench

Imagem: Divulgação

O esmero pela criação dos 11 mundos – os primeiros mais que os últimos – é visível. Há elementos reconhecíveis dos clássicos do gênero e, embora não tenhamos muito aprofundamento em várias questões, ainda é possível se divertir por meio da experiência descompromissada que Clive ‘N’ Wrench oferece.

Referências e questões de exploração

Clive 'N' Wrench

Imagem: Divulgação

Quem jogou videogame ou assistiu a filmes nos anos 1980/1990, com certeza vai identificar algumas das várias referências presentes no jogo. Elas vão desde Indiana Jones, passando por Querida, Encolhi as Crianças e terminando, é claro, nos jogos clássicos de plataforma, como nos já citados Crash e Spyro.

Aqui, até Donkey Kong podemos encontrar, como a forma com que o coelho Clive leva Wrench para todo lado. No entanto, é bastante do DNA de Spyro que vemos aqui, com a ideia de coletar pedras para conseguir abrir a batalha com os chefes e, consequentemente, chegar ao próximo mundo.

No entanto, essa não é necessariamente uma tarefa simples, já que são dez espalhadas pelos níveis, que são excessivamente grandes e, por isso, oferecem muitas áreas vazias ou que não trazem nada de mais para a jornada dos personagens.

Clive 'N' Wrench

Imagem: Divulgação

É mais fácil esbarrar em algumas das pedras ao acaso do que seguir as dicas de onde está cada uma delas. O mesmo serve para os relógios que podem ser coletados. Ao todo, são 400 em cada nível, o que torna a tarefa de pegar todos quase impossível.

Controles e bugs

Clive 'N' Wrench

Imagem: Divulgação

Agora temos a parte mais frustrante do jogo: seus controles. Apesar de querer beber da fonte dos jogos de plataforma, Clive ‘N’ Wrench erra feio. Isso porque os controles são imprecisos demais, principalmente nos pulos, fazendo com que a morte seja uma constância.

Além disso, a resposta deles não é muito boa, principalmente quando o jogador deve realizar pulos duplos, que o mesmo botão deve ser pressionado duas vezes. É necessário fazer um intervalo entre um apertar e outro, já que, se o jogador clicar muito rápido, o jogo entende que foi apenas uma vez.

Clive 'N' Wrench

Imagem: Divulgação

O aterrissar dos pulos também é um pesadelo, já que nunca dá para saber exatamente onde os jogadores vão pousar. Isso significa que, em pulos que exigem precisão, essa questão não existe, você provavelmente vai morrer.

Além disso, outro ponto a ser citado são os controles durante o combate. Os jogadores têm à disposição um ataque giratório ao melhor estilo Crash Bandicoot. No entanto, espera-se que isso desse algum tipo vantagem para o personagem.

É justamente o contrário, ele fica mais vulnerável que nunca aos ataques dos inimigos. Aconteceu de eu ficar preso em um canto e simplesmente morrer para um adversário comum porque não há um frame de invencibilidade usando o ataque ou após levar dano.

Chefes

As batalhas de chefe tentam ser inventivas, mas acabam caindo em sequências chatas e tediosas, em que um confronto demora mais que o normal, já que os controles não ajudam ao mesmo tempo em que os inimigos são fortes.

Clive 'N' Wrench

Imagem: Divulgação

Há algumas batalhas que são até interessantes, pois você não enfrenta um boss diretamente, mas deve vencer uma fase para derrotá-lo. Porém, tirando isso, esse é outro ponto em que não podemos achar muita coisa interessante.

Conclusão

Clive 'N' Wrench

Imagem: Divulgação

Por fim, o que fica em Clive ‘N’ Wrench são apenas as referências e a tentativa de homenagear os jogos de plataforma dos anos 1990. As mecânicas, apesar de interessantes, não funcionam direito e mais frustram que divertem.

Apesar disso, os personagens são carismáticos e podem chamar a atenção dos amantes de jogos de plataforma, embora isso não se sustente por muito tempo, já que os problemas logo começam a aparecer.

Vale lembrar que Clive ‘N’ Wrench está disponível para Nintendo Switch, PC, PlayStation 4 e PlayStation 5.

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