[Review] Galaxy Z Fold4 evolui a experiência de usar um dobrável
O Galaxy Z Fold4 inova menos que seu antecessor, mas melhora em outros pontos e muda a experiência com o Android 12L. Veja nosso review!By - Alvaro Scola, 12 setembro 2022 às 17:59
Os celulares dobráveis, ano após ano, continuam em alta e conquistam mais usuários devido às suas particularidades. Já o Galaxy Z Fold4 foi anunciado como um dos celulares dobráveis da Samsung para 2022, que continua com o destaque de poder ser utilizado praticamente como um “tablet”.
O blog KaBuM! recebeu uma unidade do Galaxy Z Fold4 para review e, após utilizá-lo como seu celular principal por pouco mais de uma semana, conta o que achou desta análise. Confira!
- Design e acabamento
- Telas e som
- Desempenho e autonomia
- Câmeras
- Sistema e a experiência Fold
- Conclusão
Design e acabamento
Na questão visual, o Galaxy Z Fold4 é praticamente idêntico aos seus antecessores, sendo que a Samsung já havia acertado neste quesito em anos anteriores, o que justifica o fato de “nada mudar”. O corpo do aparelho conta com o chamado “Armor Aluminium”, que é elegante e reflete apenas um pouco de luz dos ambientes.
Já na parte traseira do aparelho, a Samsung optou por cores sólidas em uma traseira de vidro. Pessoalmente, o resultado me agradou bastante e a textura utilizada não deixa que manchas ou sujeiras fiquem a vista tão facilmente, algo bem positivo em um aparelho que não é feito para ser usado com capinhas.
O Galaxy Z Fold4 pesa aproximadamente 263 gramas, o que o acaba tornando um pouco pesado. Devido a não ser um aparelho largo, quando fechado, o celular pode ser utilizado facilmente com uma mão.
Na lateral direita do celular estão presentes a gaveta para o cartão SIM e o botão power, que conta com um leitor de impressões digitais integrado. Inclusive, nos meus testes, o leitor de impressões digitais foi bem rápido e praticamente não teve erros para realizar as leituras.
Em relação a proteções, o Galaxy Z Fold4 conta com a certificação IPX8, o que o torna resistente a água e que pode ser considerado um diferencial em um aparelho dobrável. Além disso, com exceção a tela interna (a do modo tablet), todos os outros displays do aparelho contam com a proteção Gorilla Glass Victus+ contra trincos e arranhões.
Assim como seus antecessores, o celular ainda possui um pequeno vão quando dobrado e é bem grosso devido às telas. Dessa forma, quando colocado no bolso, o ideal é que chaves e afins não estejam por lá. Em meus testes, pessoalmente, preferi evitar deixar qualquer coisa que pudesse arranhá-lo.
Por fim, na questão de acabamento, na parte de baixo do celular está presente a entrada USB-C ao lado de um alto-falante. Já na parte superior está localizado o segundo alto-falante do celular.
Telas e som
O Galaxy Z Fold4 conta com 3 telas, sendo que todas contam com o mesmo tipo de display, mas com algumas diferenças. A tela de externa (a do celular dobrado) tem um display Dynamic Amoled 2X de 6,2 polegadas com taxa de atualização de 120 Hz e proporção 23.1:9.
De forma geral, as cores apresentadas nesta “tela externa” são bem vivas, sendo que ajustes mais finos podem ser feitos no Android. O seu nível de brilho é excelente e, mesmo em ambientes bem iluminados, não é um problema ver o que está na tela. A minha única crítica a mesma fica por conta da “largura”, que deixa tudo um pouco “achatado”, principalmente na hora de digitar.
No modo “tablet”, o Galaxy Z Fold4 traz tela Dynamic Amoled 2X de 7,6 polegadas com taxa de atualização 120 Hz e taxa de brilho de até 1200 nits. O seu diferencial em relação a externa fica por conta do suporte ao HDR10+, sendo que aqui as cores também são exibidas bem vivas e o nível de brilho é excelente.
O único ponto que me incomoda um pouco ainda é o vinco que fica na parte em que as telas se dobram. Esse ponto contra, vale notar, fica em evidência em qualquer celular dobrável, mas é possível se acostumar com o tempo.
Como fez em seu antecessor, a Samsung manteve a câmera para selfies do modo tablet camuflada na tela. A solução, apesar de não ser perfeita, até que acaba bem disfarçada e dependendo do conteúdo a ser reproduzido pode ser difícil notá-la.
Em relação ao som, o Galaxy Z Fold4 não apresenta o maior volume que já escutei, mas nenhuma distorção acaba sendo notada. Outro ponto positivo é que os graves estão no ponto certo e o modo Dolby Atmos está bem implementado.
Desempenho e autonomia
O Galaxy Z Fold4 conta com uma configuração considerada topo de linha para 2022 e alcança uma boa performance no geral, mas antes de entrarmos nos detalhes de como foram os testes, veja suas principais especificações:
- Processador octa-core Snapdragon 8+ Gen 1
- GPU Adreno 730
- 12 GB de memória RAM
- 256 GB de espaço (existem modelos com 512 GB ou 1 TB)
- Bateria de 4.400 mAh
Com uma quantidade decente de memória e um dos melhores processadores para celulares de 2022, o Galaxy Z Fold4 é extremamente rápido para executar praticamente qualquer aplicativo, não chegando a ter lentidão em nenhuma tarefa pesada, como na edição de vídeos.
Para os interessados em números, no teste de benchmarking do Geekbench 5, o celular atingiu 1.331 pontos para atividades single-core e 4.129 para atividade multi-core.
Em relação a jogos, o Galaxy Z Fold4 não encontra problemas para rodar nenhum título. Não somente isso, jogos mais pesados como Genshin Impact podem ser executados com as configurações gráficas no máximo sem grandes problemas. Já o suporte a taxa de atualização de 120 Hz, é claro, variará de acordo com cada título.
Um outro ponto a ser elogiado no aparelho é que o mesmo não esquentou muito durante os meus testes em nenhum momento, nem mesmo após jogar Genshin Impact por aproximadamente uma hora sem parar.
Em relação a autonomia, o Galaxy Z Fold4 consegue passar um dia longe da tomada com um uso moderado. Nos meus testes, a bateria costumava ficar com a carga entre 15% e 20% ao fim dos dias.
O tempo para uma recarga completa leva aproximadamente 90 minutos, sendo que em apenas 30 minutos é possível carregar 50% de sua carga. Infelizmente, assim como em seus antecessores, a Samsung não inclui um carregador no kit do celular, sendo que o utilizado nos testes fornecia um carregamento de 25 W.
Câmeras do Galaxy Z Fold4
O Galaxy Z Fold4 mostrou uma boa evolução para tirar fotos e gravar vídeos quando comparado com o seu antecessor. Antes de entrarmos nos detalhes do teste, primeiro, veja as especificações de suas lentes:
- Lente principal wide de 50 MP com abertura f/1.8
- Lente telegráfica de 10 MP com abertura f/2.4
- Lente ultrawide de 12 MP com abertura f/2.2
- Lente externa para selfies de 10 MP com abertura f/2.2
- Lente escondida sob o display para selfies de 4 MP com abertura f/1.8
A lente principal do Galaxy Z Fold4 consegue registrar boas imagens independentemente de o ambiente estar bem iluminado ou não. De forma geral, as cores são levemente saturadas e o nível de contraste se mostra decente, mas o nível de detalhes poderia ser maior.
Já a lente ultrawide apresenta um resultado bem similar ao do sensor principal quando o assunto é cores e nível de detalhes. Entretanto, algumas cores mais claras, como o céu, tendem a estourar e os “cantos” das fotos saem esticados, algo que vemos em outros aparelhos, mas que não fazem bem para o registro.
A lente telegráfica, por sua vez, tem um zoom óptico de até 3x. Enquanto as cores capturadas saem bem vivas, infelizmente, o nível de detalhes não é o melhor possível. Em algumas situações, essa lente até pode ajudar a tirar fotos de pequenos detalhes, mas uma lente macro ainda faz falta.
A lente para selfies externa faz bons registros com cores que são bem fiéis aos dos ambientes, ou seja, o seu resultado é o mais perto possível da realidade. O nível de detalhes também é decente e câmera não deixa nada estourado, mesmo quando o ambiente está com bastante iluminação.
Já a lente para selfies interna, aquela que fica escondida sob o display, do Galaxy Z Fold4 mostrou uma boa evolução em comparação ao que foi visto no antecessor. Apesar das evoluções, a solução ainda não é perfeita e alguns borrões podem ser vistos, como se a foto tivesse sido tirada em movimento.
Em relação a vídeos, o Galaxy Z Fold4 consegue realizar gravações em até 8K com 24 FPS. Nos meus testes, a gravação em 8K ainda fica um pouco longe do ideal, uma vez que pequenas travadas podem ser notadas tanto na hora de gravar quanto na hora de reproduzir os vídeos no celular.
Já em 4K o celular faz um ótimo trabalho com o mesmo nível de qualidade de imagem visto nas fotos. O Galaxy Z Fold4, vale notar, ainda traz o modo “Superestável” para gravações em Full HD com 60 FPS, que ficam com uma boa qualidade.
A nova experiência Fold com o Android 12L
Uma das grandes novidades do Galaxy Z Fold4 fica no fato do mesmo vir com o Android 12L, uma versão modificada do sistema operacional do Google otimizada para telas largas. Agora, ao abrir praticamente qualquer aplicativo, que não seja um jogo, o usuário ganha uma “barra de tarefas”.
Assim como mostra a imagem acima, esta barra de tarefas é bem similar a que vemos no Windows ou até mesmo no modo DeX, quando conectamos um celular da Samsung a um monitor ou TV. Através desta barra, é possível acessar os aplicativos mais utilizados de forma mais rápida.
Já ao deixar o Galaxy Z Fold4 aberto parcialmente é possível utilizar uma de suas telas para controles simples. Por exemplo, na foto abaixo, estava utilizando uma das telas como se fosse um trackpad.
Além dessas melhorias do Android 12L, o Galaxy Z Fold4 também conta com a interface da OneUI, que pessoalmente me agrada bastante. Assim como outros celulares premium da Samsung, aqui o modo DeX também marca presença.
Na hora de tirar fotos, o Galaxy Z Fold4 ainda traz alguns extras que são possíveis graças ao seu conjunto de telas. Por exemplo, ao tirar uma foto de alguém, esta pessoa poderá ver como a foto sairá através da tela frontal do aparelho.
Conclusão
O Galaxy Z Fold4 é um dos melhores celulares dobráveis que tive a oportunidade de testar. A Samsung acertou em manter algumas das novidades vistas em seu antecessor, sendo que as melhorias aqui foram mais pontuais.
Em questão de processamento, como era de se esperar, o celular roda qualquer aplicativo e jogo, mesmo que pesado, com tudo no máximo sem qualquer lentidão. A autonomia da bateria, apesar de decente, ainda poderia ser um pouco melhor.
Para fotos, o Galaxy Z Fold4 mostrou uma evolução interessante, mas ainda senti falta da sua lente macro. Já a câmera para selfies interna também melhorou a sua qualidade, mas ainda fica um pouco abaixo do esperado. Aqui, honestamente, eu ainda preferiria ver um “buraco na tela” em troca de ter mais qualidade.
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