Zoobótica: robô ‘minhoca’ promete revolucionar a cirurgia
No futuro até de forma autônoma, minúsculos robôs poderão navegar no corpo humano para cirurgias e tratamentos mais precisosBy - Cesar Schaeffer, 12 agosto 2022 às 15:16
Parece uma minhoca de metal saída de um filme de ficção científica. Mas esses promissores e minúsculos robôs “contínuos” (como são chamados) podem revolucionar a cirurgia médica em um futuro não tão distante.
Com apenas 7 milímetros de espessura e seções que variam de 15 a 70 milímetros de comprimento, esses mini-robôs, além de extremamente finos, são flexíveis, extensíveis e se movimentam como um tentáculo – em breve, eles poderão navegar pelo corpo humano.
Os primeiros modelos estão sendo construídos no Laboratório de Robótica Contínua da Universidade de Toronto, no Canadá. A diretora Jessia Burgner-Kahrs deu o apelido às minúsculas máquinas de “zoobótica”.
O futuro das cirurgias
O exemplo usado para explicar um potencial da zoobótica é o de um neurocirurgião que precisa remover um tumor cerebral – um procedimento extremamente delicado. Hoje, com uma ferramenta cirúrgica tradicional e rígida, o profissional precisa alcançar a massa cancerosa seguindo um caminho direto para o cérebro, correndo o risco de perfurar – e danificar – o tecido vital.
A professora Burgner-Kahrs já imagina o dia em que um de seus robôs, guiado por um cirurgião, será capaz de percorrer com um caminho sinuoso ao redor do tecido vital e ainda alcançar o local cirúrgico com precisão e, principalmente, segurança. O sucesso significaria tornar tumores cerebrais atualmente inoperáveis em operáveis novamente.
“Pode revolucionar a cirurgia”, diz ela.
Como funcionam essas mini-máquinas
Parece uma minhoca mesmo. Por dentro, fios conectam discos que estão colocados ao final de cada segmento do corpo do mini-robô. Esses fios são puxados para controlar as seções do robô e dobrados para guiar sua direção. Dentro de cada disco, imãs garantem que as divisões permaneçam equidistantes umas das outras, independentemente do comprimento do segmento.
Isso, explica a cientista, ajuda o equipamento a se curvar conforme desejado e a percorrer um caminho curvilíneo em um movimento de “siga o líder” – o “corpo” semelhante a uma cobra segue o caminho da “cabeça”.
Futuro autônomo
Burgner-Kahrs revela ainda que o laboratório já trabalha em uma segunda geração da zoobótica, em que os robôs serão equipados com sensores e possam se movimentar de forma autônoma dentro do corpo humano. O cirurgião, então, só precisaria programar a rota do mini-robô, como um GPS. Ainda assim, a minhoca de metal teria inteligência para evitar obstáculos e sabem onde deve chegar.
Além do corpo humano
Além de revolucionar a cirurgia humana – e até veterinária – os robôs contínuos poderiam também, por exemplo, deslizar pelo interior de motores, avaliando danos. Os robôs podem ser equipados com câmeras, permitindo que o operador veja onde a máquina está.
Fonte: Universidade de Toronto
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