Microsoft diz que exclusividade de Call of Duty não seria “lucrativa”; entenda
Em sua resposta à Sony, Microsoft também argumenta que Call of Duty não está em outro patamar no mercado de jogos; entenda o casoBy - Jessica Pinheiro, 11 agosto 2022 às 19:13
Em mais um episódio protagonizado por Microsoft e Sony, chegou a vez da companhia de Redmond afirmar que tornar Call of Duty exclusivo de Xbox “simplesmente não seria lucrativo” para a empresa.
A fala é uma resposta direta da Microsoft às objeções da Sony, as quais podem atrapalhar a finalização do processo de aquisição da Activision Blizzard pela fabricante de Xbox por US$ 68,7 bilhões.
Para a companhia de Redmond, tornar Call of Duty exclusivo precisaria de um número de jogadores suficientes no ecossistema Xbox para compensar as perdas de não lançar os jogos da franquia em outras plataformas.
https://www.youtube.com/watch?v=r72GP1PIZa0
Isso porque a exclusividade, literalmente, tem seu valor, uma vez que a prática acrescentaria novos custos específicos para cada título (os valores foram retirados do documento que contém a resposta).
“As preocupações implícitas da Sony sobre a exclusividade de conteúdos da Activision Blizzard são injustificadas, e os incentivos da Microsoft são de continuar disponibilizando os jogos da Activision Blizzard em consoles rivais”, diz a fabricante de Xbox.
Vale lembrar que o chefe de Xbox, Phil Spencer, havia dito anteriormente que sua companhia honraria com as obrigações contratuais de publicar Call of Duty em outras plataformas, o que apenas corrobora com o argumento de que a exclusividade da franquia não é lucrativa para a Microsoft.
Had good calls this week with leaders at Sony. I confirmed our intent to honor all existing agreements upon acquisition of Activision Blizzard and our desire to keep Call of Duty on PlayStation. Sony is an important part of our industry, and we value our relationship.
— Phil Spencer (@XboxP3) January 20, 2022
Em seu contra-argumento, a Microsoft também refuta a fala da fabricante de PlayStation de que Call of Duty define o gênero de jogos de tiro em primeira pessoa: “Na realidade, Call of Duty não apenas não é uma ‘categoria [própria] de jogos’, como também enfrenta forte concorrência de games de vários gêneros e tipos”.
Para efeito de comparação, a companhia de Redmond lista os 20 títulos de consoles mais vendidos de 2021, dentre os quais apenas dois eram da Activision Blizzard.
Mais argumentos da Microsoft
No documento de resposta, a companhia de Redmond fornece vários argumentos sobre por que a franquia de tiro em primeira pessoa da Activision permanecerá multiplataforma.
Além de alegar que esse tipo de prática não faz parte de sua estratégia de negócios e que isso tiraria conteúdo dos jogadores; a fabricante de Xbox afirma que os consumidores enxergam serviços de assinatura como uma entre várias maneiras de pagar por jogos.
Por fim, a Microsoft diz que a insinuação de Sony de que o Game Pass pode conquistar uma liderança inatingível no mercado de assinaturas, ignora a dinâmica desses serviços, além da existência do próprio PlayStation Plus.
O que aconteceu entre Microsoft e Sony até o momento?
Tudo começou quando a a fabricante de PlayStation respondeu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica do Brasil (abreviado como CADE), como parte do processo de aquisição da Activision Blizzard.
Nesta etapa, foram consultadas diversas empresas de todo o mundo, para conferir a aprovação de cada uma delas sobre a compra bilionária da publisher pela Microsoft.
Ao órgão regulador, a fabricante de PlayStation revelou estar preocupada com a possibilidade de Call of Duty se tornar exclusivo de Xbox, pois poderia influenciar na venda de consoles da Microsoft.
No mesmo documento, a Sony afirmou que Call of Duty define o gênero de tiro em primeira pessoa e que nenhum outro jogo com orçamento equivalente poderia concorrer com a franquia da Activision.
Recentemente, a Microsoft teve a oportunidade de responder os entraves da Sony, dizendo que a fabricante de PlayStation tem medo do modelo de negócios inovador que o Game Pass representa, já que isso pode ameaçar o domínio da concorrente no mercado de distribuição digital de jogos para consoles.
Além disso, a companhia de Redmond alegou que a Sony paga desenvolvedores para que não adicionem seus jogos ao Game Pass — um reflexo do medo da fabricante de PlayStation de perder o suposto domínio.
Fonte: GameIndustry.Biz
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