[Review] Evil Dead The Game: uma boa experiência, mas com ressalvas

Responsável por projetar nomes como Bruce Campbell e Sam Raimi ao estrelato, a trilogia de filmes Evil Dead ganhou o status de cult entre os adoradores de cinema. Desde então, a série ganhou um programa de TV que trouxe personagens icônicos de volta e agora tem um game.

Evil Dead: The Game, produzido pela Saber Interactive e pelo Boss Team Games, traz um gênero em alta nos últimos anos — o multiplayer 4v1 —, mas com um brilho próprio.

Quando foi anunciado, muitas pessoas logo o associaram ao famoso Dead by Daylight, já que o objetivo são quatro sobreviventes fugindo de um assassino. No entanto, já adianto que o título não tem nada a ver com o game da Behaviour (do qual também sou muito fã).

A história de Evil Dead: The Game

Imagem: blog KaBuM!

Evil Dead: The Game, por se tratar de um título majoritariamente multiplayer, não segue muito uma história fixa. Ele usa todos os elementos trazidos pelos filmes — como a Adaga Candariana, demônios e o Necronomicon —, mas não tem uma linha narrativa fixa.

Isso não teria muito sentido já que as partidas são aleatórias, com personagens diferentes e demônios dos três filmes. Portanto, a falta de uma estrutura narrativa linear não tira a diversão do game – que é bastante divertido.

O que chega mais perto de uma experiência single player são as missões “offline” – você deve ter reparado nas aspas, falarei sobre elas mais à frente. Nelas, os jogadores podem assumir o controle de Ash em diferentes momentos para realizar tarefas específicas e, claro, enfrentar muitos monstros.

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Ao fim de cada um dos segmentos — são seis por enquanto —, o jogador ganha recompensas sejam elas gravações que complementam acontecimentos dos filmes, ou até personagens para serem usados nas partidas online.

Agora vem a primeira crítica: apesar de serem missões solo, elas não são offline. Isso significa que mesmo que o jogador queira jogá-las, é necessário que o console esteja conectado à Internet — e que os servidores estejam funcionando.

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Obviamente, isso pode ser corrigido com uma atualização, mas é bastante difícil de entender como a empresa pensou em algo assim, principalmente porque instabilidades podem ocorrer — e de fato ocorreram neste final de semana de lançamento, o que tornou o título injogável por breves momentos.

Personagens

O interessante aqui são os personagens disponíveis tanto na parte de demônios quanto sobreviventes. Na parte dos assassinos, os jogadores têm à disposição três opções de escolha, cada uma com habilidades distintas e que devem ser usadas estrategicamente nas partidas.

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Como demônio, é necessário colocar portais para invocar monstros, controlar árvores para atacar jogadores, possuir objetos e pessoas, e até se materializar por breves momentos — já que o personagem se move invisível — para tentar impedir os sobreviventes de cumprir o objetivo principal que é selar o portal entre os dois mundos.

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Do lado humano, é necessário cumprir os objetivos na seguinte ordem: pegar três partes de um mapa espalhados pelo cenário do game, coletar as páginas do Necronomicon, achar a adaga Candariana, derrotar os Sombrios e então, finalmente, proteger o Necronomicon para que ele faça o banimento de todas as ameaças.

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Parece complicado, mas na prática é tudo bem simples — o que torna o jogo bastante divertido.

Mas, além desses objetivos, o jogador deve se preocupar em criar uma build para sobreviver aos horrores do game — o que nos leva às habilidades de cada um.

Habilidades

Cada um dos sobreviventes possui habilidades únicas, bastante importantes para que o jogador possa se virar na partida. São vários “Ashs” de diferentes filmes e outras pessoas saídas dos longas e da série.

Cada um deles fica separado em uma categoria (líder, guerreiro, caçador e suporte) e oferecem habilidades de cura, diminuição do medo — que, se chegar ao máximo, permite ao demônio possuir uma pessoa — e aumento dos ataques físicos.

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Além disso, essas habilidades podem ser melhoradas de diversas formas na árvore de talentos de cada categoria. Vale ressaltar que, apesar dos personagens terem habilidades únicas, a árvore de talentos é a mesma para cada classe.

Portanto, é importante procurar estratégias e personagens com habilidades que se adequem ao seu estilo de jogo. Além disso, dificilmente uma partida será vencida sem classes específicas, que servem para facilitar a gameplay de alguma forma.

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Durante o jogo, também há habilidades válidas para aquela partida que podem ser upadas conforme o jogador encontra frascos específicos em baús. É aí que o game ganha mais uma camada de estratégia, já que é necessário pensar muito bem antes de maximizar algum atributo.

Mesmo eles sendo válidos apenas para aquela partida, podem significar a vitória ou a derrota dos jogadores.

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Itens coletáveis

Evil Dead: The Game não oferece nenhuma arma inicial para os jogadores. Isso porque é necessário que os personagens procurem por materiais para sobreviver nas partidas. Se você der sorte, armas de nível dourado podem ser encontradas e, consequentemente, darão mais dano nos inimigos, facilitando a vida durante o jogo.

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Além disso, usando essas armas, é possível dar golpes finalizadores nos inimigos, que são dignos dos filmes clássicos, pois contam com muito sangue e membros sendo cortados.

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Para se curar e se proteger, o jogador pode encontrar, respectivamente, refrigerantes e amuletos. Eles são bastante importantes, principalmente em momentos cruciais da batalha.

Modos de jogo

Tudo pode parecer muito complexo, mas, felizmente, o game conta com vários modos de jogo diferentes para que seja possível testar as habilidades de formas diversas.

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Além da parte de missões solo e tutorial, os jogadores podem escolher por jogar com outras pessoas contra um monstro controlado por um quinto humano, jogar como demônio contra jogadores reais, uma partida de jogadores reais contra um killer controlado pela inteligência artificial, uma partida em que todos são controlados pelo jogo — exceto você, claro — e a possibilidade de criar um jogo personalizado entre amigos.

Cada modo oferece uma quantidade de experiência específica, com exceção da partida personalizada, para que os jogadores possam melhorar seus personagens favoritos.

Problemas técnicos

Não se sabe se foi pela quantidade de jogadores no fim de semana de lançamento ou se Evil Dead: The Game de fato saiu com diversos problemas, mas alguns usuários relataram falhas de conexão com servidores.

No entanto, uma questão mais grave aconteceu com este jornalista que vos escreve: o game simplesmente não funcionou nos dois consoles em que foi testado. É isso mesmo: baixei as versões de PlayStation 4 e PlayStation 5 do jogos e nenhuma delas funcionou em seus respectivos consoles.

O jogo até chegou a carregar e foi possível escolher o personagem. Mas na hora de carregar a partida, a barra chegou a mais ou menos 15% e, depois de uns bons minutos, o jogo foi recorrentemente desconectado e eu era jogado novamente para o lobby com a mensagem de que um jogador saiu no meio do carregamento.

Imagem: blog KaBuM!

A questão é que isso ocorreu em simplesmente todas as partidas que tentei jogar, em horários e dias diferentes. Tanto é que, para realização desta análise, tive de recorrer a outros meios para jogar o título (aliás, obrigado, Pedro!)

De qualquer forma, essa questão foi relatada por alguns outros usuários de plataformas diferentes. Em contato com a desenvolvedora, fui informado que essa era uma questão conhecida e que estavam trabalhando em uma solução.

Imagem: Saber Interactive

No entanto, até o momento, nada foi resolvido e ainda estou impossibilitado de jogar o game em meus consoles. Portanto, se for comprar o título, tenha em mente que, dependendo das “portas abertas” por seu provedor de Internet, essa falha pode acontecer.

Já para quem consegue jogar alguma partida, é recomendado que não tente descer de pedras ou lugares com alguns desníveis. Isso porque é arriscado, já que o personagem pode ficar preso no ar e impossibilitado de progredir. Apesar de ter acontecido poucas vezes, acho legal mencionar porque é algo bastante chato e que pode prejudicar bastante o jogo.

Conclusão

Reprodução: divulgação/Saber Interactive

De qualquer forma, achei o game bastante divertido e diversificado, já que a imprevisibilidade de onde os pedaços do mapa aparecerão, aliada aos desafios dos diferentes assassinos, faz com que a experiência — que dura, em média, meia hora por partida —, seja bastante interessante.

Evil Dead: The Game é uma ótima experiência multiplayer para quem deseja desafio e uma boa dose de estratégia para vencer as ameaças propostas.

O título está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series S/X. Há uma versão programada para Nintendo Switch, mas ainda sem data de lançamento.