52% dos brasileiros que assinaram algum streaming já cancelaram o serviço
Dentre os principais requisitos para manter a assinatura estão: variedade de filmes e séries (76%), preço (65%) e boa navegação do app (40%)By - Tissiane Vicentin, 27 abril 2022 às 13:12
O consumo de conteúdo via streaming se tornou tendência global, especialmente nos últimos anos, impulsionada pela pandemia e pelo isolamento social. No Brasil, assistir conteúdos sob demanda se tornaram um hábito, colocando o País entre os cinco maiores consumidores de streaming do mundo.
Mas, ao mesmo tempo que tiveram muitos adeptos, também há os abandonos em massa: cerca de 7 em cada 10 brasileiros (71%) assinaram plataformas de streaming, mas 52% deles cancelaram o serviço um tempo depois.
Dos que cancelaram, 24% deixaram a Netflix, além de outros como GloboPlay (23%), Amazon Prime Video (15%), Telecine Play (14%), Disney+ (13%), HBO MAX (6%).
Os dados são do levantamento Streaming 2022 conduzido pela Hibou, empresa especializada em pesquisa e monitoramento de mercado e consumo, feito digitalmente com 1106 brasileiros de todo o Brasil, no período entre 9 e 10 de abril de 2022. O resultado apresenta margem de erro de 2,9%.
“Podemos afirmar que o streaming se consolidou como o principal canal de entretenimento durante o período de isolamento social, mas isso já era uma tendência iminente. O formato dominou os lares brasileiros e os consumidores tornaram-se mais exigentes”, afirma Ligia Mello, coordenadora da pesquisa e sócia da Hibou.
Para 70% dos entrevistados, as novidades em conteúdo disponíveis são o principal motivo de acesso às plataformas, principalmente novos filmes e lançamentos de séries.
Inclusive, Ligia afirma que investir em conteúdos originais é uma forma de atrair mais consumidores — ainda de acordo com a pesquisa, 70% dos brasileiros, que citam as séries originais como um diferencial.
“Para manter os assinantes ativos, as plataformas precisam incrementar seus catálogos ou investir em conteúdos autorais, até mesmo porque o mercado se tornou competitivo com o surgimento de concorrentes”, comenta a especialista.
Dos 70% que curtem séries originais, a maioria (77%) preferem as séries em que todos os episódios são liberados de uma vez, para que possam maratonar; 13% gostam de rever as séries favoritas; 7% curtem os lançamentos espaçados (episódios liberados semanalmente) e apenas 3% afirmam não assistir às séries.
Conteúdos e streaming
Entre aqueles que não são apegados a conteúdo inéditos, a preferência se divide entre séries que estão sendo mais comentadas por todos (44%), disponibilidade de filmes clássicos (32%), documentários (29%), séries clássicas que não estão mais no ar (26%), conteúdo infantil (16%), novelas (10%), animes (6%) e esportes (5%).
Dentre os principais requisitos para manter a assinatura e também selecionar a escolha do melhor serviço estão: variedade de filmes e séries (76%), preço (65%), boa navegação do app (40%) e conteúdo para a família toda (38%).
Além disso, há outros itens que são analisados e fazem com que a balança penda para um ou outro serviço, como:
- Sugestões do que assistir bem direcionadas para o meu gosto (34%);
- Conteúdos originais da plataforma (25%);
- App específico para minha smart TV (18%);
- Função “assistir junto” para quem está em outra casa (14%);
- Função para indicar/compartilhar conteúdo com um amigo (6%);
- Conteúdos com artistas e diretores famosos (6%);
- Produções brasileiras (6%).
Preço, aliás, é um dos principais motivos para o cancelamento (24% dos ex-assinantes relataram essa motivação). Já para 23%, o custo versus benefício não vale mais a pena, 15% sentiram falta de mais lançamentos, 12% apontaram catálogo com poucas opções ou títulos que não agradaram, 11% trocaram por outro serviço, 6% compartilharam uma experiência ruim na plataforma e 4% passaram a integrar o “plano família” de outra pessoa.
O item “preço” também engloba serviços que adicionam valores quando há canais adicionais, com acessos não incluídos na mensalidade convencional. Nesse caso, os pagamentos extras por exclusivos não agradam a 74% dos brasileiros.
Estes consumidores são contra a modalidade por considerarem que todo o conteúdo deve estar inserido na assinatura mensal e apenas 13% são favoráveis ao modelo por acreditarem que o valor por mês continua mais baixo e, quem tiver interesse, assina o conteúdo extra.
Em termos de serviços, há dois players que atualmente dominam o cenário no País: 91% dos brasileiros assinam ou assinaram Netflix e 53% assinaram ou assinam a Amazon Prime Video.
Além destes também foram citados entre os respondentes: GloboPlay (30%), Disney+ (26%), HBO MAX (20%), Telecine Play (13%), YouTube Premium (9%), Star+ (8%), Paramount+ (6%) e AppleTV (4%).
Consumo de conteúdos x dispositivo
Quase um terço da população (29%) não faz uso de plataformas de transmissões online de filmes e séries e o principal motivo é: o consumo de conteúdo é feito por outros meios que não via streaming. Assim, 38% não têm costume de assistir televisão e, portanto, também não se interessa em consumir conteúdo via streaming; 19% acham o serviço muito caro; 13% preferem assistir YouTube; 12% dão preferência para canais de TV aberta; 12% admitem usar o login emprestado de alguém; 4% preferem baixar filmes/séries na Internet e 5% apontam outros motivos.
“É interessante perceber que a TV a cabo tem parcela de mercado entre quem não consome conteúdos via streaming: 34% afirmam que pagam por esses serviços e não vêem necessidade em mais uma assinatura”, completa Ligia.
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