Cyberpunk 2077: tudo o que você precisa saber
By - Gleison Zerbinatti, 11 novembro 2020 às 17:20
O caso da CD Projekt Red, antes de Cyberpunk 2077, é realmente bem curioso no mundo dos games. Com base na Polônia, a desenvolvedora começou a trilhar seu caminho com The Witcher, um jogo baseado nos livros de sucesso do polonês Andrzej Sapkowski. As obras já eram incríveis em suas histórias e contos, acompanhando o Witcher Geralt de Rivia, e o jogo deu vida e expandiu ainda mais esse universo. Ainda era uma proposta de nicho, que conquistou uma base fiel, porém pequena de fãs.
Seguindo com The Witcher 2, um jogo que evoluiu bastante e chamou ainda mais a atenção, o sucesso foi estrondoso. The Witcher 3, por sua vez, alavancou a empresa a um status de referência na indústria. Nada mais justo, então, que seu próximo projeto esteja nos holofotes por tantos anos. Por isso, decidimos fazer um apanhado de informações sobre Cyberpunk 2077 para te ajudar a aguentar o hype até a data de lançamento que, pelo menos até esta publicação, é em 10 de dezembro de 2020.
As raízes de Cyberpunk 2077
A exemplo do que foi feito em The Witcher, Cyberpunk também vai se basear em uma obra anterior, porém, de uma forma ainda mais trabalhada. O jogo será baseado no RPG de mesa Cyberpunk 2020, que foi escrito por Mike Pondsmith, mas vai contar uma história completamente original, usando o RPG apenas como uma inspiração. Porém, para elevar mais a qualidade, o jogo tem consultoria direta do autor original, com o objetivo que tudo saia o mais integrado possível e de forma fidedigna àquele universo. Se você é fã ou quer conhecer o RPG de mesa antes do game lançar, pode esperar conexões com personagens do mesmo, ou pelo menos referências e easter eggs.
Além disso, é claro que o jogo também vai usar como base o estilo de ficção científica chamado de Cyberpunk. Para quem não conhece, esse gênero tem forte uso de elementos tecnológicos, geralmente apresenta um futuro pessimista, no qual as ruas estão sempre lotadas, os recursos naturais são escassos e a discussão sobre o que é ou não humano vem à tona.
Outro fator quase sempre presente nessas obras são as grandes corporações, que possuem dinheiro praticamente ilimitado, podendo comprar tudo, até mesmo pessoas, enquanto oprime a sociedade para se manter no topo. Esse cenário é perfeito para um RPG, em que suas escolhas importam e você precisa sobreviver às adversidades não só de seus inimigos no game, mas também do ambiente que o cerca.
Podemos esperar, então, várias referências e inspirações de clássicos da ficção científica enquanto nos aventuramos pelo mundo que a CD Projekt Red vai nos entregar. E por falar em mundo…
Os cenários de Night City
O jogo se passará em Night City, uma metrópole gigante do Estado Livre da Grande Califórnia, algo que com certeza a história do game vai explicar em mais detalhes como e porquê aconteceu. Essa cidade promete ser massiva, não só em tamanho. Na verdade, a CD aparenta ter deixado claro que o foco do mapa desse jogo não é apenas em seu tamanho, mas sim em sua densidade e verticalidade. Mais do que um mapa extenso, eles querem que ele seja vivo e imersivo ao extremo.
Como exemplo disso, os trailers mostram muitas pessoas seguindo com suas vidas enquanto você anda pelas ruas, onde pode ouvir diálogos naturais por todos os lados, e cada rua do jogo terá seu próprio nome, para que você se sinta ainda mais situado naquele mundo. Claro que, no melhor estilo do gênero Cyberpunk, a cidade será dividida em distritos, com suas diferenças sociais e econômicas bem evidentes.
Esse sendo um RPG, suas escolhas durante o jogo o levarão a interagir com cada grupo que vive por essas ruas de forma diferente, bem como se familiarizar mais com um setor da cidade do que outro. Apenas lembre-se que as corporações estão sempre de olho, e é praticamente impossível fazer amigos com alguém poderoso sem despertar o ódio de outros.
Acima de tudo, um RPG
A CD Projekt Red já prometeu que a proposta com Cyberpunk 2077 é a de fazer o RPG dos sonhos de qualquer fã do gênero, e até então não temos nenhum motivo para duvidar de tal afirmação.
O jogo será em primeira pessoa e terá as mais diversas formas de se resolver um conflito: stealth, uso da lábia, armas de fogo dos mais diversos tipos e tamanhos, combate corpo a corpo… você terá a liberdade para, de fato, interpretar o que seu personagem faria naquele momento.
Vale lembrar que, sendo um RPG, sua experiência vai servir para desbloquear ainda mais habilidades. No começo do jogo você pode sofrer para convencer alguém ou para atirar, mas, investindo seu tempo para melhorar seu personagem, no final você será um diplomata nato ou vai atirar tão bem quanto um medalhista olímpico.
Não ficou claro se o seu personagem poderá ser bom em várias fontes diferentes, mas o estilo RPG costuma premiar mais quem foca em menos caminhos, aqueles que você deseja interpretar, já que assim você terá as skills relevantes dessa jornada mais cedo. Portanto, mantenha em mente que o estilo RPG é diferente: ele lhe dá a liberdade para interpretar o papel que você quiser, com toda a história do jogo se moldando e respondendo a isso de forma natural.
Já foi confirmado que até mesmo suas escolhas iniciais vão afetar a sua gameplay, já que escolher a origem do personagem pode mudar aonde você começará no mapa e as pessoas que conhece. Isso mostra mais uma vantagem dos RPG: a rejogabilidade. Afinal, você pode começar o game diversas vezes e, por escolher diálogos, caminhos e skills diferentes, ter uma experiência totalmente nova.
Os implantes e o que nos faz humanos
Outro tópico muito discutido pelo estilo Cyberpunk vai estar em peso no game, fazendo parte de todos os materiais de divulgação: os implantes cibernéticos. No mundo de Cyberpunk 2077, você pode modificar o seu corpo de acordo com o seu interesse, com o custo de dinheiro. Quer um braço robótico com uma espada? Pernas mais fortes que permitem a você levantar muito peso? Que tal olhos com visão de calor? As possibilidades são infinitas.
A discussão que fica é a de que, se você trocar todo o seu corpo por partes cibernéticas, ainda é a mesma pessoa? E isso é maravilhoso, mas os ricos com certeza têm as melhores peças e o melhor tratamento. E se você modificar o seu cérebro? Sua consciência é a mesma?
Todas essas discussões prometem fazer parte do jogo e vão modificar sua gameplay de forma incrível. Isso também abre espaços para várias discussões válidas sobre o corpo, a humanidade, a desigualdade, e muitos outros pontos que as obras de Cyberpunk procuram trazer, enquanto nos colocam em um futuro que está distante, porém é mais familiar do que imaginamos. O jogo desde já levanta polêmicas e discussões, mesmo sem ter sido lançado oficialmente. É válido lembrar que ele será para maiores de 18 anos, então essas discussões serão levadas a sério e de forma madura.
A customização também se estende a seus veículos no jogo, e a desenvolvedora promete ainda mais novidades.
As quests e a tecnologia
Dizer que Cyberpunk 2077 será lindo é chover no molhado. O jogo vai sair no final de uma geração, o que indica que aproveitará ao máximo a otimização para o PS4 e o Xbox One, como também a nova, com promessas de efeitos absurdos de Ray Tracing, loading apenas inicial para todo o mapa, além de um mundo extremamente vivo com uma inteligência artificial impressionante.
Tudo isso também se estende as quests do game. Um RPG é tão bom quanto as quests que ele dispõe, e se The Witcher 3 serve de exemplo, podemos esperar grandes feitos nesse quesito. A CD prometeu não só histórias de vários tipos e para vários públicos em suas quests secundárias, como uma quest principal densa e aberta a opções.
Outra promessa é a de liberdade. Você vai poder usar suas habilidades para realizar a quest da maneira que quiser, entrar nela e depois viajar por aí sem a cancelar, bem como suas ações prometem desdobramentos pertinentes e que vão refletir não só na quest em questão, mas também no mundo ao seu redor.
O mundo terá ciclos de dia e noite, o que também vai poder afetar o sua gameplay (um jogador que prefere stealth pode ter vantagem ao invadir algum lugar no escuro da noite, por exemplo). Um gamer que responde a tudo de forma violenta pode não ser bem visto por vários, mas encontrar amigos que partilham do mesmo gosto por destruição. Enfim, o céu é o limite, e tudo isso promete utilizar ao máximo os consoles e o seu PC gamer para que tudo seja o mais fluído possível quando você estiver na pele da sua ou do seu protagonista.
E os seus inimigos?
Claro que um jogo também precisa de adversários, e em um RPG sua importância é ainda maior, já que suas escolhas podem levá-lo a se aliar a um lado, trabalhar na corda bamba entre todos, ser inimigo de todos e várias outras opções. Claro que os inimigos também não precisam ser vencidos na força bruta apenas… quem sabe não conseguimos fazer com que eles virem amigos?
Bem, a que ponto essas interações vão se estender, não sabemos ainda, mas o que já temos é a lista de grupos de Cyberpunk 2077. Então, aqui vai uma breve descrição de alguns deles que já foram divulgados (lembrando que, como o jogo ainda não está lançado, não sabemos se algo aqui ainda vai mudar):
• Tyger Claws: um grupo de gangster tatuados que possuem vários negócios, tanto legais quanto ilegais, e aparecem geralmente com katanas. Desafiá-los pode colocá-lo rapidamente em maus lençóis.
• The Mox: uma gangue liderada por anarquistas, punks, minorias e profissionais do sexo. Eles levam uma vida inspirada em Lizzie Borden, a falecida dona de uma boate que protegeu os seus membros da violência do mundo lá fora. Negócios escusos também fazem parte da organização.
• Voodoo Boys: a internet é parte crucial de um mundo Cyberpunk, e essa gangue é a que navega nas profundezas dela. Tendo cultura haitiana, o grupo usa seus conhecimentos no mundo digital para hackear, obter informações e trabalhar nas sombras. Sendo assim, eles são muito cautelosos com sua segurança e identidade, então é necessário cuidado ao se tentar uma aproximação com seus membros.
• 6th Street Gang: uma gangue que em seu começo tinha uma atitude nobre de enfrentar as grandes corporações e gangues violentas, trazendo a justiça para lugares onde a polícia de Night City se recusava a atuar. No momento, porém, eles comandam um distrito inteiro, e são iguais àqueles que eles juraram combater.
• Valentinos: um grupo de pessoas que são leais à gangue, cuidam um dos outros e se consideram uma família. Gostam de festas, de decorar as ruas de seu território e de fazer santuários ao seu ídolo, Santa Muerte. Embora pareçam pacíficos, mexer com um deles indica mexer com todos.
• Maelstrom: o foco dos membros desse grupo é de serem muito mais máquinas do que humanos. Viciados em implantes, principalmente os ilegais, esse grupo extremista foca em poder acima de tudo, e vai contrabandear, assaltar e fazer as mais diversas artimanhas para conseguir o próximo implante poderoso.
• Animals: enquanto todos usam armas e implantes para sobreviver a esse mundo hostil, os Animals querem apenas a força bruta. Usando esteróides, suplementos e treino para esculpir seus corpos, eles intimidam, extorquem e batem em qualquer um que entrar em seu caminho.
Além dessas já divulgadas, e de outras que a CD Projekt Red ainda mantém o mistério para quem for jogar o game, ainda teremos que nos preocupar com as corporações e suas tramas sem fim para garantir mais dinheiro, poder e controle sobre a cidade. Temos informações sobre três:
• Arasaka: uma empresa de segurança corporativa, bancos e demais esquemas do tipo. Ela comanda Night City com muita tecnologia e uma aparência amigável, porém, esconde operações ilegais e paga agentes especializados e mercenários para realizarem seus interesses.
• Militech: fornecedores de armas de Night City, essa empresa cuida de equipamentos de nível militar e atua vendendo suas armas em escala global. Sem medir esforços sobre para onde ou quem eles fornecem suas armas, seu poder é gigante e ela rivaliza diretamente com a Arasaka.
• Kang-Tao: chegando do exterior e subindo cada vez mais rápido na cadeia alimentar de Night City, a chinesa Kang-Tao é conhecida por armas de alta tecnologia, as chamadas “armas inteligentes”, e prometem ser uma dor de cabeça constante para as duas corporações em eterna guerra.
Com isso, podemos ver diversas opções de como nosso personagem vai interagir com todos esses outros grupos. Qual grupo será seu aliado? Qual será seu adversário? Ou você vai preferir não se aliar a ninguém? São essas escolhas que prometem guiar a sua gameplay.
Keanu Reeves
Keanu Reeves está no jogo.
Sim, o ator já familiar ao gênero Cyberpunk por filmes como a série Matrix e Johnny Mnemonic vai interpretar Johnny Silverhand, ex-guitarrista e ex-vocalista da banda Samurai. Ele parece servir como uma espécie de guia para seu jogador, embora os detalhes ainda sejam desconhecidos. De qualquer forma, é o Keanu Reeves, e só isso já diz muito.
E então, animado para Cyberpunk 2077? Aprendeu algo que não sabia sobre o game? Comente aí embaixo pra gente, e boa jogatina para você.
Comentários
Leo Mendonça
Ótima análise, o hype está nas alturas!!
Gleison Zerbinatti
Bom dia! Muito obrigado pelo elogio Léo, nós do kaBuM! agradecemos e esperamos que você continue acompanhando nosso conteúdo.