O Sifu é um jogo de ação que coloca os jogadores no papel de um aprendiz de Kung Fu em busca de vingança. O jogo chamou bastante a atenção da comunidade, principalmente por conta dos movimentos de captura e temática um pouco diferente quando comparado a outros títulos atuais.

O blog KaBuM! teve a chance de jogar o Sifu e conta a seguir o que achou do título nesta análise. Confira!

Em busca de vingança

Assim como em bons filmes de artes marciais, a história de Sifu gira em torno da famosa busca por vingança. No título, o protagonista, que pode ser tanto do gênero masculino ou feminino, vê o seu pai ser assassinado por um grande vilão ainda como uma criança.

Sifu - vilão

Imagem: reprodução

Os vilões até flagraram a criança no momento do crime e acharam que a tinham matado, mas não foi bem o que aconteceu. A partir desse momento, deixo a história por conta dos outros jogadores para não dar mais spoilers, mas vamos um pouco além na sua análise.

Uma das sacadas bem criativas de Sifu é que o jogador acompanha essa pequena história vista acima ao controlar o vilão. Já após isto, o jogo não traz muitas CGs ou outros tipos de animações e deixa a história fluir de acordo com a sua partida.

Já nas fases, através de itens, o jogador acaba encontrando algumas pistas, que incrementam um tipo de quadro de pistas. Não somente isso, existem alguns diálogos chave com certos personagens, que nem sempre vão adicionar algo relevante à história.

Sifu - Quadro de pistas

Imagem: reprodução

Pessoalmente, apesar de simples, eu gostei da história de Sifu, que realmente motiva o jogador a concluir seu objetivo. Entretanto, é notório que a trama poderia ter um pouco mais de detalhes.

Em relação ao tamanho da campanha, o Sifu pode ser considerado um título curto, que pode ser zerado praticamente em uma tarde, dependendo do nível de habilidade do jogador.

Uma arte diferente

Algo a ser notado logo em Sifu é que sua direção de arte tem um tom quase único e digo isso de uma forma positiva. Por exemplo, o jogo não tem gráficos comparáveis com o que estamos acostumados procurando ir para um lado realista, mas traz cenários detalhados e com uma iluminação que dá um ar charmoso ao jogo.

Apesar de ter os locais bonitos, ao menos aos olhos, Sifu possui um outro defeito nestes mesmos cenários que não pode passar despercebido. O jogo conta com 6 fases e a maioria dos cenários não possuem muitos itens, exceto armas, para que os jogadores possam interagir.

Sifu - cenário

Imagem: reprodução

Por exemplo, os jogadores até encontrarão armas e outros apetrechos que podem lhe ajudar nas lutas ou algumas pistas. Entretanto, parar para explorar o cenário em busca de algo a mais de Sifu não traz benefícios ao jogador.

As suas fases são bem lineares, ou seja, o jogador tem praticamente apenas um caminho a ser seguido em cada nível. Entretanto, após fechar um estágio uma vez, o jogador poderá optar por um atalho que facilitará muito a sua vida, mas falaremos disso com mais detalhes daqui a pouco.

Sifu - Atalho bloqueado

Imagem: reprodução

Em relação aos movimentos, Sifu realmente impressiona e os golpes dão uma boa dose de realismo ao que é visto no “Kung Fu de verdade”.

Evoluindo ao modo roguelike

Um dos grandes diferenciais de Sifu e que torna o jogo bastante interessante é a forma como o aprendiz de Kung Fu evolui. O jogador vai ganhando pontos à medida que entra em combates e consegue aplicar golpes de forma bem sucedida.

Já ao morrer “durante a partida”, o jogador, caso tenha atingido a pontuação necessária, pode adicionar um novo golpe ao seu repertório. Entretanto, ao morrer, o aprendiz de Kung Fu começa a ficar mais velho, na questão de idade mesmo, e passa a ter menos vida enquanto consegue dar mais dano.

Sifu - Árvore de habilidades

Imagem: reprodução

A premissa dessa mecânica é bem interessante, mas ainda existem alguns extras a serem explicados. O aprendiz de Kung Fu, assim como os humanos, morrerá quando atingir determinada idade, mas a sua morte implica em outras coisas, como recomeçar sem saber todos os golpes que aprendeu, a menos que eles tenham sido desbloqueados permanentemente.

Durante as partidas, o jogador também encontrará algumas estátuas de dragões, que podem conceder recompensas diferentes. Neste ponto, o jogador pode, por exemplo, optar por aumentar sua idade ou a durabilidade de uma arma. Já como em sua árvore de habilidades, estas recompensas são zeradas quando uma partida é encerrada com a “morte final”.

Sifu -estátua de dragão

Imagem: reprodução

Toda essa mecânica do Sifu é claro traz um fator replay a mais para o jogador. Por exemplo, a primeira vez será mais difícil, já que o aprendiz sabe poucos golpes. Já destravar toda a árvore de habilidades pode levar bastante tempo, além de exigir um bom esforço por parte do jogador.

Sifu tem uma dificuldade exacerbada

Assim como mencionado anteriormente, um dos pontos altos de Sifu fica em sua jogabilidade, que lembra bastante o que vemos nos jogos souls-like. E, é esse ponto de sua jogabilidade que vamos abordar aqui.

Basicamente, Sifu tem dois botões para golpes, sendo que um dá um ataque rápido enquanto o outro dá um ataque forte. Entretanto, o jogador também tem botões para bloquear golpes dos adversários ou desviar dos mesmos, o que faz muito sentido em qualquer arte marcial.

Assim como em alguns jogos souls-like, em Sifu, tanto os jogadores quanto os inimigos possuem um tipo de “barra de resistência”, que vai se completando a medida que golpes são defendidos. Assim, o jogador sempre precisa se preocupar em não deixar a sua barra cheia para não ficar vulnerável. Já no caso dos inimigos, quando essa barra fica cheia, o jogador tem a chance de finalizá-los.

Sifu - Combate

Imagem: reprodução

De forma geral, o combate do título acaba sendo bem fluido e, aliado a árvore de habilidades, as lutas são bem interessantes quando o jogador aprende a usar mais golpes. Apesar de todos esses elogios, nem tudo é tão fácil quanto parece ou, melhor dizendo, praticamente nada em Sifu é fácil.

Ao errar o tempo do bloqueio ou para desviar, o jogador acaba sendo bastante penalizado podendo até mesmo perder quase metade de sua vida. Já para não deixar nada mais fácil, o jogo sempre te coloca contra mais de um oponente ao mesmo tempo, o que te faz ficar encurralado por diversas vezes.

Para conseguir progredir nas fases, os jogadores realmente precisam jogá-las mais de uma vez para poder aprender o padrão dos inimigos, tendo em vista que a idade do aprendiz é um fator chave do jogo e qualquer morte pode fazer a diferença.

Após passar as fases algumas vezes, é verdade que o nível dos inimigos comuns até fica previsível, entretanto, o jogo parece um pouco desbalanceado em seus chefes. As mecânicas principais do combate são explicadas logo no começo, mas os seus detalhes ficam a cargo do jogador descobrir.

Já os chefões do jogo, ou alguns deles, são bem difíceis e farão o jogador morrer mais do que já teria morrido durante o caminho inteiro da fase. É claro que os chefões também seguem um padrão, mas nem sempre as “regras” aplicadas a eles são as mesmas que as suas.

Sifu - segundo chefe

Imagem: reprodução

Aqui, inclusive, fica a crítica para o segundo chefe do jogo, visto na imagem acima, que apresenta uma dificuldade muito acima do primeiro chefe, e até mesmo de alguns de seus “sucessores”, o que mostra que a “curva de dificuldade” não foi tão bem trabalhada.

Outro ponto a ser criticado no jogo é a sua câmera, que muitas vezes deixará algum elemento atrapalhando a visão do jogador. Isso, por exemplo, é bem prejudicial em momentos chaves em que o aprendiz é encurralado por diversos adversários, o que dificulta acertá-los.

Conclusão

O Sifu é um jogo de ação que tenta se diferenciar da maioria dos títulos atuais e que consegue fazer muitos elementos seus funcionarem com maestria. Por exemplo, o seu sistema para evoluir habilidades é bem interessante e o aprendiz envelhecer é algo diferente.

O seu combate, admito, é bem fluído, trabalhado e deixa a sua jogabilidade não ser tão cansativa, mas não é acessível para todos. Não somente isso, Sifu ainda tem outras falhas, como o fato de você apenas “sair na porrada”.

Os seus cenários são bem lineares e o jogador não tem muito o que fazer nas fases a não ser acabar com seus inimigos. O seu maior contra, entretanto, fica com a sua dificuldade exagerada e desbalanceada, na maior parte do tempo, que pode frustrar muitos jogadores, até mesmo os fãs de jogos mais desafiantes.

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