As restrições da China contra a indústria gamer aumentaram. Agora, o país asiático ordena que as empresas de videogame removam “conteúdos obscenos e violentos”, bem como “tendências que sejam prejudiciais à saúde” ou incentivem a “adoração ao dinheiro ou afeminação” em seus jogos.

Além disso, o governo chinês informou às empresas que as aprovações para novos games online serão suspensas por tempo indeterminado. Isso porque há uma visão de que é necessário “reduzir o número de jogos” disponíveis no mercado para conter novos casos de vício.

Os novos direcionamentos foram informados para os chefes das companhias gamers Tencent e NetEase. Empresas que desrespeitarem as novas ordens serão punidas, alertaram as autoridades da China.

China x Ocidente

As medidas anunciadas são parte de uma ampla guerra cultural lançada pelo presidente Xi Jinping contra celebridades e gigantes de tecnologia. Recentemente, a atriz Zheng Shuang foi multada em US$ 46 milhões por sonegações de impostos, enquanto o astro pop Kris Wu foi preso sob suspeitas de estupro.

Na cabeça do governo, eliminar quaisquer conteúdos relacionados a esses escândalos em jogos pode impedir que novos casos similares voltem a acontecer no futuro.

Foto de bandeira da China

Cerco à indústria gamer cresce no país asiático. Foto: Ezreal Zhang/Unsplash

Já quanto à remoção de conteúdos que incentivem a “afeminação”, os reguladores da China ordenaram que as emissoras resistam à estética considerada “anormal”. O conceito machista, inclusive, é bem difundido no país e visto como uma “tendência ocidental”.

“Homens afeminados são fisicamente fracos e emocionalmente frágeis”, disse o professor associado da Universidade de Hong Kong, Geng Song, complementando que “homens ‘femininos’ não podem defender a nação”.

Vale lembrar que as ordens significam um novo baque para a indústria gamer local. No final do mês passado, a China determinou que os menores de idade sejam limitados a três horas semanais de jogatina – uma hora por dia na sexta, sábado, domingo e, ocasionalmente, feriados.

Não bastasse as empresas terem que monitorar a duração das gameplays dos jovens, agora terão que limitar os conteúdos disponibilizados nos títulos.

China reforça monitoramento contra jovens gamers

E por falar em monitoramento, a Tencent entrou, recentemente, com ações judiciais contra mais de 20 plataformas de negociação. O motivo? Essas plataformas são acusadas de alugar contas de adultos para que menores de 18 anos possam burlar o limite de três horas semanais de jogatina.

Segundo o portal Kotaku, os aluguéis dessas contas começam em cerca de US$ 5 por duas horas de jogo.

Mas ao que parece, o método alternativo encontrado pelos jovens da China parece estar com os dias contados. O país tem reforçado o monitoramento para evitar que os jogadores contornem as regras recém-divulgadas.

Tanto que a Tencent lançou um programa de reconhecimento facial para escanear os rostos dos jogadores e evitar que jovens se passassem por adultos. É provável que novas medidas sejam anunciadas em breve.

Certamente, a vida dos gamers na China não está fácil – principalmente se você for jovem.

Fonte: Daily Mail/Hyperbeast

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