O que é preciso para ingressar no empreendedorismo digital?
By - Igor Shimabukuro, 4 agosto 2021 às 13:57
Apesar dos impactos deixados pelo coronavírus na economia do Brasil, o atual cenário parece indicar bons horizontes para o empreendedorismo digital. Não à toa, o país tupiniquim encerrou 2020 com o maior número de empreendedores de sua história, com 11.316.853 MEIs registrados no Portal do Empreendedor.
Isso porque o distanciamento social, em virtude da pandemia, acelerou o processo de transformação digital nos grandes e pequenos negócios. Por conta disso, as empresas passaram a focar as operações de vendas e relacionamentos com o cliente nos canais onlines — talvez uma das únicas formas de conciliar a segurança de seus colaboradores com a manutenção dos negócios.
E todo esse crescimento do empreendedorismo digital é refletido em números: segundo levantamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o crescimento no setor de vendas online em 2020 foi de 68%. E, não à toa, as lojas virtuais brasileiras ultrapassaram a marca de 1,3 milhão de estabelecimentos antes mesmo do fim do ano passado.
Somado a isso, um estudo da Cybersource apontou que o percentual de consumidores do Brasil que preferem comprar pelos canais digitais aumentou 33% de março a dezembro de 2020 — o que consolida a migração de serviços que, até então só existiam em pontos físicos, para o universo digital.
Mas muito mais do que uma boa ideia e um projeto promissor, são necessárias diversas ferramentas para começar o seu próprio negócio na era digital. Sem contar o planejamento estratégico e orçamentário, ter o seu próprio site, contratação de hospedagem e domínio, otimizações de SEO, entre outros, são pontos imprescindíveis para que o negócio seja bem sucedido.
Por mais que pareçam detalhes pouco importantes, alguns cuidados simples podem fazer toda a diferença para quem deseja ingressar no empreendedorismo digital. E por isso, vale uma atenção extra a alguns pontos específicos.
Tenha o seu próprio site
Apesar de as redes sociais impulsionarem a visibilidade da empresa, a criação de um site próprio não só auxilia na meta de ganhar mais visibilidade no meio online, como também passa mais credibilidade à marca no mercado de empreendedorismo.
Basta se colocar no lugar de um consumidor: é muito mais seguro — e confiável — contratar um serviço de uma empresa que tenha uma página própria na web do que uma companhia presente apenas no Instagram ou Facebook, não é mesmo?
Já pensando em questões de escalabilidade, uma página de web própria pode facilitar o suporte ao cliente, possibilitar novas parcerias de anunciantes, otimizar a disposição dos produtos e fazer com que a empresa seja mais facilmente encontrada nas pesquisas do Google.
Domínio e hospedagem
Quando se fala na criação do próprio site, o indivíduo precisará ficar atento a duas coisas: domínio e hospedagem. O domínio virtual nada mais é do que o endereço de uma página de web — as terminações em “.com”, “.net” ou “.org”, por exemplo. É ele quem vai ajudar na fidelização de sua empresa com o consumidor.
A boa notícia é que existem diversas opções disponíveis no mercado como “.tech”, “.design”, “.art”. Essas terminações personalizadas podem ser um diferencial em meio à concorrência do empreendedorismo digital e fazem com que o usuário identifique mais facilmente sobre o que é o seu negócio.
A hospedagem, por sua vez, são os servidores responsáveis por manter a sua página ativa na internet e possibilitar o armazenamento de todos os dados — como fotos, vídeos, arquivos, textos, outras páginas da web, entre outros.
Os preços do serviço podem variar dependendo da necessidade do empreendedor. Ou seja, antes de fechar negócio, vale fazer uma boa pesquisa para saber o quanto de armazenamento será necessário, a largura de banda e o número de bytes que podem ser transferidos em um determinado período.
Redes sociais podem ajudar
Com a criação do seu próprio site, a participação nas mais diversas redes sociais pode ser uma grande aliada no empreendedorismo digital.
E para isso, vale ficar atento às novas tendências para ampliar o alcance de sua marca, incluindo a criação de perfis nas redes sociais que têm bombado ultimamente, como o TikTok ou o Kwai, por exemplo.
Além disso, usar as próprias redes sociais como extensão para as suas vendas também pode ser um ótimo negócio, ainda mais considerando que o WhatsApp tem sido um dos meios mais utilizados nos negócios online, segundo levantamento do Serasa Experian.
Mas é importante lembrar: redes sociais podem ser um complemento, e não uma solução.
Tenha um e-mail profissional
Assim como um site próprio, ter um e-mail profissional irá agregar valor ao negócio. Isso porque além de passar mais credibilidade ao cliente, os serviços de e-mails gratuitos costumam ser bastante concorridos e a possibilidade de alguém já ter adquirido o endereço eletrônico desejado é grande.
Ou seja, será muito mais confiável abrir um e-mail de um endereço “seunome@suaempresa.com” do que “seunome12345@gmail.com”, não é mesmo?
Aliás, de acordo com a empresa GoDaddy, um e-mail empresarial com um domínio próprio aumenta a probabilidade de escolherem a sua companhia em até nove vezes.
Além disso, assegurar um serviço de e-mail corporativo pode ser sinônimo de mais segurança e suportes personalizados, que costumam ser oferecidos para este tipo de segmento.
Atenção à otimização de SEO
Outra dica valiosa para quem deseja ingressar no empreendendorismo digital — especialmente para os negócios voltados para produção de conteúdo — consiste na otimização de SEO, ferramenta importante para ganhar mais visibilidade de seu público-alvo.
Para isso, o empreendendor terá de ficar atento a regras específicas como cuidados com a URL, otimizações da escaneabilidade de leitura, tamanho das postagens, uso de palavras-chaves… todos esses pontos fazem com que sua página seja melhor ranqueada nos resultados do Google. E claro: com mais visibilidade, maior possibilidade de tráfego e, possivelmente, mais vendas.
Utilize o Google Analytics
E por falar em Google, a última das dicas é justamente sobre a ferramenta Google Analytics. Passados os estágios de criação e alimentação do site, é ela quem vai fornecer dados estratégicos importantes, com análises que poderão otimizar o tráfego da página.
Com a aplicação, por exemplo, o indivíduo poderá monitorar o número de usuários e de visitas ao site, analisar as métricas de rejeição, o tempo de duração dos acessos, os períodos com mais ou menos tráfego, os meios que os consumidores utilizam para chegar no site, entre diversas outras informações.
Em suma, esses são alguns cuidados que o indivíduo precisa atentar-se caso deseje ingressar no empreendedorismo digital. O conhecimento básico de algumas dessas ferramentas pode ser de grande ajuda no início das operações, e o aperfeiçoamento no longo prazo certamente pode otimizar a visibilidade do negócio.
Mas, claro, além desses conhecimentos, tudo vai depender do planejamento feito ao longo do processo — sem contar os inúmeros esforços e um pouco de paciência.
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