[Review] Prince of Persia: The Lost Crown não foge muito do que se espera, mas é um metroidvania de respeito
O novo Prince of Persia é a mistura perfeita entre o novo e o clássicoBy - Luiz Nogueira, 11 janeiro 2024 às 14:00
Quem viveu a época de ouro do PlayStation 2 provavelmente conhece Prince of Persia. Lembro que meu primeiro contato com a série foi, ao visitar uma loja de games do meu bairro, ver um personagem fugindo de um monstro assustador.
Isso me marcou muito, mas só depois fui descobrir que se tratava de Dahaka perseguindo o protagonista de Prince of Persia: Warrior Within. Foi a partir disso que tive acesso a todos os jogos lançados para o segundo console da Sony, o que fez com que eu me apaixonasse pela saga.
Eis que, anos depois, pesquisando sobre a série, descobri que ela é bem mais antiga do que eu imaginava – perdoem-me por isso, mas estamos falando de um Luiz no começo da adolescência em uma época que a internet engatinhava por aqui.
Foi só aí que tive contato com os jogos clássicos de Prince of Persia que, apesar de serem bastante diferentes das que joguei no PS2, ainda possuíam o mesmo charme e propostas dos jogos em 3D.
Agora, 14 anos depois do lançamento do último jogo da série para consoles, a franquia foi revivida com Prince of Persia: The Lost Crown, que chega em 18 de janeiro para Nintendo Switch, PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series S/X.
Mas será que o aguardado game faz jus ao que a série representa para os fãs? Além disso, será que o título consegue reviver a franquia da forma que ela merece?
Para responder a essas e outras perguntas, o blog KaBuM! recebeu uma cópia antecipada do novo Prince of Persia (Obrigado, Ubisoft!) e conta, em detalhes, o que esperar da nova aventura.
História
Logo no começo somos apresentados a um grupo de heróis chamado Sete Imortais, do qual Sargon, nosso protagonista, faz parte. Após uma sequência de abertura de tirar o fôlego, eles se separam para dar conta de uma delicada missão.
Após uma traição, eles devem resgatar um príncipe raptado antes que seja tarde demais. A questão é que o local em que o jogo se passa tem uma maneira diferente para a passagem de tempo e, portanto, Sargon deve lutar até o fim para cumprir sua missão.
Prince of Persia sempre mexeu com questões envolvendo o tempo. Isso se reflete no fator gameplay, que pode ser alterada a qualquer momento. Em The Lost Crown, isso não é diferente. É muito fácil perder detalhes da narrativa que são importantes para seu entendimento.
No entanto, não tem como dizer que o game é revolucionário narrativamente falando, embora tenha algumas ideias interessantes – bem como reviravoltas de tirar o fôlego. Mesmo assim, Prince of Persia: The Lost Crown não foge muito do que se espera – o que não é necessariamente ruim.
Cuidado onde pisa
Andar pelos cenários do game exige muita atenção, já que, assim como é comum na série, há muitas armadilhas e pisos que quebram e podem significar a morte do personagem. Isso, aliado ao fato de que o game é relativamente difícil, faz com que qualquer passo em falso possa ser fatal.
E por falar em dificuldade, prepare-se para dominar a esquiva e a mecânica de aparar ataques, pois serão elas que vão oferecer a mínima chance de ficar vivo. Não estamos diante de um jogo em que só basta atacar, querendo ou não, há certa estratégia nos combater para superar obstáculos.
Essa questão fica bastante clara em alguns locais específicos, como nas batalhas contra chefes, que possuem padrões de ataque que se alternam, e também a partir do segundo terço do jogo, momento em que os inimigos comuns começam a dar um pouco mais de trabalho.
Apesar de ter uma seleção de dificuldade, é bastante complicado, principalmente para os novatos em metroidvania, pegar o jeito dos combates. Felizmente, há um local de treinamento, bem próximo do começo, em que é possível testar movimentos específicos.
Metroidvania de respeito
Mesmo assim, há certa dificuldade na exploração, já que, enquanto o jogador está no período de fixação das mecânicas, tudo parece mais mortal. No entanto, tenha em mente que, quem está familiarizado com metroidvania, vai se sentir em casa.
Isso porque o mapa, como se espera no gênero, vai sendo liberado conforme se explora. Porém, uma das coisas que mais achei legal em Prince of Persia: The Lost Crown é uma mecânica chamada Fragmentos de Memória, em que o jogador pode tirar uma “foto” de um local com um puzzle ou um baú para ficar marcado no mapa.
Com isso, é possível salvar os locais de interesse para voltar após adquirir certas habilidades. Digamos que isso é um facilitador para a jornada.
Mesmo assim, essa é uma aventura e tanto, principalmente porque a progressão não é linear, apesar de termos objetivos fixos. É comum se deparar com uma ameaça impossível de derrotar no momento, ou com uma área que exige certa mecânica.
Portanto, é importante ficar de olho no mapa para saber quais locais ainda não foram explorados caso uma mudança de trajeto deva ser feita no meio da jogatina.
Mecânicas, muitas mecânicas
E por falar em mudar de caminhos constantemente, Prince of Persia: The Lost Crown oferece muitas mecânicas para que os puzzles sejam vencidos. Eu fique muito surpreso que, a todo momento, algum conceito novo e complexo é apresentado.
Não entenda complexo como difícil, é mais como bem trabalhado e que faz sentido para o universo do jogo.
A primeira delas é o Brilho do Athra, que ajuda Sargon a dar cabo de vários inimigos de uma vez. Mas essa é só uma delas, pois a grande maioria, como citado, foca em controlar o tempo para fixar plataformas, teletransportar o personagem, mudar o tempo para fazer paredes sumires e muito mais.
Além disso, quase tudo que for adquirido pode ser melhorado nos personagens espalhados pelo mundo de Prince of Persia: The Lost Crown. É possível aumentar o número de poções de cura, melhorar o dano das armas – mesmo que essa melhora seja bem sutil nos primeiros upgrades – e aumentar os slots de amuletos – que falaremos a seguir.
Monte sua build
Um dos grandes destaques do game é a possibilidade de criar sua build com base nos amuletos equipados no colar do personagem. Cada amuleto ocupa um número de slots, o que obriga o jogador a medir quais se encaixam melhor em seu estilo de jogo.
Felizmente, esses slots podem ser aumentados e, consequentemente, mais amuletos podem ser equipados.
Esses itens são coletados durante o jogo ao derrotar chefes, abrir baús secretos e resolver puzzles. Cada um oferece um efeito diferente ao ser equipado. Temos, por exemplo, um amuleto que aumenta o poder dos ataques corpo a corpo quando a vida de Sargon está baixa.
Além dele, há exemplos de amuletos que aumentam o número de ataques de combo e até alguns que recompensam o jogador por uma investida bem-sucedida. Todos são muito interessantes e oferecem possibilidades infinitas de builds para o personagem.
Minha recomendação é: perca algum tempo lendo-os e entendendo o que cada um faz para decidir qual o mais interessante para seu tipo de jogo. Isso vai tornar a jogatina mais amigável e divertida, vai por mim.
Conclusão sobre Prince of Persia: The Lost Crown
O game é o retorno que a série precisava, pois mistura elementos do clássico e inova no quesito mecânicas e tarefas para fazer. Esse é um prato cheio para quem curte Prince of Persia e um bom metroidvania.
Apesar de não ter nada de inovador em sua narrativa, o título consegue entreter e prender o jogador para descobrir quem está por trás de toda a conspiração do sequestro do príncipe. Com certeza esse é um dos melhores e mais promissores jogos do ano.
Vale lembrar que, a partir de 11 de janeiro, uma demo do game estará disponível para todas as plataformas que irão recebê-lo no dia 18.
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