À medida em que pressões governamentais sobre monitoramento de conteúdo da Meta aparecem em vários países, a empresa anunciou hoje uma nova medida, que vai fazer com que redes sociais controladas por ela escondam conteúdos relacionados a suicídio, automutilação e distúrbios alimentares para públicos adolescentes.

A Meta é, atualmente, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp. Este último, por ter uma natureza mais privada, não entra na atualização, mas as outras duas plataformas já estão com a novidade rodando em efeito imediato, impedindo que perfis adolescentes tenham acesso aos conteúdos mencionados mesmo se seus amigos compartilharem.

Meta vai esconder conteúdo sobre distúrbios alimentares de adolescentes
Meta vai esconder conteúdo sobre distúrbios alimentares de adolescentes
Meta vai esconder conteúdo sobre distúrbios alimentares de adolescentes

A partir de hoje (9), se um adolescente usar a busca do Facebook ou Instagram para procurar qualquer conteúdo nos temas levantados acima, a Meta automaticamente vai direcionar o perfil a centros de auxílio especializado e outras fontes de informação e combate a eles.

A medida vem em um período pernicioso para a empresa, já que, no próximo dia 31, a companhia liderada por Mark Zuckerberg vai testemunhar à frente do senado estadunidense sobre segurança infantil nas plataformas digitais. O próprio Zuckerberg, aliás, foi convocado a depor.

Já na União Europeia, a Meta sempre se vê às avessas com o Ato de Serviços Digitais, um conjunto legislativo que o bloco econômico aprovou e que, em essência, responsabiliza a plataforma pelo conteúdo compartilhado por ela pelos seus usuários.

A medida ainda levantou alguns questionamentos, já que o anúncio da Meta não faz distinção de separar conteúdo problemático de conteúdo educacional, por exemplo. Da forma como escreveu, a empresa dá a entender que mesmo materiais de aprendizado serão “barrados”, o que pode acabar causando mais problemas à frente.

Por outro lado, a mesma postagem diz que a empresa continuará a “compartilhar conteúdo de organizações especializadas”, então isso também pode ser mais uma tentativa de oferecer maior credibilidade e alcance dessas instituições, que comumente não conseguem chegar a quem necessita delas frente à enxurrada de conteúdos mais perniciosos.

Medida da Meta também traz alterações de configuração nas redes

Um outro detalhe que o anúncio menciona é o fato da Meta estar expandindo questões de controle parental e gerenciamento da oferta de conteúdo no Facebook e Instagram. A empresa já oferecia esse controle ativado por padrão no caso de novos perfis dentro da faixa etária mencionada. Agora, esses mesmos controles serão levados a adolescentes que já estivessem na plataforma antes.

O problema: isso faz muito pouco para quem, por exemplo, mente a data de nascimento para ingressar à plataforma sem essas “travas”.

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