O Cemitério da Consolação, em São Paulo, pode até ser o mais antigo local para enterros em funcionamento na capital paulista, mas ele também está ficando “moderninho”. O local iniciou no último mês a instalação de QR Codes em lápides de pessoas públicas presentes ali.

A intenção é que, ao visitar o cemitério, as pessoas possam não apenas ver as lápides, mas também se inteirar sobre o histórico das construções e sobre as personalidades sepultadas no local. Atualmente, vale dizer, o endereço possui mais de 200 jazigos tombados e mausoléus, como o da família Matarazzo.

Anteriormente, o local chegou a receber placas com QR Codes em alguns dos túmulos, fruto de um projeto da PUC-SP em parceria com o Serviço Funerário do Município de São Paulo (SFMSP). Porém, segundo o SFMSP, o projeto não prosseguiu.

As e-lápides no Cemitério da Consolação

Fundado em agosto de 1858, o cemitério da Consolação abriga alguns nomes da história da cidade como os ex-presidentes Campos Salles e Washington Luís; o político José Alves de Cerqueira César; Carlos Augusto Bresser, fundador de um dos bairros mais antigos da cidade, o Brás; Domitila de Castro, também conhecida como Marquesa de Santos; e o escritor Monteiro Lobato.

Por esse histórico elitista, também tornou-se comum ao local o recebimento de esculturas para adornar as lápides – obras estas produzidas por artistas como Bruno Giorgi, Celso Antônio de Menezes, Rodolfo Bernardelli e Victor Brecheret. Assim, o cemitério mantém visitas guiadas por meio do projeto “Arte Tumular”.

As “e-lápides”, agora, seguem como parte de uma iniciativa possibilitada pela parceria entre o cemitério com a empresa Consolare, que há mais de 20 anos é responsável pela curadoria e pela condução de visitas no local, com apoio do pugilista e ex-político brasileiro Acelino Freitas – mais conhecido como Popó.

Nesse primeiro momento, as e-lápides serão instaladas em 50 jazigos históricos.

Os QR Codes dos jazigos foram impressos em alumínio e colocados nas lápides a fim de disponibilizar informações sobre a memória dos falecidos sepultados, incluindo dados biográficos, textos de homenagem, fotos e vídeos, fruto do trabalho técnico da empresa Memória Viva.

Ao escanear o código com o celular, o visitante será direcionado à página da referida personalidade ou obra.

De acordo com Maurício Costa, CEO da Consolare, as e-lápides são parte de uma ação maior implementada pela empresa no local, com intuito de preservação histórica do cemitério. “Outras iniciativas nesse sentido foram a retomada das visitas mediadas na necrópole, que acontecem desde junho, e o projeto de restauro do Consolação, já em curso”, complementa.

Ainda de acordo com Costa, as e-lápides estão disponíveis também ao público geral e às famílias que queiram manter viva a memória de seus entes falecidos.

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