Seria Modern Warfare III o pior Call of Duty da história da franquia?

A gente não curtiu Call of Duty: Modern Warfare III. Se você leu o nosso review, publicado semana passada, então sabe como o jogo desagradou a nossa equipe de uma forma que a franquia inteira nunca havia conseguido. O problema para a publisher Activision, no entanto, não é o “nosso” review, mas o fato de que nós não estamos sozinhos nessa opinião.

Uma busca rápida pelo agregador de reviews Metacritic mostra que Modern Warfare III tem uma pontuação de 50 (de um total de 100) na média de 33 análises feitas por jornalistas especializados. Calma que piora: quando migramos para a análise de público, o jogo tem 450 classificações cuja média o coloca em 1,5 pontos (de 10), levando a expressão adjetiva “Antipatia Esmagadora” (“Overwhelming Dislike”, no original em inglês). Nem mesmo Vanguard, até então o mais desvalorizado de todos os Call of Duty, conseguiu pontuações tão baixas.

Imagem: divulgação/Activision

No concorrente OpenCritic, a coisa não melhora: embora o site não considere opiniões enviadas por usuários (assim, sendo exclusivamente voltado à imprensa especializada), ele classificou Modern Warfare III como “Fraco”, pontuando-o com 56 (de 100) e afirmando apenas que apenas 4% da crítica o recomendaria para compra.

É importante ressaltar que todos esses reviews consideram apenas – ou têm um foco maior – na campanha principal do jogo: Call of Duty: Modern Warfare III, como seus antecessores, conta com um modo single player com uma narrativa (nisso nós focamos em nossa análise) e uma área multiplayer para os jogadores mais competitivos, fãs das disputas online.

O que isso quer dizer, na prática? Que se a Activision quiser que o jogo vingue, o multiplayer terá que “carregar” o restante nas costas. Conteúdo para isso, ele tem: a publisher está constantemente empurrando novidades de interesse e fazendo ajustes para tornar as partidas mais justas e inclusivas – e a comunidade em si faz a “propaganda gratuita” por meio de clipes de seus feitos nas redes sociais. Isso faz um bem danado à popularidade de qualquer marca.

No entanto, ainda é cedo para afirmar: o jogo foi oficialmente lançado no último dia 9, e ao menos neste primeiro momento, a primeira impressão é bem problemática.

Problemas de Modern Warfare III podem ser culpa da Activision

A gente chegou a mencionar isso de forma bem breve em nosso review, mas existem relatos – corroborados pela Bloomberg – de que Modern Warfare III seria, na verdade, uma expansão maior de Modern Warfare II. Segundo apontou a agência, um jogo da franquia Call of Duty tipicamente leva três anos entre desenvolvimento e lançamento. Obviamente, isso é uma média e divergências desse número aparecem aqui e ali, mas no caso do jogo mais recente, estamos falando de um ano ou menos – uma redução de um terço do tempo que normalmente vemos na criação.

Isso implica em equipes trabalhando longas horas, e apressando recursos para uma prontidão que “case” com o calendário já acelerado do produto. O resultado não poderia ser outro: a campanha tem “pouco tempero”, por assim dizer, e absolutamente nada nela se destaca (o que é irônico, considerando que o jogo reescreve o arco de Makarov – o original de 2009 ainda é a narrativa mais lembrada da franquia).

Em resumo, pode bem ser que o mau desempenho de Call of Duty: Modern Warfare III seja apenas o custo de uma aposta ruim feita pela Activision. Ao apressar coisas que deveriam levar mais tempo, a empresa pode muito bem ser a responsável por qualquer eventual falha comercial do título.

Há como recuperar isso? Sim. Como dissemos, o multiplayer vai ter que segurar essa bronca. Felizmente, a oferta nesta parte é bem grande e, com sorte, a Activision faz de Modern Warfare III o que a CD Projekt Red fez de Cyberpunk 2077 – um projeto onde deu tudo errado no começo, mas com o pé no chão e com a devida calma, as correções e melhorias o tornaram um dos mais bem vistos jogos da atualidade.