Com a chegada do Halloween, está aberta a temporada de filmes de terror do ano. Entusiastas do gênero esperam ansiosamente este momento para ir ao cinema assistir o que há de melhor.

Uma dessas apostas é o terror Não Abra, do estreante Bishal Dutta. O longa se destaca por trazer uma cultura diferente do que normalmente se vê nos filmes de Hollywood, com uma lenda regional indiana como pano de fundo para o desenrolar da trama.

O blog KaBuM! foi conferir Não Abra e te conta, em detalhes, se o filme vale seu ingresso.

História

Não Abra

Imagem: Divulgação

O longa acompanha a história de Samidha (Megan Suri), uma adolescente indiana que se vê no meio de uma busca por aceitação em uma escola dos Estados Unidos.

Em meio a uma luta interna para se distanciar de suas raízes para ascender socialmente, ela acaba se afastando de outra garota de família indiana, Tamira (Mohana Krishnan), que era sua amiga.

No entanto, as coisas começam a mudar quando Tamira começa a agir de maneira estranha pela escola – sempre abraçada a uma espécie de pote de vidro com algo estranho dentro.

Quando Tamira pede ajuda a Sam com a coisa estranha dentro do pote, Samidha se vê em um dilema entre ajudar a antiga amiga ou permanecer longe com seus novos amigos.

Não Abra

Imagem: Divulgação

A trama não apresenta nada de original, há os clichês de sempre, com a adolescente tomando decisões estúpidas como forma de mostrar que é responsável e madura. Porém, sabemos que isso é apenas um prenúncio para que as coisas comecem a dar errado.

E é justamente aí que o filme começa: com decisões estúpidas e bastante questionáveis. Temos que levar em conta que são adolescentes, mas é difícil engolir uma personagem que tenta ao máximo se afastar de suas raízes e, para isso, faz as coisas da maneira que foram feitas.

Não se engane, Megan Suri está ótima no papel, mas é possível revirar os olhos a cada vez que ela tenta desafiar regras – pelo menos na primeira metade do filme.

Não Abra

Imagem: Divulgação

Enquanto isso, sua mãe, Poorna (Neeru Bajwa) e seu pai, Inesh (Vik Sahay), tentam compreender a filha e ajudar no que está acontecendo. Entretanto, a menina se recusa a ser ajudada, com uma das justificativas mais básicas possíveis.

A lenda de Pishacha

Não Abra

Imagem: Divulgação

O filme usa como entidade a história de Pishacha, uma lenda Hindu que descreve um demônio carnívoro que costuma ser referido como a própria encarnação do mal.

Durante o desenvolvimento da trama, a ameaça de Pishacha é presente e constante, mas sempre em forma de jump scares que não convencem e são bem previsíveis. Confesso que fui pego em alguns, mas o excesso desse tipo de abordagem cansa depois de um tempo.

Outro ponto importante a se citar é a forma como tudo é desenvolvido. A lenda é rica e cheia de nuances acerca da entidade. Em Não Abra, isso é pouco explorado e uma das decisões de roteiro me deixou bastante incomodado.

Não Abra

Imagem: Divulgação

O filme rola bem enquanto não sabemos do que se trata e quais as motivações. O ar de mistério que permeia a primeira metade do longa é aterradora e misteriosa, pois faz com que a gente se questione a natureza do que está acontecendo.

No entanto, a partir do momento que há uma virada na história, as coisas começam a desandar e faz o espectador se questionar se está vendo um filme de entidade ou algo saído diretamente da franquia Alien.

Conclusão sobre Não Abra

Não Abra era um filme promissor, mas que esbarrou em questões básicas do gênero, o que tornou o projeto apenas mais um entre os diversos filmes do tipo.

Com destaque para as atuações do elenco jovem – e dos adultos também -, o longa tinha muito potencial para se prender à lenda e aproveitar a rica cultura. No fim, o que ele fez foi apenas apresentar uma história que começa interessante, mas que não aproveita seu potencial.

Vale lembrar que Não Abra estreia na próxima quinta-feira (02) nos cinemas brasileiros.

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