A Unity Technologies, responsável pelo motor gráficos utilizado em diversos jogos extremamente populares como Genshin Impact, Cuphead, Pokémon GO, Fall Guys, Among Us e muitos outros, anunciou nesta noite de segunda-feira (10) que John Riccitiello está deixando o cargo de presidente da companhia com “efeito imediato”.

Além do cargo de presidente, o comunicado revela que Riccitiello também deixa de ser Chief Executive Officer (CEO) e sai do quadro de diretores da empresa.

Embora o executivo ainda possa atuar como conselheiro nas decisões da Unity durante o período de transição, de maneira geral, Riccitiello não exerce mais nada.

Quem assume como presidente interino é James M. Whitehurst, que trabalhou anteriormente na IBM. Além disso, o quadro de diretores anuncia que está buscando “um CEO permanente”.

John Riccitiello deixa cargo de presidente e CEO da Unity

John Riccitiello (Imagem: Web Summit/Flickr/Reprodução)

Em comunicado, Whitehurst se diz “confiante de que a Unity está bem posicionada para continuar aprimorando sua plataforma, fortalecendo sua comunidade de clientes, desenvolvedores e parceiros, e focando em suas metas de crescimento e lucro”.

Riccitiello também compartilhou reflexões: “Tem sido um privilégio liderar a Unity por quase uma década e servir nossos funcionários, clientes, desenvolvedores e parceiros, todos fundamentais para o crescimento da empresa. Estou ansioso para apoiar a Unity durante esta transição e acompanhar o sucesso futuro da empresa”.

Entenda o fiasco do novo modelo de negócios da Unity

A saída de Riccitiello vem logo após o fiasco do novo modelo de negócios da Unity. No início de setembro, a empresa anunciou que criaria uma taxa de cobrança por instalação de cada jogo que fizesse uso de seu motor gráfico – concorrente, porém igualmente popular, à Unreal Engine da Epic Games.

O problema: quem pagaria por essa taxa seriam os desenvolvedores de jogos, independente de tamanho, orçamento disponível ou capacidade operacional. Em outras palavras, os mesmos valores se aplicariam tanto ao desenvolvedor de jogos (gamedev) independente que trabalha do próprio quarto como para a equipe de 150 pessoas de um estúdio AAA.

Imagem mostra logotipo da Unity na tela de um smartphone

Imagem: Iljanaresvara Studio/Shutterstock

Inicialmente, a Unity havia dito que a taxa seria aplicada “por instalação”, dando a entender, por exemplo, que se você instalasse o jogo pela primeira vez, uma cobrança seria feita. Se você deletasse o jogo e o reinstalasse meses depois, outra cobrança. O estúdio liberou uma demo ou um teste beta antecipado? Mais uma cobrança. E assim por diante.

Posteriormente, a empresa mudou suas comunicações, dizendo que apenas a primeira instalação valeria, e que existem diversas camadas de cobrança que prometem não se aplicar a desenvolvedores pequenos a não ser que seus jogos tivessem “grande sucesso”. A situação não se amenizou, e vários estúdios e desenvolvedores independentes se levantaram nas redes sociais contra a prática recém-anunciada.

Uma semana depois de anunciar seu controverso modelo de cobrança por instalação, a Unity reverteu a decisão, pedindo desculpas aos gamedevs e anunciando um novo formato. Resumidamente, foi decidido que a tecnologia passa a ser cobrada apenas quando o jogo desenvolvido nele atravessar o teto de US$ 200 mil (R$ 985,70 mil) de faturamento.

No caso dos planos Unity Pro e Unity Enterprise, a cobrança será executada somente após o lançamento do novo motor gráfico da Unity, previsto para janeiro de 2024.  Games que estão em desenvolvimento ou que rodam uma versão da tecnologia pré-2024 não serão afetados (a não ser que atualizem para o novo modelo – o que inevitavelmente terá que ser feito, para fins de suporte técnico).

Unity

Imagem: divulgação

Os jogos elegíveis à cobrança terão a opção de aceitá-la na forma de 2,5% do faturamento anual ou baseado no volume de jogadores a engajar com o produto – a Unity ressalta que esse número é “auto-reportado” dentro dos dados que os próprios gamedevs têm, então eles “sempre pagarão o menor valor”. Essencialmente, instalações, compras, downloads etc. contam como “engajamento”.

Via: Unity

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