Legisladores pedem suspensão de reconhecimento facial em tempo real
Grupo de parlamentares britânicos criticou o uso de vigilância biométrica pela polícia, o qual fere direitos civisBy - Liliane Nakagawa, 9 outubro 2023 às 18:37
No Reino Unido, uma coalização multipartidária de 65 legisladores pediu a suspensão no uso de reconhecimento facial em tempo real para vigilância nas ruas do país.
Há muito tempo, o uso da tecnologia para vigilância pública tem sido criticado por grupos de liberdades civis, como a Amnesty International, além de enfrentar uma proibição geral na União Europeia, com a aprovação de uma das primeiras leis do mundo que deve reger a inteligência artificial (IA).
A medida foi tomada após o discurso recente do ministro da polícia Chris Philp na conferência anual do partido conservador, durante a qual sugeriu que um novo banco de dados de passaportes britânicos poderia ser usado para capturar criminosos por meio de vigilância biométrica, levando alguns a criticarem a ideia.
Na sexta-feira (29), legisladores da coalização publicaram uma declaração conjunta na qual pediam a suspensão do uso de reconhecimento facial nas ruas do país. “Pedimos à polícia do Reino Unido e às empresas privadas que parem imediatamente de usar o reconhecimento facial em tempo real para vigilância pública”.
Instituições de caridade como a Big Brother Watch, a Runnymede Trust e a Foxglove e organizações sem fins lucrativos estavam entre os apoiadores da causa. “Essa tecnologia perigosamente autoritária tem o potencial de transformar as populações em carteiras de identidade ambulantes em um constante alinhamento policial”, disse Silkie Carlo, diretor do Big Brother Watch. “É preciso interromper urgentemente o reconhecimento facial em tempo real, o escrutínio parlamentar e um debate democrático muito mais amplo antes de introduzirmos essa tecnologia que altera a privacidade na vida britânica”.
O reconhecimento facial em tempo real já foi usado pela polícia britânica em vários eventos públicos de grande escala, entre eles a coroação do Rei Charles II.
Via Reuters
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