[Review] Blasphemous II é brutal, polêmico e uma ótima continuação
Blasphemous II se destaca por trazer a volta do Peregrino em uma missão para salvar o mundo do fanatismo religiosoBy - Luiz Nogueira, 1 outubro 2023 às 9:52
Quando foi lançado, o primeiro Blasphemous chamou a atenção por ser polêmico. Foi justamente por isso que decidi dar uma chance para o metroidvania com elementos soulslike da The Game Kitchen.
Lembro de ter ficado fascinado com o mundo e com o que me foi apresentado na época – além de frustrado em alguns momentos com a dificuldade. Mesmo assim, ele se tornou um dos jogos que mais gostei de jogar.
Eis que, com o anúncio da continuação, fiquei esperançoso, ao mesmo tempo que receoso, com o que seria entregue. Felizmente, já adianto que há mais pontos positivos nisso do que negativos.
O blog KaBuM! teve acesso ao game e conta, em detalhes, se Blasphemous 2 faz jus ao primeiro game.
História
Na história, que é continuação direta do primeiro, controlamos o Penitente, que tem a missão de combater mais uma vez O Milagre, um conceito importante dentro do universo de Blasphemous.
No céu foi criado uma espécie de coração que, com o passar do tempo, foi corrompido e agora representa uma ameaça aos habitantes do mundo. O que antes era um sinal de esperança, agora pode acabar com a vida de todos.
É aí que nosso personagem entra e deve combater esse mal. No entanto, como era de se esperar, a tarefa não será fácil, já que será necessário combater a Arquiconfraria, que conta com cinco representantes.
Desde o primeiro jogo, Blasphemous se destacou por abordar o fanatismo religioso e como as pessoas se corrompem de diversas maneiras. Isso ainda está presente no segundo game, com ainda mais representação.
Essa questão é traduzida nos monstros que enfrentamos e nas fortes cenas envolvendo símbolos religiosos. É algo pesado, mas que faz muito sentido no contexto do título.
Portanto, considero a história do segundo game tão impactante quanto a do primeiro – além de ser fascinante ver seu desenvolvimento por conta das belas animações presentes.
Início da jornada
Logo no começo somos apresentados a três armas. Aqui, devemos escolher uma delas para nos acompanhar pela jornada – apesar de ganharmos as outras em algum momento.
Esse é o momento em que nosso estilo de jogo será definido. Temos à disposição a Veredicto, Sarmiento e Centella, e a Ruego Al Alba. Cada uma com características únicas e interessantes de gameplay.
Elas transitam entre o estilo de luta com armas lentas, mas com grande dado, passando por algo mais equilibrado e terminando em um armamento rápido, mas com dano menor.
É interessante como esse equilíbrio pode mudar a forma de se jogar Blasphemous 2 completamente. Portanto, antes de fazer sua escolha, experimente o move set de cada uma delas.
Exploração e jogabilidade
Como era de se esperar, estamos diante de um game que, apesar de contar com dificuldade semelhante ao que vimos no gênero soulslike, está mais para um metroidvania e, por isso, sua exploração segue esse molde.
O progresso é feito de maneira lenta, com cenários se revelando aos poucos. É algo tão imersivo – e perigoso -, que ficamos perdidos ao explorar esses lugares em busca de itens para ajudar na jornada – ao mesmo tempo em que matamos inimigos poderosos.
A jogabilidade é fluída e se desenvolve de maneira não-linear, o que deixa tudo mais interessante, fora o fator surpresa, pois não sabemos o que será coletado em seguida – se um poder para superar um obstáculo ou algum item extra.
Além disso, temos os Cânticos ou Orações trazem mais uma camada de complexidade que vai além do andar, pular e bater do personagem. São os feitiços de Blasphemous 2. Eles ajudam nas batalhas, principalmente contra chefes, além de poderem deixar o personagem mais forte no geral.
Outro fator importante aqui é a forma como a história é contada com base na exploração. Os jogadores vão encontrar personagens que são importantes para a narrativa, mas que sua história não se encaixa no contexto apresentado até então.
Essa é a importância da exploração e da leitura atenta dos diálogos para entender o que está acontecendo.
Chefes e inimigos
Os chefes do primeiro Blasphemous já eram um show à parte. Como era de se esperar, no segundo game, isso foi melhorado. As batalhas são de tirar o fôlego e vão exigir, mais do que nunca, reflexo rápido dos jogadores.
Portanto, faça jus ao espírito de jogador de soulslike e saiba o momento certo de pular e desviar dos ataques para se dar bem – obviamente, isso vai exigir algumas tentativas até que se aprenda o padrão de ataque dos chefes.
Outro ponto interessante é que o jogo explora muito bem o uso de magias contra os chefes. Elas são peça importante para conseguir dar um dano extra aos monstros – e fora que qualquer ajuda é bem-vinda, né?
No entanto, uma parte que achei um pouco decepcionante foi o retorno de alguns inimigos. Entendo que o game se passa no mesmo universo do primeiro, mas isso não é impeditivo para que o estúdio inovasse em Blasphemous 2, e isso é algo que não acontece.
Conclusão sobre Blasphemous II
Blasphemous 2 é uma aventura desafiadora e recompensadora, que exige muito empenho dos jogadores, seja para prestar atenção aos acontecimentos para entender a história ou simplesmente para aprender como dominar as habilidades do Penitente de maneira eficaz.
Mesmo assim, a questão gráfica poderia ser melhor trabalhada em alguns aspectos, bem como a variedade de inimigos. De qualquer forma, o que era bom se manteve na continuação e mostra como se faz uma sequência sem precisar perder a essência.
O game está disponível para Nintendo Switch, PC, PlayStation 5 e Xbox Series S/X.
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