[Review] Mortal Kombat 1 consegue renovar o gás da franquia
Apesar do contestável modo Invasão, Mortal Kombat 1 traz enredo cativante, com belas cinemáticas, e novidades no combateBy - Igor Shimabukuro, 14 setembro 2023 às 18:44
A frase “tudo que é bom dura pouco” pode se encaixar para muitas situações, mas talvez não sirva para Mortal Kombat. Isso porque, apesar de mais de 31 anos de vida, a icônica franquia de jogos de luta segue mais viva que nunca, especialmente com a chegada de Mortal Kombat 1.
Calma, você não leu errado e nem foi uma falha da NetherRealm Studios (desenvolvedora do jogo). Pode até soar estranho o número “1” no rótulo de um título cuja franquia contabiliza mais de 20 jogos, mas a verdade é que há uma grande explicação por trás disso tudo.
No caso, o número presente no título serve para expressar um começo totalmente novo da franquia Mortal Kombat, com os já conhecidos personagens de uma maneira totalmente diferente. Não à toa, Ed Boon, chefe da NetherRealm Studios, classificou Mortal Kombat 1 como o “início de um universo“.
Naturalmente que um recomeço pode causar entusiasmo para uns e receios para outros. E mergulhado nesse mar de incertezas, o blog KaBuM! testou Mortal Kombat 1 para entender se a nova proposta dada à franquia foi ou não bem-sucedida.
A resposta para essa pergunta? Você confere logo abaixo.
Um novo (e belo) rekomeço
*Atenção: o conteúdo a seguir contém um breve spoiler do final de Mortal Kombat 11: Aftermath
Por mais que não seja uma sequência direta de Mortal Kombat 11: Aftermath, Mortal Kombat 1 apresenta uma breve continuidade à expansão lançada em 2020. E para quem não se lembra, Liu Kang tornou-se o Senhor do Tempo e reiniciou as linhas para trazer paz aos povos.
Por conta disso, os personagens tiveram suas histórias completamente alteradas. Neste novo mundo criado, Scorpion e Sub-Zero são irmãos. Raiden e Kung Lao são meros camponeses. E o poderoso Shang Tsung não passa de um falso feiticeiro que engana cidadãos por dinheiro.
Mas com o passar do tempo, Mortal Kombat 1 volta às suas raízes. Liu Kang, agora Deus do Fogo e Protetor do Plano Terrestre, recruta alguns lutadores (Raiden, Kung Lao, Kenshi e Johnny Cage) para representar o Plano Terrestre no torneio de luta na Exoterra.
E como de praxe, o roteiro caminha para uma verdadeira guerra generalizada após alguns eventos importantes.
Sim, finalizar o enredo da campanha principal dessa forma é um tanto quanto superficial. Mas talvez seja a única maneira de contar a aventura de Mortal Kombat 1 evitando spoilers. E acredite: descobrir toda a história com um controle na mão faz toda a diferença.
Até porque todo o trabalho feito para a produção foi louvável. As lutas, muitas vezes, ficavam em segundo plano, e o que prendia os olhos ao monitor (ou TV) eram o desenrolar do enredo e as belas cinemáticas que, muitas das vezes, podiam ser confundidas com cenas de um filme.
O que um gamer interessado precisa saber é que a campanha de Mortal Kombat 1 é um dos (se não o) grandes destaques do título. E quem é fissurado por linhas do tempo tende a gostar (e muito) de toda a história.
Poucas novidades de combate, mas que fazem a diferença
Mas se o enredo de Mortal Kombat 1 foi totalmente renovado, os combates permaneceram bem similares aos do MK11. Isso não significa, no entanto, algo ruim. Apenas que o título tomou um caminho diferente do “rival” Street Fighter 6 — que trouxe uma série de novidades.
Os golpes e combos estão fluídos como o de costume. Por conta disso, não será difícil familiarizar-se com os ataques de cada personagem. Aliás, a lista de comandos deixa tudo mais fácil para os jogadores memorizarem aprenderem os golpes.
Felizmente, há melhorias. Assim como as cinemáticas, os gráficos dos combates também foram otimizados, tornando a experiência muito mais proveitosa. E para a alegria dos que curtem uma brutalidade — uma marca registrada da franquia —, os Fatalities de Mortal Kombat 1 parecem mais violentos que nunca.
E felizmente também, manter uma mecânica de combate parecida não quer dizer que não houve atualizações. Aliás, uma das grandes novidades do título são os Kameo Fighters, que são basicamente lutadores assistentes durante um combate.
Ao executar o comando, o Kameo Fighter escolhido — ou simplesmente designado pelo enredo — vai surgir durante a luta para ajudar na briga. O interessante é que esses lutadores secundários também podem participar do Fatal Blow e executar os seus próprios Fatalities.
E não menos importante, os Kameo Fighters conseguem representar algumas figurinhas tarimbadas que acabaram ficando de fora do catálogo de personagens jogáveis, como Motaro, Jax, Sonya Blade, Cyrax, Kano, Sektor, entre outros.
Uma adição interessante que vai abrir novas possibilidades aos players, sem alterar muito o restante do sistema de combate.
Modos novos e antigos…
Novamente, a campanha é um dos destaques de Mortal Kombat 1. Mas não se trata do único modo: como um bom título da franquia, há os combates locais (contra players ou CPU), os embates online — que não foram testados por falta de oponentes — e o clássico modo Torre, em que o jogador enfrenta diversos adversários em sequência.
Um prato cheio para os fãs mais veteranos.
A principal novidade — não necessariamente positiva —, no entanto, é o modo Invasão. O modo, que se alinha ao enredo final da trama principal, é uma espécie de jogo de tabuleiro, com opções de personalização, e os combates de sempre.
Nesta jornada, os players têm de destravar caminhos até chegar no objetivo final. Algumas casas trarão batalhas. Outras apresentarão algumas técnicas de combate e terceiras também trarão minigames Test Your Might que ajudam a sair da mesmice.
Por mais que seja encarada como uma grata surpresa, não vai agradar a todos. As lutas possuem um só round e não diferem das batalhas de outros modos. Existem, sim, maneiras de progressão e itens que concedem poderes adicionais. Mas na prática, as novas técnicas não fazem muita diferença na hora da porradaria.
Um modo novo, mas que talvez fique em segundo (ou terceiro) plano.
Mas afinal, Mortal Kombat 1 vale ou não a pena?
Se não ficou claro até agora, Mortal Kombat 1 vale muito a pena! Seja para tripulantes de primeira viagem ou mesmo para fãs da velha guarda que acompanham a saga desde meados dos anos 90.
O game traz gráficos belíssimos, combates fluídos e um enredo inovador visto como o início de uma nova era para a franquia. Aliás, quem chegar ao desfecho da trama verá que os desenvolvedores abriram um novo caminho para exploração, seja em um possível Mortal Kombat 2 ou qualquer nome que seja.
O modo Invasão pode não ser atrativo de forma unânime, mas, querendo ou não, trata-se de uma novidade. Além disso, as filas ranqueadas e o desbloqueio de itens customizáveis podem garantir a longevidade do título por algum tempo.
Em resumo: uma experiência cativante, mas com a mesma brutalidade de Mortal Kombat de sempre, que deverá fazer sucesso quando for lançada, no dia 19 de setembro, em PCs, PlayStation 5, Xbox Series X|S e Nintendo Switch.
*O game foi analisado por meio de uma cópia para PC (via Steam) fornecida pela Warner Bros Games.
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