[Preview] Alan Wake 2 mergulha de vez no survival horror e apresenta mecânicas engenhosas
Aterrorizante, intrigante, consistente e engenhoso: a apresentação à portas fechadas de Alan Wake 2 durante o Summer Game Fest: Play Days empolgou muito, e o blog KaBuM! te conta tudo que foi mostradoBy - Jessica Pinheiro, 16 junho 2023 às 12:08
A Remedy Entertainment e a Epic Games também estavam presentes no Summer Game Fest: Play Days com Alan Wake 2, que marca a estreia do estúdio no gênero de terror de sobrevivência. Infelizmente, o game não estava disponível para testes, mas foi possível assistir a uma apresentação à portas fechadas que durou cerca de trinta minutos.
O gameplay estendido de Alan Wake 2 era completamente focado em Saga Anderson, um dos dois personagens jogáveis do título (sendo o outro, o próprio Alan Wake). Ela é uma agente do FBI e está em Bright Falls para investigar assassinatos ritualísticos que parecem estar conectados a um grupo misterioso conhecido como Cult of the Tree.
Durante o início do segmento, que acontece nos arredores de Cauldron Lake, Saga é acompanhada por outro agente do FBI, Alex Casey — cuja aparência é de Sam Lake, diretor criativo e roteirista do jogo. Os gráficos ultrarrealistas do gameplay e o lipsync perfeito são impressionantes. Além disso, o clima, a chuva e a floresta onde o capítulo 2 (intitulado The Heart) se passa, criam a ambientação perfeita para a investigação e os elementos sobrenaturais que vêm a seguir. É incrivelmente imersivo.
Durante a exploração inicial, Saga e Casey trocam algumas linhas de diálogos que situam o jogador com as informações necessárias para entender porque a dupla está na floresta ao redor de Cauldron Lake: eles investigam o assassinato de Robert Nightingale (uma figura importante do primeiro Alan Wake), e para tanto, retornam à cena do crime, onde o corpo da figura em questão foi encontrado.
Além de seguir a trilha do crime, Saga também está tentando decifrar o que significa o Overlap. Todos os diálogos e informações compartilhadas com o jogador nesse momento passam a impressão de que a agente do FBI já passou por eventos sobrenaturais durante missões anteriores.
Após Saga e Casey se separarem, a coprotagonista encontra uma árvore suspeita, envolta em escuridão. Para dissipar o manto de trevas que parece se desprender da realidade, ela utiliza sua lanterna e ilumina a área escurecida. Sua ação é então recompensada com uma pista: uma nova página do Manuscrito de Wake e… uma imagem que surge na tela para te assustar (ou te manter em alerta, dependendo do seu ponto de vista).
Enfim. O conteúdo registrado pelo desaparecido escritor leva a agente do FBI até seu próximo destino: o Witches Hut, uma cabana nas profundezas da floresta. Antes de acessar o local, porém, é necessário trocar o fusível da caixa de energia da casa. Encontrar o item não é exatamente desafiador, e logo, Saga está de volta ao recinto, agora devidamente iluminado.
Eis uma surpresa agradável: o Witches Hut, na realidade, se revela um Break Room. De acordo com os desenvolvedores, esses locais funcionam como uma espécie de abrigo, e o jogador poderá reconhecê-lo pela iluminação e pela presença de uma garrafa térmica de café sobre a mesa.
Aqui, será possível salvar o progresso (mesmo existindo checkpoints), retornar para capítulos anteriores e alternar entre jogar com Saga ou Wake. Mas a mecânica revelada logo em seguida foi a que mais chamou atenção: o Mind Palace exclusivo da agente do FBI, acessível com o toque de um botão, independente de o jogador estar em um abrigo ou não — mas, claro, não é recomendado ativá-lo durante combates.
O Mind Palace funciona como um recinto fechado, acessível apenas dentro da mente de Saga. A personagem pode se locomover livremente dentro desse local e acessar diferentes menus. É aqui, por exemplo, que o jogador pode realizar upgrades em suas armas, revisitar pistas, reler páginas do Manuscrito, reassistir cinemáticas, analisar fotografias, verificar o mapa da área e, o principal: organizar o Case Board.
O quadro de evidências é uma representação visual da investigação de Saga, e talvez seja uma das mecânicas mais importantes do game, já que a progressão pode avançar de diferentes maneiras. Tudo depende de quais provas foram encontradas e como o jogador as conecta para chegar a uma suposição. Ao fazer deduções, você obtém novos objetivos de missão.
Mas, caso o jogador se sinta empacado durante a investigação, é possível utilizar uma carta na manga: o Profiling. Ainda em seu Mind Palace, Saga tem a habilidade de adentrar a cabeça de um indivíduo e observar o que ele viu e sentir o que ele sentiu. Por meio da criação de perfil, você descobre novos detalhes do caso e pode partir para um novo objetivo da missão.
A apresentação então prosseguiu com Saga, seguindo resoluta para uma loja de conveniência onde finalmente encontraria o objeto que precisa para avançar em sua investigação: um coração tatuado.
Contudo, encontrá-lo dentro da loja de conveniência não é exatamente uma tarefa fácil, especialmente porque Saga é surpreendida por um inimigo que veste uma máscara de cervo e empunha um machado. Chamados de Taken, estes seres foram corrompidos e possuídos pela misteriosa Dark Presence que surgiu em Washington; e para derrotá-los, será necessário utilizar um pouco de estratégia.
Isso porque os Taken não podem ser derrotados apenas com rajadas de balas. Antes de sequer conseguir atingi-los, você vai precisar usar o feixe de luz da lanterna para, primeiramente, remover o Escudo das Trevas (os vórtices de escuridão corrompida que estão presentes em diferentes partes de seus corpos). .
O segmento passou a impressão de que o combate é propositalmente desleixado para deixar o jogador ainda mais imerso na ambientação aterrorizante e no clima de suspense com elementos sobrenaturais do game — o que faz sentido, visto que o estúdio Remedy Entertainment quer deixar a aventura e a ação de lado nesta experiência.
A batalha contra o Taken parece desafiadora, mas Saga vence o embate. Em seguida, ela avança até os fundos da loja de conveniência e encontra, dentro de um freezer, o coração tatuado que estava procurando. Embora a sensação de missão cumprida esteja presente, o caminho de volta não é nada tranquilo, com diversos inimigos mascarados surgindo.
Mas como Saga está em menor número, seria extremamente difícil enfrentá-los. Aqui, os desenvolvedores apresentam mais uma mecânica importante: os Safe Havens, áreas bem iluminadas que protegem e escondem temporariamente os personagens da presença dos Taken. Utilizando o recurso a seu favor, a agente do FBI consegue se livrar dos inimigos com um pouco mais de facilidade.
Prosseguindo até o Witches Ladle no centro da floresta, Saga então utiliza o macabro coração tatuado para uma espécie de ritual — ela está seguindo de forma precisa todas as orientações contidas no Manuscrito de Wake. Como resultado, uma espécie de portal se abre no tronco de uma árvore próxima, e a agente do FBI obviamente o adentra.
Neste ponto, entende-se que o Overlap é uma área onde o Dark Place se sobrepõe à realidade… o que significa que a realidade dos pesadelos no subconsciente de Wake está próxima, e isso não é bom. Enquanto ela caminha e se aprofunda cada vez mais nesta realidade, um espectro surge consistentemente, tentando alertá-la.
Saga não consegue compreender o que a aparição está tentando lhe dizer, mas logo o jogador entende qual era o perigo referido: o assassino de Nightingale está no Overlap. Uma espécie de batalha contra chefão mesclada com fuga e sobrevivência se inicia a partir deste ponto, e o confronto é feito em etapas. Além disso, o oponente é muito forte, violento e rápido, podendo se transportar de um lado para o outro em um piscar de olhos.
Como a apresentação precisa ser encerrada logo, não há margem para erros e, portanto, Saga mais uma vez é a vencedora de um terrível embate. Com o caminho livre, a agente do FBI prossegue pelo Overlap e finalmente alcançar o Dark Place, uma cidade onde sempre é noite e chove. Eis que o espectro novamente aparece e, desta vez, os dois conseguem se entender um pouco melhor.
De forma inexplicável, porém, Saga acaba indo parar em uma espécie de praia, onde encontra o corpo de um homem caído. Ao abordá-lo, a agente do FBI o reconhece: é Wake, em carne e osso. O escritor não faz ideia de onde está ou como foi parar nesse local, e logo recebe uma notícia surpreendente: ele esteve desaparecido por treze anos.
E é assim que a demonstração hands-off termina, deixando mais dúvidas do que respostas. Honestamente, eu não esperava sair da apresentação tão animada para jogar Alan Wake 2, e pretendo mergulhar fervorosamente no multiverso da Remedy Entertainment, a fim de me preparar para o próximo grande lançamento da saga.
Quando Alan Wake 2 será lançado?
Os trinta minutos de gameplay estendido pareceram cinco, de tão imersa e intrigada que eu estava. Os elementos de terror de sobrevivência (que inclui um inventário limitado bem ao estilo dos Resident Evil clássicos), o combate propositalmente desleixado, os inimigos aterrorizantes, o clima de mistério e a trama que abraça de vez o sobrenatural definitivamente me conquistaram, e eu mal posso esperar para jogar Alan Wake 2 em 17 de outubro de 2023, quando o game for lançado para PC (via Epic Games Store), Xbox Series X|S e PlayStation 5.
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