Os 50 jogadores que compõem a League Championship Series (LCS) – o nível mais alto dos pro players de League of Legends nos EUA – devem votar ainda nesta semana a proposta de uma passeata em greve contra a Riot Games, em crítica a mudanças recentes impostas pelas empresas e que podem impactar gravemente as ligas minoritárias.

Segundo o jornalista Mikhail Klimentov, do Readergrev, a votação deve determinar não apenas se os jogadores vão se organizar em protesto, mas também aprovar a data – a proposta da greve sugere que ela seja realizada alguns dias antes da abertura do split de verão da LCS (Summer Split). Para que a ideia passe, 26 dos 50 votantes devem se posicionar de forma afirmativa.

Imagem mostra cena do LCS, o maior torneio de League of Legends

Imagem: MGG France/Reprodução

As mudanças contestadas foram anunciadas pela Riot Games há cerca de um mês: essencialmente, a publisher decidiu “matar” a obrigatoriedade do Academy, que os “LOLzeiros” da nossa equipe – Igor e Álvaro – me explicaram ser “como os times de base do futebol”.

Essencialmente, a Riot alterou as premissas de participação de torneios majoritários. Anteriormente, os times das competições maiores eram obrigados a manterem equipes destinadas às ocasiões menores – conhecidas como feeder leagues (tipo a série Challenger dos EUA, a NACL) – como forma de incentivo de entrada de mais jogadores à indústria.

A Riot afirmou que a mudança veio a pedido dos times, que alegaram não ter retorno financeiro com a manutenção obrigatória das equipes menores.

A ideia não caiu bem aos jogadores, haja vista que, se um time se vê sem a necessidade de manter um time de base – ou manter “porque quer” – uma mudança do tipo pode fazer muita gente se ver abandonada. De acordo com o presidente da Associação de Jogadores Profissionais da LCS (LCSPA), Phil Aram:

“Se nós tivermos 26 dos 50 jogadores da LCS dispostos a fazer alguma coisa, eu já posso adiantar agora: a liga não vai rodar.”

A má impressão vem do fato de que, apesar do Academy ser destinado a times menores, a sua extinção também impacta jogadores da primeira linha: pro players em má fase acabam “descendo” para o Academy para ter uma espécie de “lugar seguro” para reavaliar estratégias e voltar ao bom desempenho.

Fora isso, a mudança, segundo os jogadores reclamantes, beneficia apenas os times mais ricos, que podem “importar” jogadores de excelência de outros países a preços exorbitantes, mas não fazem nada para fomentar o treino e o desenvolvimento de talentos locais.

Três equipes da LCS se comprometeram a manter os times de base mesmo após a decisão da Riot em virtude da NACL estar próxima, mas a maior parte das equipes profissionais de League of Legends anunciaram que abandonariam os esforços do tipo assim que a nova regra entrasse em efeito. Nisso, a LCSPA entrou em cena: a associação – formada e gerenciada por jogadores profissionais – respondeu à Rior no Twitter:

“A realidade é a de que 70 jogadores, mais técnicos e gerentes, perderão seus empregos da noite para o dia”, diz parte do comunicado. “A decisão sem precedentes de destruir a NACL menos de um mês antes do Summer Split, sem plano – e sem aviso prévio – é uma mancha em sua liderança.”

Mais além, a associação afirma que pelo menos a metade do grupo de jogadores de primeira linha que compõe seu corpo veio do sistema de desenvolvimento de bases. Finalmente, a LPCA afirma que a noção de que os times que competem no NACL têm impacto grande nas finanças das equipes é falsa: “a média anual de salário de todo um plantel da NACL representa menos de 17% da média de custos salariais de uma única organização da LCS no ano”.

Traduzindo: todos os jogadores da base custam menos que 17% de uma equipe profissional.

A Riot não comentou a situação.

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