Mais um ano, e mais um dia 17 de maio a ser lembrado em comemoração ao Dia Mundial da Internet. Se no ano passado fizemos questão de mostrar a vocês como era o mundo antes da Internet, com recordações sobre as inovações que o mundo conheceu ao longo dos anos e trocando tecnologias “brutas” (alô orelhão com ligação via ficha telefônica!) por dispositivos cada vez mais inteligentes e menores, como bem previu Gordon Moore.

Para este 2023, neste último Dia Mundial da Internet decidimos relembrar algumas das evoluções que tivemos ao longo dos últimos 20 anos em termos de evolução da web, conectividade, y otras cositas más – afinal, o “5” no “5G” não está aí à toa.

A jornada até o 5G não foi simples…

Aliás, bem longe disso. Mas vamos por partes: sei que combinamos de falar sobre os últimos 20 anos, mas acho justo fazer uma menção honrosa para alguns antepassados que tornaram o que conhecemos hoje algo possível (e bem mais simples de ser usado, diga-se de passagem).

celular com 5G no avião

Imagem: Shutterstock

Podemos começar dizendo que as telecomunicações de uma época prévia à Internet e ao 5G tiveram uma vasta evolução, iniciada em 1895 com a invenção do telégrafo. Sim, o equipamento de mais de um século atrás era usado para envio e recebimento de mensagens de uma forma segura e eficiente – quase um WhatsApp ou um Telegram da época, se assim podemos dizer…

O telégrafo foi basicamente o precursor da web, com seus sinais elétricos emitidos de um emissor a um receptor, que eram decodificados quando chegavam ao destino para, então, formar algo “entendível”.

Você já deve ter ouvido nos filmes (especialmente os de guerra) sobre o código Morse. Bom, o telégrafo era o responsável por traduzir esse código. A título de curiosidade: o nome do inventor do telégrafo era Samuel Morse. Tudo faz sentido agora, não?

Mais do que um recurso de comunicação, o telégrafo era praticamente um resumo do que era a “Internet” da época.

A ARPANET e a Internet

Avancemos um pouco no tempo, para meados dos anos 1980. Não há um consenso sobre o dia que surgiu a Internet, mas uma coisa é certa: ela aconteceu graças aos esforços feitos há alguns anos, no período da Guerra Fria, quando precisou-se endereçar a necessidade de conectar sistemas de computadores de diversas organizações militares fisicamente distantes.

Foi então que surgiu o conhecido conjunto de protocolos de comunicação TCP/IP, criados respectivamente pelos cientistas Robert Kahn e Vinton Cerf (mais conhecidos como Bob Kahn e Vint Cerf), em um trabalho desenvolvido para a Agência para Projetos de Pesquisa Avançada (ARPA) do Departamento de Defesa dos EUA.

Os dois trabalharam em um projeto experimental chamado de ARPANET (acrônimo em inglês para Advanced Research Project Agency Network, ou a Rede da ARPA). A partir desses estudos e implementações, a ARPANET pôde evoluir, expandindo sua utilidade para além dos fins militares (como em laboratórios e universidades) e finalmente se tornando a base para a nossa Internet moderna, possibilitando a transmissão de dados e a comunicação on-line.

Internet, aliás, é o nome dado à infraestrutura física feita de computadores e cabos (de forma simplificada, claro), os quais se comunicam por meio dos protocolos TCI/IP. A parte gráfica, ou seja, a interface de acesso a todo o universo guardado nessa rede de computadores que é a Internet é o que foi inventado por Tim Berners-Lee, com a World Wide Web (sim, o “WWW” que usamos para acessar sites na Internet tem tudo a ver com isso).

Na foto, Sir Tim Berners-Lee, conhecido como "Pai da Internet"

Tim Berners-Lee, inventor da World Wide Web – Imagem: Paul Clarke, CC BY-SA 4.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons

Três décadas de World Wide Web

Falando em Tim Berners-Lee, o físico e cientista da computação desenvolveu uma proposta que resultou na criação da World Wide Web como parte de um trabalho feito para o CERN, a Organização Europeia para Pesquisa Nuclear localizado na Suíça.

Também a partir desse trabalho, Berners-Lee escreveu o primeiro navegador de Internet, que ele chamou de WorldWideWeb (sim, tudo junto).

Em resumo: ele criou uma interface gráfica que pudesse ser usada pelo usuário para acesso à Internet usando como bases

  • o URL (acrônimo para Uniform Resource Locator, ou Localizador Uniforme de Recursos),
  • o HTTP (acrônimo para Hypertext Transfer Protocol, ou Protocolo de Transferência de Hipertexto),
  • e o HTML (acrônimo para HyperText Markup Language, ou Linguagem de Marcação de Hipertexto).

Em tempo: foi apenas em 30 de abril de 1993 que o CERN emitiu uma declaração pública, liberando os componentes da Web para domínio público.

Basicamente, foi isso que possibilitou a construção de todo o acesso à Internet de hoje, 30 anos atrás. Aos curiosos de plantão, a primeira página da história da Web ainda existe, e pode ser acessada aqui (em inglês).

Por fim, para não confundir Internet com World Wide Web, explica o próprio Berners-Lee:

“Muitos tipos diferentes de programas usam a Internet [Net]: o correio eletrônico, por exemplo, já existia muito antes do sistema global de hipertexto que inventei e chamei de World Wide Web (Web). Agora, os canais de videoconferência e streaming de áudio são, entre outras coisas que, como a Web, codificam informações de maneiras diferentes e usam linguagens diferentes entre computadores (“protocolos”) para fornecer um serviço.

A Web é um espaço abstrato (imaginário) de informação. Na Net, você encontra computadores — na Web, você encontra documentos, sons, vídeos,… informações. Na Net, as conexões são cabos entre computadores; na Web, as conexões são links de hipertexto.

A Web existe por causa de programas que se comunicam entre computadores na rede. A Web não poderia existir sem a Net. A Web tornou a rede útil porque as pessoas estão realmente interessadas em informações (sem falar em conhecimento e sabedoria!) e realmente não querem precisar saber sobre computadores e cabos.”

Dia Mundial da Internet: uma captura de tela do navegador WorldWideWeb inventado por Tim Berners-Lee

Uma captura de tela de como funcionou o browser WorldWideWeb, de Tim Berners-Lee – Imagem: reprodução/World Wide Web Consortium (W3C) – disponível em <https://www.w3.org/History/1994/WWW/Journals>/CACM/screensnap2_24c.gif

Já parou para pensar como funciona a Internet e os sites aqui no Brasil?

Por aqui, temos o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), responsável por coordenar e integrar iniciativas e serviços da Internet no País. É por meio dessa organização que são estabelecidas diretrizes e melhorias em solo nacional.

O CGI.br atualmente é formado por membros de todas as esferas: do governo, da sociedade civil, do setor privado e do terceiro setor, além de membros da comunidade científica e tecnológica e um representante de notório saber em assuntos de Internet.

Dentro da estrutura de organização da Internet brasileira, tem-se também o  Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – ou apenas NIC.br, que possui entre suas atribuições a execução administrativa e operacional de atividades relativas ao domínio “.br”. Ou seja, basicamente são eles que estão por trás da estrutura de todos os sites terminados em “.br”, que são os endereços identificados como do Brasil.

O Nic.br também é responsável por executar as decisões tomadas pelo CGI.br, auxiliando também em questões como pesquisas sobre o acesso e uso da Internet no Brasil, medição de banda larga, pesquisa para investimento em infraestrutura, entre outros.

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Dia Mundial da Internet

Agora, vamos pular para os tempos mais atuais, em 2003. O que acontecia de mais interessante 20 anos atrás? 

Essa é uma resposta que você vai ter que encontrar na segunda parte deste especial do blog KaBuM!, feito em comemoração ao Dia Mundial da Internet. Vem neste link aqui para ler tudinho? Estaremos te esperando.

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